ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)

ɴᴀ̃ᴏ sᴇ ᴘʀᴇᴏᴄᴜᴘᴇ!

𝐂𝐀𝐒𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐖𝐀𝐑𝐑𝐄𝐍, 𝐉𝐔𝐋𝐇𝐎 𝐃𝐄 1950

Já deitada na cama, Lorraine respira fundo, observando o marido sair do banheiro da suíte do casal.

Não era a primeira vez que ela via isso essa semana. Era um vulto. Um espírito que seguia Ed pela casa. Não havia tentado falar com ele ainda. Nem com Ed, nem com o espírito.

Não sentia nada ruim sobre ele. Muito pelo contrário: suas vibrações eram boas, e a sua presença ali, trazia á Lorraine uma sensação de paz.

Ela permanecia quieta, olhando atenta, com os olhos bem abertos. A figura a qual observava, não tinha uma forma específica. Era apenas um vulto pequeno, que seguia o seu amado por todo canto da casa.--Nunca fora dela.

-Não se preocupe. Eu 'tô' só seguindo meu papai.- A forma emite a frase, como um sussurro que só Lorraine era capaz de escutar.

-Lorraine? Tudo bem??- Ed pergunta, estranhando a forma como sua esposa estava o encarando. Ele sabia que de duas, uma: Ou ela estava tendo uma visão, ou estava brava com ele por algo.

Ela suspira quando o vulto some, frustrada e sem entender o porque. Papai?? Ed não tinha filhos. Nunca teve. Com ninguém. E ela sabia bem disso pois estava com ele quase a vida toda.

Sentiu seu estomago se revirar, como nunca havia acontecido antes, com nenhuma outra visão ou aparição. Seus dons sempre foram naturais e não provocavam esse tipo de coisa.

A morena levanta ás pressas perdendo todo o rubor de suas bochechas, estava palida como quem viu um fantasma--Ela realmente tinha visto.

-Tudo bem, mamãe.- Ela escuta o sussurro em seu ouvido quando levanta a tampa do vaso para vomitar.

Ed entra no banheiro atrás da esposa. Nunca havia visto ela assim-- Nunca, em toda a sua vida, havia visto Lorraine doente, o que era certamente preocupante.

Ao entrar, sua mente foca apenas em uma coisa: ela. Pela primeira vez parecia tão indefesa. Estava sentada no crochê que estava na frente do vaso sanitário, colocando para fora toda a janta.

Não demora muito até que ele se aproxime, agachando ao lado dela, segurando seus fios morenos afastados do rosto para que não se sujassem.

-Pronto... Tudo bem.- Ele sussurra assim que ela para e limpa a boca na manga da blusa, sem cor, quase como se estivesse morta.-Ja passou.

-Isso é...estranho.-Ela diz, mais para si mesma.-Você é...meu??

-Quem? Eu? Eu sou todo seu.- Ed diz de lado, fingindo entender algo.

-Não, Ed. Você não. Ele.-A morena fala enquanto encara o vulto que agora estava de trás da porta do banheiro.

Ed não estava vendo nada ali. Para ele era como se el estivesse tendo visões, já que ele não podia enxergar o que ela estava enxergando.

-Quem está ali, Lorraine? Quem é seu?

-Ah, Ed...-Ela suspira, finalmente entendendo a situação e se erguendo, ficando de pé, ao lado do marido, que faz o mesmo.

Todo aquele mal estar significava algo... Estava grávida e teria um filho de Edward Warren. Por isso o espírito os seguia, chamando-os de mamãe e papai. Ele estava ali, ali...dentro dela.

- Estou aqui, mamãe. - A voz diz baixo novamente, e o vulto desaparece.

-Agora eu sei.- Ela suspira.