ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)

dear edward

— Judy! — Ed grita, correndo degraus a cima, sendo seguido por Lorraine, mesmo que frágil por conta da fome, seu corpo exigia que ela comesse, com um pedido silêncioso que ela fazia questão de ignorar.

— O que está acontecendo? — A mulher pergunta, assim que o choro cessa.

— Ele está com a Judy! Ele... Ele pegou a minha menininha. — Ele se põe de joelhos, derrotado, quando entra no quarto da bebê e não vê nada em seu berço. O quarto era um grande vazio.

— A forma... — Lorraine murmura, para si mesma, antes de gritar. — O que fez com a minha filha?! Onde ela está?

O choro retorna. Dessa vez ao andar de baixo, deixando Lorraine indignada. Ela sabia bem que se descesse, a menina não estaria lá. O demonio estava apenas tentando aflingi-lá mais. E conseguindo. Se a forma havia retornado, e Judy sumido... Teria ele feito algum mal maior á bebê?

— Onde ela está? — Seu choro era como uma súplica, conforme o som ficava cada vez mais alto. Olhava para os céus, como se pedisse apoio divino... Deus parecia não estar ali por ela naquele momento.

Um vazio se instalava nos dois. Onde estava a pequena Judy? Onde estava a pequena e indefeza bebezinha que nascera em meio a uma familia pertubada por demônios? Se sentiam... Pais terriveis. Sentiam como se algo faltasse. E, ver Ed chorar daquele jeito, a destruía.

— Certo! Tudo bem! O que você quer?! Uma alma? — A morena grita, atraindo um olhar amedrontado a ela. — Leve a mim então!... Mas... Com a condiação de deixar Judy em paz...Se me levar...

— Lorraine, para. O que está fazendo? — Ed interrompe, mas ela evita olha-lô. Não queria vê-lo sendo despedaçado aos poucos.

— Se me levar... — Prossegue. — Terá que ir. Deixar essa casa. Deixar que Ed crie a bebê em paz, sem a presença de qualquer demônio. Apenas... Deixe-a viver como uma criança normal.

O choro cessa, como se, o que quer que estivesse ali, tivesse aceitado o acordo. Mas, algo em frente á Ed toma forma... Não uma forma específica. Uma sombra.

— Porque me deixou morrer, mamãe? Você fez isso! Você foi uma tola. Deixou apenas que aquela menina nascesse, e agora dá sua vida pela dela, para que ela viva. Porque não deu a vida por mim?

— Você não é real... Não... É... Real. — Lorraine repetia, com os olhos fechados agora.

— Eu sou bem real, bobinha. Eu existo... faço parte desse mundo.

— Seu lugar não é aqui. Você... Sequer deve ser uma alma infantil.

— Está certa. — Sua voz agora era sombria. Como um grunido. — Eu sou... Algo bem mais antigo. Uma alma mais antiga que você. Um... Como dizem? Um demônio? Sou um soldado de Lúcifer, meu Senhor. Queríamos a menina, desde o começo. Mas... Ele está contente em ter você ao invés dela.

— Ele não a tem. Não tem nenhuma das duas! — Ed grita para a sombra á sua frente, se erguendo com cuidado, sem sequer um movimento brusco.

— Está enganado, caro Edward... Ela fez um acordo. E agora, ele será posto em prática.