Antes que pudessem descer, ambos ouvem um choro vindo do quarto da pequena Judy. Lorraine, como mãe podia reconhece-lô.
O casal corre até lá sem hesitar, e ao entrar no quarto, sem dificuldade alguma, puderam ver a menina deitada em seu berço. Tinha um pouco de sangue a sua volta, manchando os lençóis.
Ed tenta avançar porém a esposa agarra seu braço, olhando-o com medo e repreensão.
— Não é a Judy. Essa não é ela! — A mulher clama. Sentia-se cansada e em sua mente era como se Deus estivesse a abandonando aos poucos, por isso suspirou e segurou o marido com ainda mais força. — Tudo bem... Tudo bem... Ele se alimenta do medo. Não precisa ter medo, e isso vai passar. — Lorraine suspira para si mesma. Estava sem comer a dias, nao aguentava mais tudo aquilo.
O choro no berço parou, então ambos voltaram a olhar. Agora não vendo nada ali, além das cobertas que sempre estavam la.
— Vou atender a porta. — Ed fala, como se nada tivesse acontecido naquele momento tão angustiante.
— E eu atendo o telefone. — Lorraine afirma, se retirando do quarto acompanhada do marido.
Ao tentar apressar os passos pela escada, a morena se sente fraca. A cabeça latejava assim como seus dedos. Era como se seu corpo estivesse reiniciando por algum motivo. O corpo fragilizado e desnutrido se chocou contra os degraus e rolou alguns deles abaixo, atraindo a atenção de Ed que vinha logo atrás. Desceu correndo para pegá-la, preocupado com o que poderia ter acontecido. Afinal, Lorraine estivera bem minutos atrás e não aparentava estar mal, apesar de estar emagrecendo por conta da fome e suas olheras evidentes pela falta de sono.
Tomou-a em seus braços, caminhando até o sofá com a pequena clarividente, onde a deitou delicadamente. Deu um beijo leve na testa da mulher, ajoelhado ao lado do sofá e foi até o telefone, para ver o porque ainda tocava desesperadamente.
— Alô?
— Ed?! Tem algo errado... — A voz diz, do outro lado da linha.
— Georgiana? O que houve? — O rapaz pergunta, olhando para Lorraine apagada no sofá, mesmo estando longe.
— Judy sumiu. Ela não está aqui... Como se tivesse evaporado. — A moça chora do outro lado da linha, deixando Ed preocupado. O que teria acontecido á sua menininha?
— C-como assim? — O rapaz pergunta, gaguejando em meio as lágrimas que já escorriam de seu rosto.
— Posso ouvir o choro dela... Mas ela não está aqui, em lugar nenhum. Eu e Phillip a procuramos por todo canto.
— Pode... Me dar um segundo? Eu já te ligo de volta. — Ele sussurra, percebendo que Lorraine agora se erguia do sofá.
O homem desliga o telefone, encarando a mulher atento á cada movimento delicado de seu corpo pequeno e frágil.
— Você precisa comer, Lorraine.
— Eu... Como quando isso passar. Não sinto fome agora. — Ela suspira, ajeitando os cabelos e resmungando ao sentir a dor no braço que seu impacto na escada havia causado. — Quem era? No telefone.
— Ah... Engano. — Ed tenta, sorrindo ao tentar mentir, mas se esqueceu que nunca em toda sua vida, conseguira mentir a Lorraine.
— Quem era, Ed?
As lagrimas ainda caiam de seu rosto quando a esposa se aproximou exigindo respostas. Abriu a boca para lhe contar, mas o ar lhe faltou. Não precisou contar, afinal, o choro havia retornado no andar á cima.

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ᴍʏ ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴀɴɢᴇʟ (ᴜᴍᴀ ғᴀɴғɪᴄ ᴅᴇ ʟᴏʀᴇᴅ- ɪɴᴠᴏᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴏ ᴍᴀʟ)
Fanfic-Não se preocupe. Eu 'tô' só seguindo meu papai.- A forma emite a frase, como um sussurro que só Lorraine era capaz de escutar. -Lorraine? Tudo bem??- Ed pergunta, estranhando a forma como sua esposa estava o encarando. Ele sabia que de duas, uma: O...