Capítulo 30: um ego inflamado

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Naquela escola onde o sol raiava fortemente pelas as fontes que se encontravam atrás do colégio, folhas do outono juntamente com cadernos molhados boiavam na água, peixes nadavam pela a água, em meio tudo isso se encontrava o mesmo menino de cabelos verdes dentro da fonte como de costume, a imagem do seu rosto era refletida pelas águas, um rosto um tanto patético, um rosto com a aparência desleixada, olhos fundos, sardas no nariz e em ambas bochechas, cabelos bagunçados e sujos, aquele garoto era digno de pena, ele estava ensopado dos pés a cabeça.

Ah!

Esse garoto sou eu...

Haha...

Eu me lembro desse dia...
Após ter sido jogado na fonte eu fui direto para o banheiro e troquei de roupa lá mesmo, eu já estava acostumado a essa situação, assim na maioria das vezes eu vinha preparado.

Após trocar minha roupa eu ando rapidamente pelos os corredores em direção a minha sala, meus pés eram tão silenciosos que eu passava pelas pessoas sem elas mesmas perceberem minha presença, não que eu seja uma uma pessoa que chamasse a atenção de qualquer forma...
Eu andava com a cabeça baixa, desde daquela época eu ando olhando os pés dos outros os reconhecia pelos o tamanho, tênis e até pelos os passos, mas por incrível que pareça eu não me lembro do rosto de ninguém da época, bem... faz sentido eu nunca as olhava o rosto delas.

Após andar por aqueles corredores cheios eu me deparo com a minha mesa cheia de xingamentos escritas por giz e cortes de estiletes na própria mesa, percebendo a situação eu olho para o loiro que sentava atrás de mim, sabendo que foi ele que havia feito.

- oque você tá olhando!? A água estava suja hoje!? Hahahaha- ele ria junto com os amigos que sentavam no lado da minha cadeira.

Com medo eu desvio o olhar e começo a limpar a cadeira, com o olhar meio marejado, na mesa estavam os mesmos xingamentos como inútil, doente, nojento e até pedindo para eu me matar...
Todos aqueles palavras me machucam profundamente, mesmo que eu me esforçasse para não ser útil em casa, mesmo que eu esfregasse agressivamente meus braços durante o banho chegando a até sangrarem, mesmo que eu tentasse forçar um sorriso, aquelas palavras, que se repetiam todos os dias  me lembravam que aquilo que eu fazia não era suficiente, eu via aquelas frases como um fato que eu não poderia mudar, só me conformar.

Eu via a cena com os olhos apáticos, enquanto Bakugou ria alto junto com seus "amigos", após limpar eu empurro a cadeira para me sentar quando eu me deparo com uma sacola preta pequena que emitia um odor forte, em cima da minha cadeira.

- não vai abrir seu presente? seu merda!- Bakugou fala em um de tom de ameaça.

- e-eu vou abrir...- eu falo baixinho, e assim abro a sacola com medo dele fazer algo pior.
Assim que abro vejo um rato morto já em estado de decomposição com alguns besouros e larvas que o rodeavam. Aquela cena juntamente com o odor horrível me fizeram enjoar, assim soltando o bicho no chão e tampando a minha boca para não vomitar ali mesmo, assim após isso eu corro para o banheiro, me trancando em uma das cabines e vomitando.
ele sabe que eu tenho medo de rato...- eu penso

Por algum motivo o Bakugou não estava lá no banheiro e com medo de voltar para aquela sala eu me agacha em cima do vaso sanitário segurando minhas pernas com força as mesmas tremiam.
Eu estava com medo...
Muito medo...
"Eu não quero mais ir para a escola!"
"Eu não quero ir para a escola!"
"Eu quero voltar para casa!"
Eu pensava fechando os meus olhos com força com a esperança disso ser algum pesadelo.

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