51. Choque do Trovão

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Fomos em toda parte, menos ao bar, já que beber não era do feitio de Ulisses, e ao banheiro masculino por razões óbvias.

— Manda uma mensagem pra ele — sugeriu Suzy.

— Por que tu não manda?

— Olhe, eu vou mandar, mas não se acostume, não, viu? Resolva seus próprios problemas.

— Qual o problema de tu falar com ele?

— Lis, quem tem o rabo preso com ele não sou eu, não, é você.

— E quem disse que eu tenho rabo preso com aquele tabacudo? Sabe de uma coisa? Eu mesma vou ligar pra ele — falei, procurando o celular na bolsa.

— Lis? Cadê você? — disse Ulisses do outro lado da linha.

— Eu que te pergunto! Onde danado tu se enfiou?

— Onde ele tá? — perguntou Suzy, vendo meus olhos arregalados.

— Advinha?

— Fala logo, mulher!

— No bar.

— Como é que é?

— Onde fica esse bar?

Chegando onde Ulisses estava, Suzy e eu nos deparamos com o imprevisível.

— Menino! Tais doido, é? — perguntei, tentando puxar o copo de uísque da mão dele.

— Ulisses? Cê tá bem? — questionou Suzy.

— Mas é claro que eu tô, por que eu não estaria?

— Por que tu tais enchendo a cara, praga?

— Tô só aproveitando a festa pra experimentar coisas diferentes.

— Então vocês combinaram, porque pelo que parece, Laura também tá experimentando umas coisas diferentes — falei.

— Como assim?

— Vem com a gente — pedi, puxando-o pela mão até o salão.

Chegando lá...

— Tá vendo lá? — perguntei, apontando para Laura, que agora dançava com outro coroa.

— É a Laura dançando, é isso?

— Então tu sabia?

— Sim, sabia... Qual o problema de ela dançar?

— E por que ela não tá dançando contigo e tu no bar bebendo coisa que eu nunca pensei ver?

— Ah!... A Laura gosta muito de dançar, mas eu nunca fui muito bom nisso.

— Aí, por causa disso, você vai se enfiar no bar e beber todas? — perguntou Suzy.

— Bem, eu confesso que não é muito lisonjeiro saber que ela tem vergonha de dançar comigo, mas eu entendo ela.

— Como assim vergonha? Ela disse isso? — questionei.

— Na verdade, eu já disse pra ela que não sei dançar, então ela perguntou se já que eu não sei, se teria problema ela dançar com os outros homens e é claro que não tem.

— E eu já não te ensinei a dançar, peste?

— É, mas a Laura é diferente de você. Olha só a desenvoltura dela, já eu não sei nem conduzir — respondeu, passando a mão na nuca. — No fundo, eu até meio que esperava por isso.

— E por que tu se enfiou no bar e tava lá bebendo uísque?

— Bem... Eu imaginei que... No momento que ela quisesse ir pro salão dançar... Que eu iria ter tua companhia...

Fé, Lis! Um Romance Quase ClichêOnde histórias criam vida. Descubra agora