66. Agora BariStar

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A formatura do curso de barista foi em um clube parecido com o da festa da SB Koffee. O estilo também foi bem semelhante. Parecia uma festa de debutante. Eu estava um pouco triste por Pierre não estar lá, mas feliz por todas as outras pessoas que amo estarem presentes.

— Valeu mesmo por ter me chamado, fia. Tu tá um filezinho, viu? — disse Fábio.

Sim, até mesmo o traste do Fábio estava presente.

— Fábio, quando é que tu vai parar de me chamar de fia? Além de ser um apelido ridículo, ainda mais agora que eu tô com outra pessoa!

— Menina!... Ainda tô besta! Nunca pensei que uma formatura de curso de barista fosse ter uma formação nesse nível! — exclamou tia Margarida, impressionada.

— Não é, tia? É que esse professor é muito amostrado!

— Pelo que eu entendi, ele é um tipo de celebridade — comentou Ulisses.

— Celebridade só, não. Esse cara é referência no mundo todo — falou Suzy.

— No meu tempo, café era só torrar, moer e coar — disse minha mãe. — Não tinha essa pompa toda, não.

— Mudou muita coisa não, viu, dona Rosa! O que muda é a pompa — brincou Suzy.

— Depois que começaram a colocar o nome gourmet nas coisas, deu nisso — falou Paulo, sorrindo.

— Cada vez mais o branding e o storytelling têm sido componentes que agregam muito valor à percepção de mercado — explicou Ulisses.

— É o quê, boy? Tu falou um quilo e eu não entendi uma grama — debochou Fábio. — Traduz aí, fia!

— Ele tá dizendo que essas frescuras dão mais dinheiro, painho! — interveio Flor.

— Olha, minha filha fala inglês! — elogiou Fábio, beijando o topo da cabeça de Flor, que estava sentada em seu colo.

Nesse momento, um grupo de grandalhões de terno abordou a nossa mesa.

— Ah, então você está aqui! — disse um deles, apontando para mim.

— Lis, o que foi que você aprontou agora? — perguntou Ulisses, limpando uma gota de suor da têmpora.

— É o quê, boy? Quer o que com a mãe da minha filha? Tu é grande mais né dois, não, visse? — cresceu Fábio.

— Tem razão, somos quatro — respondeu o grandalhão, sorrindo.

— Fábio, baixa o fogo! Tudo pra tu é confusão!

— Eu ainda me pergunto como foram sete anos de vocês juntos — comentou Ulisses.

— Gente! Esses são os assistentes do professor — expliquei.

— E ela é a líder da gangue — completou um dos grandalhões, rindo.

— Tu é tipo a Mônica, né, mainha? — perguntou Flor.

— A gente só queria ter certeza de onde que você vai ficar, Lis — disse o grandalhão.

— Por quê, hein?

— Logo mais cê vai saber — respondeu e se retiraram.

— Flor de Lis! Mais uma vez, obrigada por nos convidar. Esse evento está glamouroso — disse Dayanne, chegando com Henrique e Jéssica.

— Olha, é o Palhaço Bruguelo! — gritou Jéssica, encantada, apontando para um Fábio orgulhoso.

— Quer dizer que Fábio tá fazendo sucesso mesmo com a criançada, né? — perguntou tia Margarida.

Fé, Lis! Um Romance Quase ClichêOnde histórias criam vida. Descubra agora