Joui - Ira dos Deuses

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Eu e Cesar fomos realocados para os chalés 1 e 13. Completamente sozinhos, sem irmãos, sem a barulheira dos demais chalés. Confesso que fiquei com medo da estátua de meu pai criar vida no meio da noite e me instalei na cama mais distante possível dela.
Mesmo depois de Tristan ter me ajudado a convocar um raio, ainda tudo parecia um absurdo. Eu? Um semideus? Filho de Zeus ainda por cima?
– Joui, eu sei que vai parecer assustador, mas você precisa aprender a usar seus poderes o mais rápida possível. Você já tem inimigos só por existir, mais do que um semideus normal teria. Você consegue entender que a sua existência comprova que Zeus não foi fiel ao juramento? Os deuses vão querer achar alguém para culpar, e no final, sempre somos nós quem eles culpam – disse Tristan enquanto íamos em direção a fronteira.
– Porque eles nos culpariam? Nós não temos culpa pelas ações de nosso pais – disse eu.
– Eu sei que não mas... depois se minha primeira missão, eu tive a oportunidade de ir até o Olimpo, os deuses queriam falar comigo diretamente. Eles literalmente votaram na minha frente se me deixariam vivos ou não, mesmo depois da Grande Profecia ter se cumprido... mesmo depois de tudo que eu fiz para salvar aquele lugar...
– Eu sinto muito – disse eu.
– Bom, já aconteceu e eu continuo aqui, mas você tem que ter cuidado. Os deuses vão ficar de olho em você, esperando que faça alguma coisa minimamente duvidosa na visão deles.
– O que você acha que vai acontecer? – perguntei. – Se... eu irritar os deuses?
– Vão te incinerar – disse Tristan como se não fosse nada. – Isso se eles estiverem de bom humor, é claro.
O medo deve ter se transparecido em meu rosto, pois Tristan pôs as mãos nos meus ombros.
– Relaxa. Os deuses já devem estar ocupados demais brigando entre si para se importarem com você.
– Quê? – perguntei.
Antes que ele pudesse falar, ouvi passos atrás de nós. Destampei a caneta/katana. Tristan simplesmente ergueu a mão e uma enorme onda se levantou no riacho.
– Como você faz isso com tanta facilidade?
– Eu me concentro no que quero que a água faça e ela faz, é bem simples quando já se tem uma certa experiência – disse Tristan. – Hora de tacar água em seja lá quem estiver aqui.
De trás das árvores, saíram quatro campistas do time inimigo, entre eles, Nathaniel e Luciano.
– Chegaram cedo – disse Tristan. – São os primeiro, parabéns.
Os três campistas, junto de Luciano, vieram para cima de nós. Nathaniel ficou para trás, propositalmente, entendi de cara o que eles estavam tentando fazer.
Olhei para Tristan. Ele assentiu com a cabeça, como se soubesse no que estava pensando.
– Vai, eu cuido desses aqui. – Tristan desembanhou sua espada e partiu de encontro com o time inimigo junto da grande onda que havia convocado anteriormente.
Nathaniel estava um pouco a diante de toda a confusão, correndo reto até a bandeira. Corri atrás dele com a katana na mão.
Desferi um golpe na lateral de seu corpo, onde tinha armadura, só para chamar a atenção do loiro.
– Ah, olá Joui – ele me contra atacou.
Eu consegui bloquear o golpe a tempo.
– Até que você é bom nisso, novato – disse Nathaniel.
Não respondi. Estava ocupado demais pensando em como eu iria me livrar dele. Lembrei do que Tristan me falara, tentei seguir a mesma linha de raciocínio.
Me concentrei no que queria fazer. Era meio arriscado já fazer algo assim sem ter experiência, mas fiz do mesmo jeito.
Com nossas espadas ainda em atrito, senti uma fisgada no estômago, um trovão soou perto, logo o raio caiu em minha espada, Nathaniel se afastou antes que o choque conseguisse atingí-lo mais.
Ele sorriu.
– Você é realmente impressionante.
– Time vermelho! –  ouvi a voz de Luciano. – recuar!
Nathaniel acenou para mim e logo desapareceu no meio do bosque.
Olhei para trás, os garotos que atacaram Tristan estavam completamente encharcados. Um deles tossia um pouco.
Aquilo não fez sentido nenhum, tinha tudo para ter dado errado, fisicamente aquilo era impossível, e mesmo assim, consegui fazer minha espada adquirir uma descarga elétrica até que forte. Conseguia sentir a eletricidade correndo pelo meu corpo. Como aquele raio não me machucou? Não faço ideia.
– Joui! – ouvi a voz de Tristan me chamando.
Acordei com o moreno em cima de mim, me balançando.
– Bora, você vai perder o café.
– Tristan! – levantei em um pulo.
– Eu – disse ele. – Já tá todo mundo no pavilhão, você nunca se atrasa para nada.
– Ah, obrigado. Devo ter perdido o horário.
Já faziam mais de duas semanas desde que havíamos chegado no acampamento.
Tristan e Cesar se sentaram na mesa 1 junto a mim. Cesar pegou a mania de Tristan de não seguir certas regras. Não reclamei, sabia que ambos não gostavam de ficar sozinhos. Sr. D e sr. Veríssimo não pareceram se importar muito também.
– Vou sair em missão hoje – contou Tristan. – Eu, o Lu e o Fer vamos buscar uma semideusa que um dos sátiros está protegendo em uma escola. Essas missões costumam ser mais rápidas, voltaremos ainda hoje, vamos sair assim que acabarmos de comer.
– Boa sorte – disse eu.
– Tente voltar sem mais queimaduras – brincou Cesar.
– Não prometo nada – disse Tristan.
– Tristan – chamou Clarissa da mesa 10. – Juízo. Não vai sair se jogando pra cima de todo monstro que aparecer.
– Tá bom, mãe – disse Tristan rindo.
Eles dois eram melhores amigos de infância, praticamente irmãos.
Durante o dia, tínhamos várias aulas. De manhã, eu estudava latim com a Liz. Por incrível que pareça, não era um idioma tão difícil assim.
Eu quase caí da parede de lava umas três vezes durante aquelas duas semanas. Sério, quem em sã consciência faria uma coisa daquelas? Eles querem que a gente morra mais rápido?
Até que o treino de luta era tranquilo, quando não era na floresta.
Os monstros não davam um segundo de paz para nós. Thiago parecia ser indiferente em relação a eles.
Eu sentia de verdade que pertencia a aquele lugar, mas não conseguia parar de pensar em como minha okaasan  devia estar. Quando poderia ver ela novamente?
– Oi, Joui! – Agatha se sentou no gramado dos campos de morangos ao meu lado.
Cesar e Arthur se sentaram a nossa frente, fazendo uma rodinha.
– Tá tudo bem? Você parece meio chateado – disse Arthur.
– Vocês não sentem falta... da família de vocês? – perguntei.
– Claro – respondeu Arthur. – Eu sinto muita falta deles.
Cesar fechou a expressão.
– Eu sinto falta da minha mãe – disse ele. –, do meu padrasto nem um pouco.
– Eu não sinto falta de ninguém da casa da minha mãe – disse Agatha. – Eu estou muito bem aqui mesmo. O acampamento é minha casa, aquele lugar não.
Sabia o quanto a questão familiar era delicada para Cesar, mas não sabia que a Agatha também passava por isso.
– Ô rapaziada! – Thiago vinha acompanhado por Liz.
– Thiago-Sensei! Liz-Sempai!
– Gente, o Veríssimo me pediu para chamar vocês – disse Liz.
– Ele quer falar sobre o quê? – perguntou Cesar.
– É melhor deixar ele contar... – disse Thiago. – eu vou acompanhá-los.
Eu já esperava uma convocação para Casa Grande. Agora que todos descobriram que os Três Grandes deuses quebraram o acordo, imaginei que nos chamariam para discutir o melhor jeito de nos punir por existirmos. Mas agora o porque Arthur e Agatha também foram convocados eu não fazia ideia.
Olhei para cima e respirei fundo. Vi densas nuvens, iria cair uma tempestade. Perguntei para Thiago se precisaríamos de guarda-chuvas.
– Aqui nunca chove, a não ser que queiramos. A tempestade vai passar em volta de nós.
Eu me levantei, já me preparando para o que poderia acontecer.
O grupo caminhou até a varanda da Casa Grande. Sr. Veríssimo nos esperava lá, junto de sr. D.
Cesar segurou no meu braço ao ver o deus do vinho e disse:
– Ainda dá tempo de a gente sair pelas sombras?
– Agora já era, ele já viu a gente – disse eu.
– Olha se não são nossas pequenas celebridades – disse sr. D. – Cheguem mais perto.
Antes de nos aproximamos, Liz tocou em meu ombro.
– Vai ficar tudo bem.
– Se as coisas fossem do meu jeito – disse Dioniso –, eu faria as moléculas de vocês dois irromperem em chamas. Nos livrariamos de um monte de problemas. Mas sr. Veríssimo acha que isso é contra minha missão aqui: manter vocês, moleques, a salvo do mal.
– Combustão espontânea é uma forma de mal, sr. D – disse Veríssimo.
– Bobagem – disse sr. D – Eles não sentiriam nada.
– Sr. D... – advertiu sr. Veríssimo.
– Está bem – cedeu Dioniso. – Há mais uma opção. Mas é estupidez. De qualquer forma, estou indo para uma reunião de emergência do Olimpo. Se Veríssimo não resolver essa situação até minha volta, eu mesmo resolverei.
Ele estalou os dedos.
O ar pareceu se dobrar e se curvar em volta dele. Ele se transformou em um holograma, depois em um vento e depois desapareceu.
– Sentem-se, crianças, por favor. Liz e Thiago também.
Nós obedecemos.
Sr. Veríssimo sorriu, mas parecia cansado e tenso.
– Cesar, Joui, Arthur – chamou ele. – O que aconteceu no dia que fugimos da Nostradamos? Na biblioteca?
Contamos detalhadamente o que ocorrera.
– Acho que vocês tem o direito de saber o que realmente aconteceu – disse ele.
– Nós não estávamos apenas vigiando vocês, estávamos investigando aquela escola. O diretor Álvaro para ser mais específico. Achamos que ele está atraindo monstros propositalmente, ou tentando trazer semideuses para essa escola, não sabemos as suas motivações mas sabemos que foi ele quem construiu aquele bunker na biblioteca.
Eu tentava processar tudo. Além da Benevolente, tinhamos um diretor maluco.
– Todos os monstros vem do Mundo Inferior, Agatha achava que de alguma forma Hades estaria envolvido nisso tudo.
– Porque meu pai faria algo assim? – perguntou Cesar.
– Achei que não gostava de ser filho de Hades. – disse Agatha.
– Não gosto, mas também não odeio – disse Cesar. – Continuo sendo filho dele de qualquer forma.
– Agatha estuda magia – continuou Veríssimo. – Ela aprendeu um ritual de revelação, ele a revelaria qualquer coisa que a Névoa tentasse esconder. É um ritual muito complexo, qualquer interferência poderia causar consequências desastrosas.
– Sr. Veríssimo me avisou – disse Agatha. – mas eu não escutei, eu me escondi no bunker para ficar completamente isolada, para que não desse errado... mas aquele desgraçado do Gabriel me seguiu, ele estragou tudo. Um ritual daqueles ser interrompido no meio eram óbvias as consequências.
– A troca foi a consequência? – perguntou Liz.
– Sim... e isso só piorou tudo, ele ficou desesperado e eu acho que o Tártaro aproveitou do medo dele para convocar a ... vocês sabem quem.
Liz se sentou ao lado de Agatha e colocou uma mão no ombro da garota.
– Me desculpa por ter gritado com você naquele dia.
– Tudo bem... – a voz de Agatha saiu trêmula.
– Joui, Cesar, me digam – disse Veríssimo. – O que vocês fizeram com a Benevolente?
Estremeci ao ouvir meu nome.
– Eu não fiz nada – disse Cesar. –, só fugi dela.
– Eu estava apavorado. Se você não tivesse jogado a espada nós três estaríamos mortos – falei.
– Vocês vão enfrentar coisas piores. Muito piores antes de terminar.
– Terminar... o quê? – perguntou Cesar.
– A missão, é claro. Vocês vão aceitá-la?
Olhei para Arthur, ele parecia mais confuso do que eu.
– Você ainda não contou sobre a missão – disse Liz.
– Essa é a parte difícil, os detalhes – disse sr. Veríssimo.
– Zeus, Poseidon e Hades – disse eu. – Eles estão brigando, não estão?
Liz e Thiago trocaram olhares.
– Como você sabe disso? – disse Veríssimo.
– Quando fui reclamado, Tristan me disse que tinha a possibilidade disso acontecer – disse eu.
– Você está certo Joui. Eles estão brigando, mas esse nem é o fato principal, algo está acontecendo, algo mais perigoso.
Sr. Veríssimo inspirou fundo.
– O que aconteceu com Tristan, está acontecendo com vocês – disse Veríssimo. – Agora só o Oráculo pode determinar.
– O que exatamente está acontecendo? – perguntou Arthur – O que é mais perigoso.
– Não posso falar até ter certeza – disse Veríssimo. – Mas posso dizer que não vamos ter a ajuda dos deuses dessa vez, eles estão com medo de alguma coisa. Creio que foi por isso a convocação de emergência que sr. D recebeu.
– Tá, e porque nós temos que ir nessa tal missão? – perguntou Cesar.
– Para se provarem para os deuses.
–"Os deuses vão querer achar alguém para culpar" – disse eu. –, eles querem nos culpar por seja lá o que está acontecendo.
– Foi o Tristan quem te falou isso? – perguntou Veríssimo.
Respondi que sim.
– A briga dos Três Grandes pode até ser o menor problema, mas pode ser bem ruim também – disse sr. Veríssimo.
– O quão ruim? – perguntou Cesar.
– Imagina o mundo em caus. A natureza em guerra consigo mesma. Os olimpianos forçados a escolher lados entre Zeus, Poseidon e Hades.
– Ok, desastroso – concluiu Cesar.
– E vocês dois, caso a guerra entre os deuses não for impedida, serão os primeiros a sentir a ira dos deuses. – disse sr. Veríssimo. – E já começou, o mal tempo não nos atinge no acampamento, mas lá fora...
Senti um arrepio na espinha.
– Aceito a missão – disse eu.
– Tá bom. É melhor do que ser incinerado – disse Cesar.
– Então é hora de consultar o Oráculo –  disse sr. Veríssimo.
– Qual de vocês vai? – perguntou Agatha.
– Eu vou – disse eu.
– Tem certeza, Joui? – perguntou Cesar
– Sim – respondi.
Lembrei do que Liz e Thiago haviam dito sobre o Oráculo de Delfos, achei melhor poupar Cesar de ver um cadáver em decomposição recitando em rimas.
– Então vá para cima, o sótão. Quando descer de novo, presumindo que ainda esteja lúcido, conversaremos mais.
Quatro lances acima, a escada terminava embaixo de um alçapão verde.
Puxei o cordão. A porta se abriu e uma escada de madeira caiu ruidosamente no lugar.
O sótão estava atulhado de sucata de heróis gregos: suportes de armaduras empoeirados, escudos. Sobre uma mesa comprida estavam amontoados potes cheio de coisas em conversa.
Junto à janela, sentado em uma banqueta de madeira com três pernas, estava sentada uma múmia: um corpo feminino completamente ressecado. Usava um vestido de verão estampado. A pele do rosto era fina e parecia couro em baixo dos longos cabelos pretos.
Ela se endireitou na banqueta e abriu a boca. Uma névoa verde jorrou da garganta da múmia, serpenteando pelo chão em anéis grossos, sibilando como cobras. Paralisei, senti arrepios nas costas. Dentro de minha cabeça, ouvi uma voz: Eu sou o espírito de Delfos, porta-voz das profecias de Febo Apolo, assassino da poderosa Píton. Aproxime-se e pergunte.
Respirei fundo e criei coragem para falar:
– Como irei impedir a guerra entre os deuses Olimpianos?
A névoa se tornou mais densa, cobrindo o chão, girando constantemente em espiral. Ouvi a voz rouca do Oráculo novamente:

" Do começo de sua jornada retornará,

Do susurrador o desespero ganhará,

O desconjurador e a diplomata ao seu lado caminharão,

E, da fúria dos traidores, os marcados se revelarão"

A grande espiral de névoa desapareceu na boca da múmia. Ela se reclinou e sua boca se fechou. O sótão ficou silêncio novamente.
De início, fiquei atordoado demais para me mover mas, assim que sai do transe, corri para o alçapão.
– E aí? Como foi? – perguntou Thiago.
– Assustador – disse eu.
– O que o Oráculo disse? – perguntou Veríssimo.
Recitei a profecia para o grupo. Liz a anotou em seu caderninho.
– É o que eu temia – disse sr. Veríssimo.
– É... – disse Cesar. – tamo fodido.
– Calma aí, vamos ver por partes – disse Liz. – O primeiro verso diz que você vai ter que voltar onde começou sua jornada... todo semideus tem como primeira missão chegar no acampamento com vida.
– Nós fomos direto da Nostradamos para cá – contei.
– Então, é pra lá que vamos ir – disse Cesar.
– "Do susurrador o desespero ganhará"... – disse eu.
– Essa daí esquece – disse Agatha. –, só vamos realmente saber quando acontecer.
– A terceira... – disse Arthur. – o desconjurador e a diplomata?
– Não tem como saber o que é ainda, mas pelo menos essa parte tem uma coisa boa, eles irão ajudar vocês – disse Agatha.
– Eu não tô gostando muito essa última linha, aqui – Thiago leu do caderno da Liz. – "E, da fúria dos traidores, os marcados se revelarão."
– O que caralhos é um marcado? – perguntou Cesar.
– Eu sei lá, mas foca na fúria dos traidores – ele enfatizou o "s" no final. –, no plural.
– Vamos ter que ter cuidado com o que falamos – disse sr. Veríssimo. – Essa missão será confidencial. Essa profecia não sai daqui.
Nós concordamos.
 – Ok. E agora? Como vamos fazer isso? – disse Cesar.
– Montem a equipe de vocês. Não vou deixá-los irem sozinhos – disse sr. Veríssimo.
– O mais sensato seria levar Agatha – disse Liz.
– Só podemos levar mais uma pessoa? – perguntei.
– Mais que três pode dar muito ruim – disse Thiago.
– E a Agatha não vai – disse sr. Veríssimo.
– Porque? – perguntou Agatha.
– Você tem outras coisas para cumprir. Além disso, fez um ritual complexo sem minha autorização. Não deixarei você ir até que esteja adaptada a esse novo corpo completamente – disse Veríssimo.
Agatha cruzou os braços emburrada.
Cesar e eu nos afastamos um pouco para discutiremos a situação. Não demorou muito para chegarmos a uma conclusão.
– O Arthur vem com a gente – disse eu.
– Sério? – Arthur pareceu surpresso com nossa decisão.
– Mas Arthur não tem experiência nenhuma! – exclamou Liz.
Sr. Veríssimo ergueu o braço em um pedido de silêncio.
Liz bufou mas não disse mais nada.
– A escolha é deles – disse Veríssimo. – Mas você tem razão, Liz, por isso, você vai também.
– O que? Você mesmo acabou de explicar... – começou Liz.
– Por eles não terem experiência, é melhor mais alguém ir do que acabarem mortos – rebateu sr. Veríssimo.
– Se ela vai, eu vou também – disse Thiago.
– É sério isso? – disse Liz brava.
– Eu não vou deixar você! E relaxa, se consegue ir quatro, consegue ir cinco – disse Thiago.
– Não é assim que as coisas funcionam! Você deveria saber disso melhor que ninguém! – disse Liz.
– Liz. É arriscado, mas a situação lá fora não está nada boa, eles podem acabar mortos antes mesmo de chegarem a escola – disse sr. Veríssimo.
Liz suspirou frustada.
– Tá bom. Mas se alguma coisa acontecer com eles, a culpa é sua por ter deixado! – disse Liz.
– Eu assumo a responsabilidade, caso algo aconteça – garantiu Sr. Veríssimo.
– Liz-Sempai, nós precisamos da sua ajuda. Precisamos de toda ajuda possível – disse eu.
Ela não me pareceu muito convencida.
– Excelente – disse Veríssimo. – Acho que todos vocês devem fazer as malas.
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Joui foi de novo para concertar a ordem.
Terminei esse capítulo na força do ódio, eu estava quase terminado quando minha bateria decidiu que eu ia ter que reescrever metade do capítulo =)

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