A casa do Ferreiro parecia mais uma ferraria medieval. Tinha uma espécie de lareira com a brasa bem alaranjada, várias armas de metal se encontravam espalhadas por todo local.
Atrás do balcão, um homem (se é que essas pessoas realmente eram humanos) parecia organizar algumas ferramentas, ele devia ter mais ou menos a mesma idade do Porteiro.
- Ajudante, cadê o Ferreiro? - perguntou nosso guia.
- O quê? - ele largou os instrumentos e se indiretou no balcão.
- Esses são os semideuses que o Ferreiro me pediu para trazer, pode chamar ele, por favor? - perguntou o Porteiro.
- Ah, claro só um minuto - o Ajudante de virou para o lado - Ô Ferreiro! Eles chegaram!
- Calma aí! - ouvi alguém gritar da porta de trás do balcão.
Ouvi o que pareciam ser metais caindo, provavelmente de mais armas dentro de uma espécie de armazém.
Quando a porta se abriu, me assustei ao ver um enorme homem se espremendo para conseguir sair. Ele tinha uma longa barba branca, seus braços eram completamente calejados e queimados, ele usava uma grande e pesada armadura romana.
- Olá, bem vindos a Santo Berço - disse o Ferreiro. - Muito obrigado por tê-los trazido, Porteiro.
- Sem problemas - disse ele com um grande sorriso no rosto.
- Soube que vocês estão em uma missão, quando Hades me pediu para abrigá-los aqui me senti honrado.
- Obrigado por ter nos acolhido, senhor Ferreiro - agradeçeu Joui.
- Vocês sempre serão bem vindos por aqui - disse ele. - Estão em sete, ahn? Não é muito mais do que o acampamento costuma mandar para missões?
- Originalmente, eram só eles - disse Dante. - Eu e minha irmã chegamos depois.
- Ah, entendo - disse o Ferreiro. - E vocês são...
- Beatrice - se apresentou ela. - meu irmão é o Dante, nós somos filhos de Hécate.
- Quer dar RG e CPF também? - disse eu.
- Cesar-Kun... - repreendeu Joui.
Eu só revirei meus olhos.
- Cesar? Você é o filho de Hades, então? - perguntou o Ferreiro.
- É - respondi.
- Eu sou o Joui, filho de Zeus - se apresentou - Aquele é o Arthur-San e esses são a Liz-Sempai e o Thiago-Sensei.
- Opa, tudo bom? - disse Thiago.
- Um filho de Hades e um filho de Zeus, isso é... interessante - disse Ajudante apoiando os cotovelos no balcão.
Dei alguns passos para trás, fazendo Joui vir comigo.
- O que você quer dizer com isso? - perguntei.
- Não, não! - disse Ajudante rapidamente. - desculpe, não quis parecer preconceituoso, só achei interessante dois filhos dos Três Grandes deuses juntos.
- É o quê? - disse já sentindo meu rosto corado.
- Não interessante no sentido de exótico - disse Ajudante logo em seguida. - Vocês são um casal interessante por serem um filho de Hades e um filho de Zeus, foi isso que quis dizer.
Olhei para Joui (ele estava tão vermelho quanto eu), olhei nossas mãos juntas, rapidamente as separei e disse:
- A gente...
- É, eles são um casal muito interessante - interrompeu Arthur. - São dois fofos.
Fuzilei Arthur com meu olhar, ele simplesmente sorriu e deu de ombros.
- Arthur-San! - disse Joui.
- Que foi? É verdade, vocês são muito fofos - disse Arthur.
- Tenho que concordar - disse Beatrice rindo.
- Deixa eu te perguntar, Ferreiro - disse Thiago não parecendo se importar muito com a situação. - O Porteiro disse que o pai do Joui tá atrás da gente, explica essa história direito?
- Vocês devem saber dessa situação melhor do que eu na verdade - disse o Ferreiro. - Os deuses estão querendo fazer uma guerra por causa da descoberta da quebra do pacto dos Três Grandes, não?
- Todos já estão sabendo? - perguntou Liz.
- Claro - disse o Ajudando. - Tá todo mundo sabendo, tem vários deuses tomando partido.
- Sério? - perguntei surpreso.
Que ótimo, os deuses já estavam se preparando e nós não sabíamos nem por onde começar a provar minha inocência.
- Bom, a história não é só essa não... - começou Thiago.
- Thi - disse Liz. - Missão confidencial. Esqueceu? Não podemos contar.
- Acho que pelo menos eles tem o direito de saber que Zeus está atrás do Cesar e de Hades - disse Thiago.
- Eu já sei disso - disse o Ferreiro. - Hades disse que Zeus não gostou nada de saber que Joui não está do lado dele.
- Eu já esperava isso - disse Joui assustado. - Ele ia pedir para eu entregar meus próprios amigos a ele, não?
- Provavelmente - disse o Ferreiro.
- Vocês estão seguros, Santo Berço está do lados de vocês, mas não sei por quanto tempo poderemos os manter escondidos dos Olimpianos.
- Nós temos que provar a inocência do Cesar... mas como vamos fazer isso? Não fazemos ideia de onde está essa máscara do sei lá o quê! - disse Arthur. - Ares está atrás de nós, mas lutar com ele não vai comprovar nada, precisamos de uma prova concreta antes de agir.
- A Máscara do Desespero foi roubada? - perguntou o Porteiro. - Isso é ruim... muito ruim...
- O quão ruim? - pergutei.
- Ele quer dizer que se não comprovarem a inocência de vocês, o mundo todo pode entrar em colapso por conta da guerra - disse Ferreiro. - Porteiro, muito obrigado por tudo, vocês já pode voltar para sua torre.
O homem nem discutiu, ele só se despediu de nós antes de ir.
Aquilo foi estranho... Ferreiro pareceu querer desviar do assunto, alguma coisa não estava encaixando...
- Porque vocês precisam de armas de Santo Berço é tão pacífico? - perguntei.
- Nós temos alguns problemas com monstros por aqui - explicou Ferreiro. - Durante a noite eles aparecem, mas nós estamos acostumados, sempre estamos protegidos.
- Bom, vamos falar de coisa boa - disse o Ajudando saindo de trás do balcão. - Vocês ainda não conhecem a cidade, não vamos fazer um tour com eles Ferreiro?
- Claro, não quero encher mais ainda a cabeça de vocês lembrando dessas coisas - o Ferreiro foi em direção a porta. - Venham comigo.
Saímos da ferraria sem muita mais conversa.
- Saibam que vocês estão convidados a ficar aqui se quiserem, com certeza acharemos algo para vocês fazerem por aqui - dizia Ferreiro enquanto caminhavamos.
- Ferreiro - chamou Liz. - Porque vocês nos chamam de ignaros?
- Porque é o que vocês são, é assim que chamamos as pessoas de fora da cidade.
- Desenformados? - perguntou Joui.
- É, vocês não sabiam sobre a existência Santo Berço antes, ou sabiam? - perguntou o Ferreiro.
Respondemos que não.
- E quando vocês passam a morar aqui, fazem a provação e se torna um luzidio, um morador daqui - explicou o Ajudante.
Nós seguimos em direção ao bosque, a vila toda parecia estar lá.
- Bem vindos ao Bosque da Provação - apresentou o Ferreiro.
O bosque tinha vários troncos de árvores cortados um ao lado do outro, todos estavam festejando.
- Vocês chegaram bem no dia da festa da provação do Colhetor - explicou o Ajudante.
Toda vez que passávamos por alguém, nos olhava e dizia "bem vindos a Santo Berço". Um aglomerado de pessoas se formou ao redor de um garoto em específico.
Ferreiro e Ajudante o cumprimentaram.
- Parabéns pela sua provação.
- Obrigado! - disse ele. - Quem são esses?
- Os semideuses que estamos acolhendo por um tempo - explicou o Ferreiro.
- Bem vindos a Santo Berço! - disse ele empolgado. - É uma pena que vieram justo na minha provação, talvez vocês já tenham ido quando eu voltar.
- Voltar de onde? - perguntei.
- Da minha provação, é a passagem para se tornar um luzidio.
- Como assim? O que vocês tem que fazer? - perguntou Beatrice.
- Está vendo essas árvores? Elas representam cada um de nós, eu vou plantar a minha própria e ir embora por três anos, depois disso, voltarei e me tornarei oficialmente membro da cidade! - disse o Colhetor empolgado.
Cheguei um pouco mais perto de uma das árvores, senti a morte vindo dela, quando percebi, a minha volta eu só sentia morte.
- Ferreiro - perguntei meio assustado. - Porque esse lugar tem tanta gente morta?
- Ah, você consegue saber? - disse o Colhetor.
- Claro, ele é o filho de Hades - disse o Ferreiro. - Todas as pessoas que morrem são enterradas junto de sua árvore, por isso acho que você está sentindo tanto essa presença, não se preocupe.
Não fiquei muito convencido daquilo, mas eu não estava nem um pouco a fim de tocar nele para saber se estava falando a verdade.
- Tá tudo bem, Cesar? - perguntou Dante.
- Esse lugar... tem alguma coisa muito estranha acontecendo... - cochichei com o loiro.
- Concordo, a Névoa não está só espalhada pelo labirinto - disse Dante. - Eu consigo senti-la a minha volta.
- Vamos continuar o passeio - disse o Ferreiro. - Tenho certeza que vocês vão gostar muito.
- Senhor Ferreiro - chamou Dante. - Porque vocês são desse jeito? As marcas no rosto, a pele...
- Eu não sei, porque você é desse jeito? - disse ele brincando enquanto caminhavamos.
- É que o Porteiro nos disse que vocês traziam pessoas de fora para cá, então...
- Ah, sim - disse o Ferreiro. - Eventualmente, depois de passar um tempo aqui, você consegue mudar a aparência.
Eu olhei para o loiro, acho que estávamos na mesma linha de raciocínio, essa definitivamente não era só uma cidade qualquer.
- Mas então, me contem um pouco mais sobre a missão de vocês, como encontraram com aqueles dois? - perguntou o Ferreiro. - Não se preocupem, vocês não vão deixar de serem bem vindos aqui, agora que vieram, são convidados a ficar aqui e fazerem parte da cidade como todos os outros, só estou curioso.
Ele está achando mesmo que a gente vai ficar aqui. Pensei.
Beatrice começou a contar o ponto de vista dela da história. Percebi que ela omitiu certos acontecimentos. O passarinho em seu ombro continuou junto dela, como se Beatrice fosse sua dona a anos.
- Aqui é a casa do meu pai - disse o Ajudante apontando para uma casinha branca com o teto um pouco esverdeado - O Doutor.
- Algum de vocês está ferido? Precisa de cuidados? - perguntou o Ferreiro.
- Não, eu de boa - disse eu.
- Até porque nós temos um ótimo curandeiro no grupo - disse Arthur.
- Eu não sou um curandeiro - disse Dante. - Eu só sei de alguns rituais de cura.
- Você provavelmente salvou o Thiago-Sensei - disse Joui.
- Isso é ótimo! Se você quiser ficar, acho que já temos uma função para você - disse o Ajudando alegremente.
- Eu acho que o Acampamento Meio-Sangue precisa desses rituais tanto quando vocês... - Dante não pareceu ter gostado da ideia de ficar em Santo Berço.
- Está bem - disse o Ferreiro. - Ninguém está mesmo machucado? Você podem confiar em nós.
- Bom... eu estou meio queimado do choque que o ventus me deu... - disse Joui.
- Que choque? - Liz e eu falamos ao mesmo tempo.
- Mas você não absorveu a eletricidade? - perguntou Arthur.
- Sim, mas o impacto ainda me machuca, tive que me concentrar muito para aguentar aquela descarga - explicou Joui.
- E porque não me falou antes? - disse Liz abrindo sua mochila.
- Nos não tínhamos tempo, tivemos que sair da cidade as pressas - disse Joui.
- Calma, é para isso que temos o Doutor, vamos entrar - disse o Ferreiro.
Do lado de dentro, me deparei uma bonita sala de espera.
- Ô Doutor! - chamou o Ferreiro.
Da porta a direita, saiu um homem de meia idade vestido de preto.
- Ferreiro? Filho? - ele se aproximou.
- Ah, vocês devem ser os semideuses, bem vindos a Santo Berço.
- Obrigada - agradeçeu Beatrice.
- Uhm... algum de vocês está ferido? - perguntou ele.
- Ele falou que levou um grande destaca elétrica - disse o Ajudante apontando para Joui.
- Ah, vocês querem que eu dê um jeito nisso? - perguntou o Doutor.
- Não! - disse Liz rapidamente.
- Sim - disse Joui calmamente.
- Meu pai é o melhor, ele vai ficar bem - disse o Ajudante.
- Joui! - eu agarrei o braço dele, o impedindo de fazer qualquer coisa.
Na hora eu senti o quando ele estava com medo, olhei para ele confuso.
- Só um minutinho - e o puxei para um canto.
- O que você está tentando fazer? - sussurrei para ele.
- Precisamos ganhar a confiança deles, se o Ferreiro ou algum deles estiverem escondendo alguma coisa, não podem desconfiar de nós - disse Joui. - Eu também não gosto nem um pouco desse lugar, mas nós podemos tirar informações deles.
- Mas e se ele fizer alguma coisa com você? - disse eu preocupado.
- Eu vou ficar bem, só confia em mim - o asiático disse sorrindo.
- Tá bom...
Nós voltamos para junto do grupo.
O Doutor veio rapidamente examiná-lo.
Eu continuei ao lado dele segurando seu braço caso alguma coisa acontecesse.
Joui se sentiu desconfortável ao luzidio chegar muito perto dele. Quando o Doutor ia encostar nele, Liz o impediu dando um leve tapa em sua mão.
- Liz, tá tudo bem - disse eu.
- Vocês podem deixar, ele é o Doutor, sabe o que está fazendo - disse o Ferreiro.
- Não, não toca nele - disse Liz.
- Liz-Sempai, tá tudo bem - repetiu Joui. - Só confia em mim.
- Ele tem razão, eu só quero ver o ferimento - disse o Doutor confuso.
A morena desistiu e tirou a mão, deixando o Doutor prosseguir.
- O que aconteceu exatamente com você?
- Descarga elétrica de raio - disse Joui. - Eu senti queimando um pouco.
- É, foi bem no peito, ele até caiu para trás - disse Arthur.
- Caiu para trás... como você ainda está de pé? - perguntou o Doutor.
- Vantagens de ser filho do deus dos relâmpagos? - disse Joui.
- Ah, você é o filho de Zeus, então - disso o Doutor. - Resolvo isso em cinco minutinhos, venha comigo.
- Eu vou com ele - disse eu.
- Pra que? Não vai ser nada... - o Doutor foi interrompido por seu filho.
- Deixa ele pai, eles são namorados.
Senti que Joui ficou envergonhado com o comentário, eu não estava achando ruim o Ajudante ter concluído que fôssemos um casal.
- Aí, esses jovens... - disse o Doutor. - Pode vir quem quiser, eu só quero fazer meu trabalho para poder ir ao Bosque da Provação logo.
Ele nos levou até uma das salas, de imediato, vi vários jarros de vidro com vários cristais verdes brilhando.
O Doutor pegou um desses jarros.
- Você disse que foi no peito, né?
Joui assentiu positivamente.
- Tira a camiseta e a blusa, por favor.
- Ahn... tá bom - o asiático não se sentiu muito confortável com o pedido mas mesmo assim o fez.
Liz não tirou os olhos do Doutor nem por um momento, Dante também parecia desconfiado, Arthur não parecia muito preocupado, Thiago estava completamente calmo e Beatrice nem estava prestando atenção no que estava acontecendo.
Desviei meus olhos. Joui fazia ginástica desde criança, consequentemente ele tinha o corpo bem definido.
- Você teve sorte, não queimou muito, nem pegou nenhum tecido interno - disse o Doutor.
Vi o médico pegar um instrumento de metal, colocar um dos cristais nele e apontar para uma das camas.
- Pode se sentar.
Joui faz como pedido, eu fui junto dele, fiquei ao seu lado.
- O Doutor - chamou Thiago. - O que é esse cristal aí?
- É um dos vários presentes que Santo Berço nos deu, são os cristais da vida - disse ele e encostou o cristal na queimadura de Joui.
- E tem outros cristais? - perguntei.
- Tem sim. Os cristais de fogo, a cidade não gosta de fogo então usamos essas pedras.
- De onde vem esses cristais? - perguntou Liz.
- Da caverna de mineração - disse o Doutor.
Conforme ele ia passando a queimadura sumia. Ajudante aplaudiu o pai ao terminar.
- Pronto, eu falei que ia ser rápido - disse o Doutor.
- Obrigado - Joui vestiu sua camiseta novamente.
- Doutor, deixa eu te perguntar - disse Thiago. - esses cristais ajudam na audição?
- Eu posso tentar, mas não prometo que irei conseguir, os cristais não costumam curar danos internos desse tipo.
- Pode ser - disse Thiago.
- Não... - murmurou Liz colocando as mãos no rosto.
O Doutor foi até a mesa no canto, pegou um martelinho e quebrou um dos cristais o deixando bem pequeno. Ele voltou com uma pinça.
- Eu preciso que você fique muito parado - disse ele. - É no ouvido da cicatriz?
- Sim - disse Thiago.
- Ok - o Doutor aproximou a pinça - Não se mecha.
Thiago enrijeceu seus músculos, o médico colocou a pinça dentro de seu ouvido. Thiago fechou os olhos por um momento e os abriu em surpresa.
- Rapaziada, eu tô ouvindo de novo - disse ele com um grande sorriso.
Liz correu para abraça-lo.
- Como isso é possível?
- Vocês são semideuses, achei que estavam acostumados a ver coisas mágicas acontecendo - disse o Doutor se afastando. - Ferreiro, eu já vou ir para o Bosque da Provação, vejo vocês lá.
_________________________________________Já que eu não tenho nada de relevante para escrever aqui, vou contar quais são as sexualidades dos protagonistas (e de alguns personagens secundários):
Joui: Bissexual.
Cesar: Gay.
Arthur: Pansexual
Liz: Bissexual.
Thiago: Hétero.
Dante: Pansexual.
Beatrice: Bissexual.
Agatha: Lésbica.
Fernando: Gay.
Luciano: Gay.
Nataniel: Gay.
Mia: Lésbica.
Clarissa: Bissexual.
Todos os personagens dessa fanfic são lgbtqia+ até que se prove o contrário 👍
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O Segredo No Acampamento
FanfictionDeuses são reais. Todas as criaturas mitológicas são protegidas aos olhos mortais através da Névoa, porém, tudo tem suas brechas: semideuses, os descentes meio mortais dos deuses gregos. Seres extremamente poderosos e ao mesmo tempo tão vulneráveis...