Arthur - Ódio

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Oi pessoal, gostaria de ter trazido um capítulo mais leve por conta da morte do Joui no RPG, mas não teve como, era a batalha contra Ares, não tinha como adiar isso.
Possível gatilho: Gore explícito.
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Mal tínhamos saído do Mundo Inferior e um deus já havia conseguido nos encontrar.
Ares vinha correndo para cima de nós como um soldado em guerra, eu mesmo me surpreendi por não ter me assustado com aquilo, a raiva que sentia por ele ter tentado jogar a culpa no Dante e na Beatrice era superior a qualquer medo.
- Kenan, sai daqui! - gritou Liz enquanto tomava a frente.
Ares focou nela, descendo sua espada na tentativa de acertar a cabeça da morena. Antes que pudesse gritar por seu nome, Liz havia pulado para o lado e em uma cambalhota já estava em pé novamente. Antes que o deus conseguisse se virar para ela novamente, Liz deu a volta para trás de Ares, achei que iria tentar atacar suas costas, mas ela se afastou, ficando na defensiva com suas foices voltadas para frente, protegendo seus próprios pontos vulneráveis, olhou em nossa direção e indicou com a cabeça para nos aproximarmos.
Eu deveria saber o que fazer?
Percebi que ela estava se referindo a Thiago ao garoto passar por mim rapidamente, quando me dei conta, ele já estava cara a cara com Ares.
Os dois atacaram ao mesmo tempo, Liz mirando suas costas e Thiago seu peito, Ares desviou com facilidade da espada de Thiago, mas aproveitando a deixa de sua distração, Liz conseguiu perfurar sua costela, o Ícor (sangue dos imortais) escorria por suas vestes, manchando o tecido de dourado.
- Nada mal, pirralhos - apesar de ter sido atingido, Ares não pareceu se importar - andaram treinado desde a última vez que nos encontramos.
Ares apontou a espada para Thiago,
em um grito, o moreno conseguiu se abaixar no último momento, impedindo o deus de cortar seu rosto.
- Não dessa vez - disse Thiago recuando alguns passos para trás. - Ô rapaziada, vocês vão nos ajudar ou só ficar olhando?
Olhei em volta sem saber direito o que fazer, haviam muitos mortais a nossa volta. Não sei o que eles viam, mas coisa boa também não era, ao perceberem a briga, algumas pessoas se afastaram para poder filmar, outras saíram correndo e gritando assustadas:
- Alguém chama a polícia! Ele vai matar os jovens!
- Chama a polícia!
Ouvi uma moça falando no celular:
- Tem um maluco com uma arma no parque! Ele está tentando atirar em um grupo de adolescentes e fazendo um senhor de refém, venham rápido, por favor!
As vezes eu me assustava com o quanto a Névoa conseguia modificar as coisas para a visão dos mortais. Tínhamos que afastar Ares do parque e rápido.
Está na hora de dar alguma utilidade ao meu poder. Pensei.
Guardei minha flecha na aljava e passei o arco pela lateral de meu corpo para que não me atrapalhasse.
Me arrependi de não ter aceitado treinar com Fernando, não fazia a menor ideia das minhas limitações e o quão eficaz o controle da luz poderia ser.
Senti um formigamento nas pontas dos dedos, a sensação subiu por meus braços, uma onda de energia me deu confiança para que conseguisse me mover, me sentia mais alerta, disposto e revigorado, como se eu tivesse tomado uns três litros de café.
Fiquei com medo de acertar Thiago, que estava bem na frente de Ares, respirei fundo e corri em direção a batalha, consegui compreender naquele momento o porquê estava mais forte: eu estava absorvendo a luz solar. Meus amigos conseguem voar, viajar pelas sombras, usar magia e eu faço fotossíntese. Pelo menos combina com a planta que estou sendo a missão inteira, só fico parado sem fazer nada para ajudar.
Estava com raiva de mim mesmo por ser tão inútil, como pude fazer isso com meus amigos? Joui e Cesar contaram comigo para ajudá-los durante sua jornada e eu não fiz nada. Já era a hora de começar a agir.
Aproveitei que Thiago e Ares lutavam para dar a volta e me posicionar ao lado de Liz.
- Deixa ele em paz! - ergui um de meus braços sentindo o formigamento aumentar na palma da mão.
Um feixe de luz branca vindo na velocidade da luz atingiu Ares que largou a espada como reação e cobriu o rosto.
- Meus olhos! - gritou Ares - Maldito filho de Apolo!
Boa notícia: consegui tirar sua atenção de Thiago, má notícia: deixei ele bem irritado comigo. Peguei meu arco enquanto Ares esfregava os olhos.
Vai ficar tudo bem, é como a Liz ensinou, mantenha a calma, olhe em volta e pense em alguma solução lógica para sair da situação.
Inspirei fundo. Não tinha todo o tempo do mundo para montar um plano. Observei ao meu redor.
Beatrice havia amarrado Kenan em uma árvore com sua própria raiz.
- Me solta, eu vou matar esse filho da puta! - gritou Kenan.
Beatrice ergueu a mão e mais uma raiz saiu de dentro da terra, o deixando imobilizado.
- Liz falou que não era para você ir, então sossega o facho - disse e saiu em disparado em nossa direção com sua balestra em mãos.
Orpheu bateu as asas como se tentasse intimidar Ares.
- Boa, Arthur - disse Liz e fincou as duas foices nas costas do deus.
Thiago atacou pela frente, perfurando o ombro do deus com a espada e a tirando logo em seguida.
Dante se posicionou ao meu lado com um olhar preocupado no rosto.
- Acha mesmo que conseguimos o derrotar? - o loiro me perguntou. - Ele é um deus.
- Não sei - disse sincero. - mas temos que tentar.
Disparei uma flecha contra o pescoço de Ares. Percebi que nenhum de nossos ataques estava sendo tão eficaz quanto seria com um ser mortal.
Dante poderia estar certo, mas tinha que acreditar que não, sempre tem um outro jeito. Lembrei do que Liz disse uma vez em uma aula sobre os deuses "Ares é só força e isso o faz ter que se curvar a sabedoria". Se quisermos sobreviver teremos que montar uma estratégia.
Cesar ainda estava muito mal, sua expressão era de puro cansaço, suas mãos tremiam só pelo esforço de segurar a funda, Joui conversava com ele, parecia preocupado, não consegui escutar o que conversavam pela distância que me encontrava.
- Joui! - gritei para o asiático que voltou seu olhar para mim na mesma hora. - Precisamos tirar Ares de perto do Cesar!
Me afastei para dar mais espaço para que os demais conseguissem se movimentar livremente. Liz e Thiago fizeram o mesmo, seguindo para a direita.
Joui assentiu, confirmando que havia entendido, se virou para Cesar, murmurou algo e voou para cima do deus (literalmente). O asiático pousou rapidamente atrás de Thiago e saltou pegando impulso da queda, com a ajuda dos ventos, Joui deu um mortal em pleno ar por cima de seu mentor e, segurando sua kanata em uma mão só, golpeou Ares.
O deus conseguiu bloquear o ataque com suas próprias mãos, segurou a base da espada de Joui com força, o que causou um machucado profundo na região da palma, o Ícor escorria pela lâmina prateada da katana, o movimento defensivo não impediu sua jaqueta de couro preta de ser rasgada em um corte de raspão.
- Bela tentativa, irmãozinho - caçou Ares.
O deus recuperara a visão e parecia estar ainda muito bem, me perguntei novamente se era realmente possível vencer essa batalha.
Joui manteve a expressão séria enquanto seus olhos pareciam faiscar em raiva, seu corpo começou a soltar faíscas que logo foram conduzidas até a espada soltando uma grande descarga elétrica em Ares, que se contorceu em dor, largou a lâmina espiralada do asiático, pegou a sua própria e se levantou, o fogo em seus olhos se tornaram mais intensos, tons de vermelho e laranja pareciam querer saltar de suas orbes, achei que sua expressão iria ser de completa fúria mas o deus gargalhou alto, claramente se divertindo.
- Nada mal - disse Ares. - Você poderia se tornar um grande guerreiro, se junte a mim, vou te transformar em meu aprendiz, quem sabe até te tornar um deus menor? Me ajude a capturar o filho de Hades. Afrodite vai ficar chateada comigo, mas logo supera...
- Cala a boca - Joui apontou a katana para o peito de Ares.
Nunca havia visto Joui daquele jeito, e o golpe... foi realmente impressionante, Liz e Thiago pareciam concordar comigo mesmo sem saber de meus pensamentos. A mais velha, balançou a cabeça como se saísse de um transe e gritou:
- Ele está tentando de influenciar! - alertou ela. - Não se deixe levar!
Concordei com Liz e finalmente atirei outra flecha, acertou a canela de Ares, não pareceu surtir muito efeito, ele simplismente tirou a ponta e quebrou no meio minha preciosa flechinha como se não fosse nada.
Uma outra flecha veio pelo lado, Ares desviou, mas o birote cravou em seu antebraço. Beatrice recarregou a balestra e se preparou para atirar novamente. Mesmo sem supostamente nenhum tipo de treinamento, a morena tinha uma ótima mira.
Ares a ignorou, arrancou a flecha e disse:
- Já está ficando chato, vou acabar com isso logo.
Ele empunhou sua grande espada novamente e foi para cima de Thiago. O moreno tentou desviar, mas Ares o derrubou, cravando a espada em seu ombro, como Thiago havia feito com ele, quase como se o deus estivesse se vingando, e pisou em cima de seu peito com força.
Thiago gruniu de dor.
- Não! - Liz correu para cima de Ares e tentou pular em suas costas.
- Sai do meu caminho! - Ares cravou a lâmina de sua espada em sua barriga.
Liz caiu para trás, soltando suas armas.
Atirei de qualquer jeito, tremendo pelo medo de que o pior acontecesse. A flecha bateu em seu braço e caiu, deixando apenas um arranhão.
Ares se voltou para Thiago, precionou o moreno mais uma vez contra o chão, ele tossiciu em busca de ar desesperadamente.
- Desgraçado! - Joui atacou.
Ares tentou bloquear com a espada mas Joui se abaixou, afundando a katana no estômago dele, o deus deu alguns passos para trás, libertando Thiago que inspirou fundo, ele respirava com dificuldade, consegui o ouvir gemer de dor ao tentar se sentar, o que não conseguiu, ele caiu para trás novamente e fechou os olhos com força, seu rosto se contorceu.
- Dante...
- Deixa comigo - o loiro me interrompeu enquanto pegava o pote com cinzas (que eu preferia nem saber do que era) e abria seu grimório em uma página com um grande símbolo espiralado, com outras formas geométricas se entrelaçando no círculo.
Ele despejou um pouco das cinzas em sua mão e soprou na direção de Thiago, o ritual agiu sozinho sem que Dante precisasse chegar perto.
As cinzas entraram por dentro da camiseta de Thiago e para a minha surpresa, parte das cinzas se dispersaram em direção de Liz.
Então ele consegue curar mais do que uma pessoa por vez. Isso é incrível.
- Precisei ser rápido, iria demorar demais curar vocês dois completamente - explicou Dante.
Pela primeira vez desde o começo da batalha, vi raiva nos rosto de Ares, as chamas em seus olhos se tornaram quase completamente vermelhas, o fogo se movimentava e crescia.
- Eu disse para saírem do meu caminho! - gritou Ares.
Aproveitando que Joui ainda estava a seu alcance, ele levantou suas mãos acima da cabeça, deixando impossível que o asiático escapasse de seu golpe.
- Não! - corri em sua direção sem pensar duas vezes.
Ares desceu a espada com tudo, mas algo o impediu de acertar Joui.
A terra começou a tremer.
- Mas o que...
Antes que Ares pudesse terminar a frase, uma rachadura se formou embaixo do deus, que logo se abriu e o chão se desnivelou consideravelmente, foi o suficiente para fazer Ares se desequilibrar, ele cambaleou e se apoiou na espada para não cair.
Joui rapidamente se afastou assustado, mas preparado para se defender, a lâmina inteira estava completamente banhada pelo Ícor.
- Deixa eles... em paz... - Cesar estava agachado no chão. - Sou eu quem você quer... deixa eles...
- O que tá fazendo?! - gritou Joui. - Sai daí!
Cesar fez que não com a cabeça, se levantando com certa dificuldade.
- Eu não posso deixar vocês... não é justo...
- Não importa, você não tem como lutar nesse estado! - disse Liz se levantando.
- Cesar, corre! - disse eu.
- Cesar, ouve a gente, por favor! - disse Thiago também se levantando.
Ares gargalhou alto.
- Pirralhos idiotas - disse ele rindo. - Não percebem que esse é ponto fraco de vocês?
- Do que está falando? - perguntei.
- O coração - disse Ares. - Vocês se apegam demais, se importam demais, é assim que a maioria dos semideuses morrem.
- Afrodite não concordaria com isso - disse Thiago.
- O amor é uma arma poderosa para o lado inimigo - disse Ares. - Eu e Afrodite temos muito mais em comum do que imagina de formas bem improváveis.
- Eu nunca vou entender o que minha mãe vê em você - disse Thiago.
- Me diga, Fritz, como conseguiu essa cicatriz? - perguntou Ares.
Thiago o encarou em silêncio.
- Você pulou na minha frente para proteger sua querida Elizabeth - disse Ares. - Você mesmo causou isso, por causa dela. E valeu a pena seu amor por sua audição?
- É claro que sim, que tipo de comparação é essa? - disse Thiago. - E para a sua informação, estou ouvindo de novo.
- Patético - riu Ares. - Vocês não passam de peças no jogo dos deuses, são só peões.
Cerrei os punhos irritado, saber que foi ele quem havia feito aquilo com Thiago me deixava com ainda mais raiva.
- Logo compreenderão o quão frágeis e manipuláveis vocês são - disse Ares. - Eu vou garantir que fique bem claro quem é que manda aqui.
- Arthur, Beatrice, se afastem de Ares, atirem de longe - Liz nos instruiu. - Vai um para a direita outro para a esquerda, assim vão cobrir a maior parte do perímetro.
- Ok - Beatrice correu para a direita.
- Tá bom - disse e corri para a esquerda me sentindo mais confiante por estar sendo instruído por uma pessoa que sabe o que está fazendo.
- Thiago, você vem comigo - disse Liz. - Dante, fique atrás de nós, precisamos do nosso curandeiro bem.
Dante e Thiago concordaram.
- E Joui, tira o Cesar daqui nem se for com a força do ódio.
- Hai! - respondeu Joui.
- Vou levar isso como um sim - disse Liz. - Todos a postos, vamos.
Liz nos instruía com tanta facilidade que tive certeza que não era a primeira vez que comandava uma batalha sem ser as do Captura a Bandeira.
Liz e Thiago pareciam compartilhar os pensamentos, não tem outra explicação para sincronia daqueles dois, somente com um olhar, sabiam exatamente o que fazer. Eles avançaram e atacaram juntos.
Thiago deixou Liz passar na sua frente, dando espaço para a garota tentar golpea-lo, Ares desviou o que fez uma brecha para Thiago agir, o moreno abaixou e tentou derruba-lo mas o deus foi mais rápido e o bloqueou com a espada e o atacou em seguida.
Dante agarrou a blusa de Thiago e o puxou para trás, o que fez o moreno levar apenas um corte raso no braço.
- Você tá bem? - perguntou Dante.
- Defina bem - disse Thiago. - mas não estou morto graças a você, obrigado.
Dante suspirou aliviado e disse:
- Para trás.
Ele esticou os braços enquanto olhava fixamente para Ares, suas veias se tornaram pretas e visíveis, o loiro bateu uma palma enquanto dizia:
- Rotura.
Foi o golpe que mais afetou Ares até o momento. O deus se contorceu, vários pontos de seu corpo abriram pequenas feridas.
- Foi mais fraco do que esperava - disse Dante frustrado.
- Fraco? - perguntou Thiago. - Se esse ritual foi enfraquecido, não quero nem ver o original.
Thiago tirou as palavras de minha boca. Foi a primeira vez até aquele momento que vi Ares genuinamente irritado.
Atirei ao mesmo tempo que Beatrice quando vimos o deus se virar para Dante, conseguimos o distrair com as flechas entrando em suas costas.
- Eu vou fazer vocês se arrependerem de terem me desafiado! - gritou Ares.
Joui passou correndo por mim, ele teve que contornar a luta para conseguir chegar até o outro lado sem atrapalhar, acho que escolheu não voar novamente por conta da viatura da polícia que de aproximava, vai que o que eles iriam ver ia ser algo considerado suspeito e atirariam?
- Agora sim isso vai começar a ficar divertido - o sorriso de Ares se alargou ao ver um homem de cabelos extremamente pretos e uma mulher de coque bem preso saírem do carro com suas pistolas já em mãos.
- Merda... - disse Liz. - eu odeio ter que lidar com a polícia, agora temos que protegê-los também.
Vendo a distração que os policiais tinham causado, Ares recuou para longe de nós.
- Crianças, não se preocupem, vai ficar tudo bem! - o homem gritou e apontou a pistola para Ares.
- Não! - gritou Thiago.
- Espera! - disse a mulher. - Podemos acabar acertando um deles, chama mais reforços, Gonzalez, os outros estão demorando muito.
- Você tá certa - o policial pegou seu rádio e se dirigiu a Kenan (que ainda estava amarrado).
- Socorro! - gritou o senhor. - Ele está fazendo minha filha e seus amigos de refém!
Kenan piscou de forma nada discreta para nós.
Liz fez balançou a cabeça negativamente para o irmão em desespero.
A intenção foi boa, mas isso só é mais um motivo para os policiais atirarem.
Ares aguardava ansiosamente, como se alguma espécie de show estive prestes a começar. Em outra ocasião, essa seria a oportunidade perfeita para o derrotarmos, mas com os policiais nos vigiando, não podíamos agir sem pensar.
- Não se preocupe, senhor, iremos resgatar sua filha - tranquilizou Gonzalez tentando o liberar das raízes sem sucesso.
- Ninguém precisa se machucar aqui! - a outra policial se aproximou. - Larga a arma agora e eu prometo que sua pena será reduzida por ter se entregado.
Ares rui e apontou a espada para frente. Os policiais se prepararam para atirar.
- Não! - gritei jundo de Joui e Cesar.
- Não se aproximem, é isso o que ele quer, vai tentar matá-los na primeira oportunidade - disse Cesar se levantando do chão com dificuldade.
- É melhor ouvirem os pirralhos - disse Ares. - Vocês não tem nem chance.
- Isso é uma ameaça? - perguntou a policial.
- Vão ver a verdadeira ameaça agora - Ares foi apontando a espada um por um de nós, como se estivesse escolhendo qual abateria primeiro.
Engoli em seco e olhei os demais a minha volta, quase como se estivéssemos conectados a mente um do outro, soube por seus olhares que pensávamos na mesma coisa: vamos ter que continuar a lutar se quisermos que os polícia sobrevivam.
- Merda - Gonzalez atirou.
Ares desviou facilmente. Sim, a criatura conseguiu desviar de um tiro.
- Vejamos, qual peão devo escolher? - Ares já parecia ter se decidido apesar da perguntou.
Ares começou a andar em nossa direção.
Os policiais pareceram achar que o deus iria se render, pois repetiram para ele largar a arma.
Preparei uma nova flecha e tentei mirar na cabeça de Ares, parecia uma tarefa simples, mas tinha que pegá-lo desprevenido se quisesse ter certeza de que acertaria, então esperei.
Percebi que os demais fizeram o mesmo, aguardando ele atacar primeiro. Mal sabíamos que aquele foi nosso pior erro.
- Vocês vão se arrepender de não terem me entregado o filho de Hades - disse ele.
- Você promete demais mas não fez quase nada até agora - Cesar retrucou. - é o deus da guerra mas só atacou quando se sentiu ameaçado por um bando de adolescentes, é bem mais fraco do que imaginava.
Senti o medo percorrendo por meu corpo e atirei antes da hora novamente.
A flecha que tanto mirei passou por trás de Ares e nem se quer acertou de raspão.
Cesar apenas pegou sua funda e ergueu uma sombrancelha esperando alguma resposta.
Ele riu com desdém e disse:
- Pois bem, meu peão - Ares apontou sua espada para Cesar. - vamos ver quem é fraco agora.
O fogo dos olhos de Ares se tornou completamente vermelho, como se apenas a frase dita por Cesar tivesse o irritado bem mais do que nossos ataques.
Por um momento, os olhos de Cesar se emanaram um brilho vermelho, mas o mesmo fechou os olhos com força, soltou um grito de dor e levou as mãos a cabeça como se estivesse com uma terrível enxaqueca.
- Cesar! - Joui finalmente chegou até o garoto.
- O que você está fazendo com ele?! - a policial correu na direção de Cesar.
Ares bocejou entediado e estalou os dedos. A policial parou bruscamente, a mulher parecia paralisada de medo, ela largou a arma e começou a andar para trás. Gonzalez, o outro policial, repetiu o ato da moça e os dois começaram a voltar até o carro.
Eu já não sabia mais o que fazer. Tentei mandar outro feixe de luz até Ares, mas não foi eficaz, a claridade só pareceu incomodar o deus por um breve momento, ele coçou os olhos com uma mão e correu até mim.
O restante da equipe atacou o deus com raiva e cansaço estampados em seus rostos. Liz fez dois grandes cortes nas costas. Thiago fincou sua espada no ferimento no estômago que Joui havia causado, o abrindo mais. Dante esfaqueou Ares com sua adaga e se afastou. Dois virotes de Beatrice ficaram pendurados em um dos ombros do deus, até Orpheu atacou, dando um rasante na cabeça do deus.
Joui parecia tentar entender o que estava acontecendo com Cesar. Ele agachou, agarrou os ombros do outro e disse que ia ficar tudo bem.
- O que está acontecendo com ele? - perguntei enquanto tentava mirar outra flecha.
- Eu não sei - respondeu Liz. - Nunca vi isso antes.
- Nem eu - disse Thiago. -, mas vindo do Ares, coisa boa não é.
Dito e feito. Mesmo com tantos ataques de uma vez, Ares conseguiu erguer sua espada, Thiago e Dante sairam da frente ao verem o deus descê-la na direção deles, para, em seguida, apontá-la novamente para Cesar e dizer:
- Recomponha-se.
Os olhos do cabeludo se abriram imediatamente, ele se levantou sem dizer uma palavra.
- Cesar? - Joui se levantou junto.
- O que tá acontecendo com ele? - perguntei a Joui enquanto minha flecha acertava em cheio o meio do peito do deus.
Ares sorriu friamente, nem se preocupou em retirar a flecha espetada em seu coração, parecia satisfeito com seja lá o que estava fazendo com meu amigo. Ele direcionou sua espada até Joui e comandou:
- Atire.
Sem exitar, Cesar preparou sua funda e mirou na cabeça do asiático.
- Cesar? - Joui se afastou.
Onde Joui ia, Cesar acompanhava mirando, seu rosto não tinha nenhuma expressão.
- Joui, sai daí! - conhecia o asiático a tempo mais que suficiente para saber que ele não recusaria mais do que daquela distância.
Ele estava mais preocupado com o nosso bem estar do que com sua própria segurança. Corri em sua direção mesmo sabendo que seria inútil, não me preocupei em ver como os outros estavam no momento, nem se quer olhei para trás.
- Cesar-Kun - ele largou a espada no chão. - Sou eu. Joui. Seu melhor amigo. Você tem que sair dessa.
Os olhos de Cesar expressaram dor por um milésimo de segundo, o que não passou despercebido pelo asiático.
- Você é mais forte do que o comando de Ares. Eu sei que é.
Parei de correr. Ele estava conseguindo tirá-lo do transe somente conversando.
Cesar serrou os olhos com força novamente. Seus braços começaram a tremer e se movimentarem para o lado com muita dificuldade, consegui ver uma lágrima escorrendo por seu rosto. Ele realmente estava conseguindo.
- Cesar-Kun? - Joui deu alguns passos para frente sem receio algum.
- Eu disse... - ouvi a voz grossa de Ares ecoando. - atira.
O mundo pareceu ficar mais lento por um momento. Consegui ver perfeitamente Cesar abrir os olhos vazios assim que o novo comando foi dado e puxar até o máximo que conseguia a tira amarrada à funda. Joui estava no máximo a um metro de distância do garoto, ele não se moveu nem um centímetro. A pedra se chocou contra o rosto do asiático, abriu sua bochecha, saiu por sua boca, perdeu a velocidade e caiu ensanguentada no gramado.
Joui caiu desacordado da mesma hora.
O sangue jorrava de seu rosto, formando uma poça no chão.
Cesar largou a arma. Agora já não era mais controlado. Tive certeza disso ao o ver seus que olhos marejados pelas inúmeras lágrimas que escorriam de forma descontrolada expressarem completo desespero, ele continuou parado, completamente em choque.
- Não! - Liz passou por mim chorando.
Ela se jogou ao lado do asiático, pegou seu kit de primeiros socorros e começou a tirar vários pedaços de gaze e panos para estancar o sangramento.
Mais uma vez, não fiz nada para impedir o pior de acontecer.
Eu sou tão inútil. Voltei caminhando até Ares com esse pensamento.
Thiago atacava o deus com movimento repentinos e contínuos, furioso.
Eu já não conseguia agir raciocinalmente. Estava assustado, com raiva, novamente sem saber o que caralhos deveria fazer. Minha visão ficou turva pela lágrimas.
Dante partiu para cima de Ares sem hesitar. O loiro limpou suas lágrimas, despejou o restante das cinzas que haviam sobrado em sua mão enquanto sussurrava:
- Decadenza.
Em seguida, as cinzas mudaram seu estado físico, se transformando em uma densa nuvem de fumaça preta que se movimentava violentamente para cima de Ares, como se fosse algo vivo, ao entrar em contato com o deus, ele se contorceu em dor.
- Seu filho... - ele tossiciu em seco, se virando lentamente em nossa direção. -... da puta... eu odeio feiticeiros.
Instivivamente segurei o braço do loiro.
- Dante, fica atrás de mim.
Mas ele não se mexeu nem um centímetro.
- Eu não vou deixar você se responsabilizar por algo que não fez - ele respondeu baixo.
- Vamos juntos, então - preparei mais uma flecha.
Ele sacou sua adaga.
- Sai de perto do meu irmão! - Beatrice chegou por trás de Ares e deu uma balestrada com toda a força na nunca do deus.
Ares cambaleou para frente, se apoiando na espada para não cair.
- Eu não tô falando com você ainda! - Ares se virou para ela e ameaçou golpea-la - Esse filhos de Deméter são todos iguais, um bando de intrometidos.
- Do que está falando? - perguntou Beatrice. - Não tem nenhum filho dela aqui.
- Tem certeza? - ele sorriu friamente. - Não sei se seu irmão pensa da mesma maneira.
- Como assim? - ela deu alguns passos a frente
- Bea, não! - gritou Thiago.
- Arthur, não posso deixar ela sozinha - disse Dante.
- Eu vou com você - me apressei em dizer.
Dante agradeceu e fomos juntos em direção a morena.
- Você nunca se perguntou porque é completamente diferente de Dante? - perguntou Ares. - Bem, eu posso te contar a verdade.
- Você pode? - Beatrice pareceu bem interessada.
- Lilian, eu não sei do que ele está falando! - Dante se colocou entre Ares e Beatrice, ficando completamente exposto a possíveis ataques. Thiago continuava atacando sem escrúpulos, Ares desviava com facilidade de seus ataques, que se tornavam cada vez mais previsíveis, ele não estava mais pensando antes de agir.
Fiquei de costas para Dante, protegendo a retaguarda. Ares tinha um sorriso macabro estampado em seu rosto.
- Você me chamou de quê? - não precisei ver Beatrice para saber o quão brava ela estava.
- Beatrice! - disse Dante. - esse é... seu nome.
- Não, você me chamou de Lilian! - disse ela. - Que nem o papai me chamou no sonho.
- Lily... Bea, me escuta, ele não é nada confiável...
- E você é, Dante? - ela gritou. - Se é que esse é seu nome mesmo.
- Por favor, você tem que confiar em mim... eu não posso perder você também... - a voz trêmula de Dante despedaçou meu coração.
Eu não sabia nem metade da história, mas pensar no quanto eles devem ter sofrido dói.
- Se quer minha confiança porque não conta a verdade? - perguntou ela.
- Porque eu não posso - disse Dante desesperadamente. - Você vai morrer se lembrar!
Ares estava influenciando Beatrice a agir daquela forma, era nítido, nem a um minuto atrás ela salvou Dante (e me salvou também), Bea podia estar chateada, mas nunca o tratou daquele maneira.
Não podia ficar parado ali esperando os dois começarem a discutirem e brigarem entre si.
Disparei outra flecha, ela foi certeira, bem no tórax de Ares, se juntando a outra ainda cravada naquela região.
Ele focou sua visão em mim. Quando o fogo em seus olhos se tornou vermelho, soube o que ele queria fazer e olhei para baixo antes que ele pudesse me ordenar algo.
Ele rosnou frustrado.
Thiago aproveitou que o deus se mantinha distraído e cortou horizontalmente as costas de Ares. Ele sugou o ar entre os dentes, já era a segunda vez que demonstrava dor.
Ele soltou uma mão de sua espada e se virou para Thiago, o deus fechou o punho e desferiu um soco no rosto do moreno, deixando um grande hematoma no processo.
Ele caiu com o impacto, se mantinha consciente mas seu rosto sangrava.
- Sai de perto dele! - atirei furioso, ele não iria levar Thiago também.
As costas do deus estavam completamente cobertas de feridas abertas jorrando Ícor, não foi difícil acertar uma delas.
Ele se virou para mim. Abaixei meu olhar novamente.
- Porque você não olha? - provocou Ares. - Tá com medinho?
- Nós não somos idiotas para cair no mesmo truque duas vezes - disse eu.
O deus não ficou nada contente com minha afirmação e partiu para cima de mim.
Não podia recuar dessa vez. Tinha que proteger Dante e Beatrice.
Fiz o que pude e atirei novamente.
Ares desviou, ele já estava perto demais agora, não tinha como atirar com o arco e flecha. O deus tentou descer sua espada em mim, mas consegui utilizar meus arco como um escudo e o impedi de me atingir. Agora tinha em mãos dois pedaços de um arco quebrado do meio.
Ares sorriu vitorioso.
- Boa tentativa, meio...
Joguei o que restou da minha arma na cara de Ares e recuei o máximo que pude vendo que os irmãos tinham ido alguns metros mais para frente.
Ainda tenho minhas flechas. Pensei e desci a alça da aljava para meu alcance para conferir quantas munições me restavam: apenas duas.
- Mas não é possível! - reclamei em voz alta.
- Vejo que não é seu dia de sorte - caçoou Ares enquanto vinha caminhando lentamente.
Ok, agora é a hora de ser criativo. Peguei as últimas duas coisas que me restavam e tentei copiar o que Liz fazia com suas foices, apontando a parte pontuda para frente, tentando proteger meus pontos vitais.
Recorri a ajuda que o sol me dava e enviei vários feixes de luz vindos de pontos diferentes até Ares.
Dessa vez surtiu efeito, ele ficou atordoado por alguns instantes, cobrindo seu rosto. Foi o suficiente para que eu conseguisse atacá-lo primeiro.
Cravei as flechas em seu peito e rasguei para baixo. Ares tentou me dar uma cotovelada, mas desviei, levando as duas flechas intactas comigo, minhas mãos estavam sujas de Ícor.
Voltei a posição defensiva e deixei que ele atacasse primeiro dessa vez.
- Lilian, você pode brigar comigo o quanto quiser quando estivemos seguros mas agora nós temos problemas maiores - ouvi Dante dizer. - Sei que você consegue sair disso, é mais forte do que ódio de Ares.
O deus tentou passar por mim, sabia que ele estava indo atrás de Beatrice para que ela não cedesse.
Não o deixaria chegar até ela tão fácil. Lancei uma de minhas últimas flechas, que cravou na região do seu braço.
- Você se diz tão poderoso mas não conseguiu me acertar nem uma vez até agora, está sendo tão facilmente derrotado por um filho qualquer de Apolo - mesmo morrendo de medo, o confrontei - Se quiser chegar neles, vai ter que passar por mim primeiro!
Cerrei os punhos para impedir que meus braços tremessem, tentei parecer o mais confiante possível.
Eu só tinha mais uma flecha, uma última chance de Beatrice voltar a ser ela mesma antes que Ares consiga chegar até eles.
Respirei fundo tentando manter a calma ao ver que ele tinha mudado sua atenção para mim.
Não tinha nenhuma chance, eu ia morrer, ter consciência disso era a parte mais assustadora. Apontei para frente a minha única defesa, fechei os olhos já conformado e esperei.
Mas ele não chegou até mim. Senti uma mão me puxar pelo braço para trás, me empurrando para o lado.
Meus olhos se abriram por reflexo, vi Beatrice acertando dois virotes de uma vez em Ares enquanto dizia:
- Você não vai levar ele também!
- Arthur, você tá bem? - perguntou Dante.
- Sim... obrigado... - respondi.
- Fique aqui - disse o loiro mas o segurei.
- Espera, a gente não vai conseguir vencer desse jeito, você estava certo - disse eu.
- Sei disso mas... o que devemos fazer, então? - ele me perguntou.
- O quê?
- Você é o único no momento dos mais experientes que tem condições de tomar a liderança, o que temos que fazer? - ele reformulou a pergunta.
Olhei em volta. Thiago estava com as roupas todas sujas de terra por estar se arrastando no chão até sua espada, completamente esgotado; Liz limpava o rosto agora pálido de Joui com a assistência de Cesar que já havia saído do transe e agora segurava e pegava itens do kit médico da morena, ambos estavam concentrados em salvar o asiático.
Voltei meu olhar para Dante e disse:
- Temos que sair daqui, esquece o Olimpo, vamos para o acampamento. Se continuar desse jeito, ele vai dos derrubar, um por um, para garantir que ninguém fique em seu caminho até Cesar.
- Ok, mas temos que dar um jeito de fugir, Ares não vai nos deixar ir tão fácil assim.
- Você está certo, de novo - sentia que Dante estava me direcionando sobre o que fazer mais do que o contrário.
Fiquei aliviado em saber que não teria que fazer tudo sozinho.
- Cesar, Liz, Joui e Kenan já estão longe - observei. - Primeiramente temos que tirar Thiago de perto do Ares.
- Não acho seguro você confrontar ele novamente - disse Dante. - Eu e Beatrice vamos distraí-lo, você vai ajudar Thiago.
- Tá bom - concordei. - Toma cuidado.
- Você também - ele girou a adaga entre os dedos.
Partimos em direções opostas.
- Thiago - o chamei baixo. -, vamos embora.
- O quê? - ele não estava nada bem.
O ajudei a pegar sua espada e se levantar, passei seu braço por meus ombros de forma que ele pudesse se apoiar.
- O Joui tá bem? - ele me perguntou.
- Eu não sei, mas a Liz e o Cesar estão cuidando dele - disse sincero.
- Ele vai ficar bem - concluiu Thiago. - Qual é o plano, Tutu?
- Voltar para o acampamento - disse o ajudando a caminhar bem divagar para não chamar atenção. - Não tem como ir ao Olimpo sem passar por Ares e vocês já estão feridos demais para continuar fazendo esforço.
- E como vamos fazer isso? - me surpreendi ao não ser questionado.
- Eu esperava que você pudesse me ajudar a pensar nisso - confessei.
- Você está indo muito bem, Arthur, admitir que precisa de ajuda não é para todos - disse Thiago. - Eu tenho uma idéia, minha mãe está me devendo um favor, acho que já sei o que pedir.
- O que vai fazer? Seduzir Ares? - tentei brincar para descontrair um pouco o clima.
- Quase isso, você vai ver - Thiago sorriu. - Eu vou rezar para Afrodite.
- Chegamos no ponto de rezarmos para sobreviver? - disse eu.
- É, basicamente - disse Thiago. - torce para minha mãe me ouvir.
Assim que a última palavra foi dita por Thiago, senti minhas costelas sendo perfuradas por algo pontudo.
- Arthur! - ouvi Beatrice me chamar.
A dor fez meus joelhos flexionarem, resisti ao impulso de largar Thiago, com minha mão livre segurei o facão cravado ao lado do meu corpo e o puxei com força, doeu mais do que ser atingido, reconheci como aquela sendo a faca que Ares anteriormente carregava em sua coxa. Ela se transformou em espada novamente em minhas mãos, era pesada demais, acabei a largando.
- O que aconteceu? - Thiago me perguntou.
Me virei para entender o porquê daquilo e vi Ares nos encarando. Beatrice recarregava sua balestra, Orpheu bicou a cabeça de Ares e voltou para o ombro de sua dona, Dante estava um pouco a frente da irmã, tinha sua adaga banhada pelo Ícor do deus.
- Acham que vão aonde? - disse Ares. - Ainda não terminei com vocês.
- Não! - Beatrice atirou.
O virote pegou de raspão o braço do deus que vinha correndo nossa direção.
Tentei ir mais rápido, mas tendo que praticamente carregar Thiago, essa era uma tarefa impossível.
Olhei para trás, Ares estava a poucos metros de nosso alcance, Beatrice e Dante corriam atrás dele, tentando o impedir mas não ia dar tempo.
- É melhor começar a rezar para sua mãe - disse e derrubei Thiago no chão, peguei sua espada e me coloquei a sua frente.
Ares pegou sua própria arma e partiu para cima de mim, tentei bloquear seu ataque mas ele me desarmou facilmente, a espada de cabo amarelo voou de minha mão, fazendo um barulho metálico ao colidir com o gramado.
Segurando a enorme espada com as duas mãos, Ares fez um corte liso em meu braço esquerdo, o arrancando de meu corpo, o sangue jorrava se meu ombro, meu membro decepado despencou no chão jundo de mim. A dor era indescritível de tão terrível, minha visão foi escurecendo enquanto Thiago gritava ao meu lado, as palavras que saiam de sua boca pararam de fazer sentido.
A última coisa que vi antes de tudo se tornar escuro, foi Dante murmurando algo enquanto despejava cinzas em sua mão.
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Oi gente. Peço desculpas por ter sumido, minha semana de provas já passou mas achei que tinha ficado de recuperação em alguma coisa e no final fiquei estudando português e química para nada, nesse meio tempo mal consegui escrever. Juntando a morte do Joui e eu ter ficado doente por incrível que pareça fez quase uma chave virar na minha cabeça e me vez lembrar que tinha uma batalha inteira para escrever. AGORA SIM voltamos com a programação normal. Um capítulo por semana.

O Segredo No AcampamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora