Era uma vez uma mente curiosa e que pensava mecanicamente antes de fazer absolutamente tudo e... Não, nossa história não pode começar assim, nem sei se é correto usar o termo "era uma vez"... Bom, mal começou e já me sinto totalmente perdida, peço humildemente perdão em nome de Aslam. Antes de ler o verdadeiro parágrafo do livro, quero que saiba que a trama com certeza será envolvente e bastante detalhada, e muitas aventuras o aguardam a cada capítulo, porque é bem obvio usarmos a palavra "aventura" quando o incrível mundo de Nárnia esta sendo descrito. Ah! quase me esqueci! Puxa! Que memória a minha! É claro que esse livro contém romances e paixões, mas que fique bem claro que nem tudo gira em torno disso. Caro leitor, você já deve estar impaciente com toda essa minha enrolação, mas acredite, gosto de fazer uma breve apresentação antes de começar a contar algo. Sem mais delongas, vamos lá!
A nossa história começa em uma manhã cinzenta e chuvosa de inverno em Finchley, onde as pessoas andavam de um lado para o outro apressadas com trabalhos e compromissos, os automóveis locomoviam-se ligeiramente sob a estrada espalhando fumaça através dos pneus, os relógios tilintavam os ponteiros de um lado para o outro marcando a hora e a cada 2 horas, o cuco aparecia sinalizando a cronometragem do tempo, crianças corriam em direção as escolas, e vendedores gritavam na tentativa de vender algo naquela manhã, era possível ouvir o que diziam: " –Promoção, leve 5 blusas de inverno por 10, apenas hoje hein. Aproveitem meus amigos, o inverno parece mais frio esse ano".
Mas, a história não se inicia exatamente no centro da cidade, e sim numa curva na segunda avenida principal, onde habitava numa enorme e rica casa, uma família fria, sem sentimentos e acima de tudo rígida, eram os Ketheleen, que tinham uma filha chamada Mariana Ketheleen, ou Mia, você que sabe, particularmente, eu prefiro Mia, sem formalidades. Continuando... Mesmo com toda a tradição da família e as regras que era obrigada a seguir, Mia era diferente e muitas vezes mal compreendida por seus pais que apenas achavam que seu futuro promissor deveria depender de suas escolhas, escolhas essas árduas e sombrias. Naquela manhã escura e chuvosa de 1941, a menina que tinha em média entre 14 e 15 anos, estava sentada na beira da janela de seu quarto observando a triste paisagem da cidade chorando pesarosas lágrimas.
Chorava assim porque tinha tido uma conversa na noite anterior com seus pais sobre a mudança repentina de escola, estudaria a partir da manhã seguinte, no Colégio Experimental, rígido e difícil assim como seus pais desejavam, teria de abandonar seus estudos na Marken College onde tinha amigos e pessoas em que se podiam confiar, para ir em outro lugar totalmente desconhecido e sem saber o que lhe aguardava. Não poderia estar mais infeliz. De vez em quando pensava com raiva: "– Ah! Se eu pudesse e tivesse coragem de enfrentar o papai, ele ia ouvir umas poucas e boas" e novamente desatava a chorar. Não tinha escolha. Decidiu se levantar e começar a organizar sua farda antes que seus pais a vissem chorando em seu quarto totalmente desarrumada.
Enquanto vestia a blusa percebeu o quanto a mesma pinicava, respirou fundo e resolveu esquecer aquele incômodo besta, passando a pentear as mechas de cabelo enrolando as pontas dando um volume muito grande para as madeixas de fios avermelhados. Seguiu para o espelho e admirou suas sardas, percebendo o quanto ficou vermelha após chorar desde a noite interior. Para esconder quaisquer resquícios de sofrimento em seu rosto, resolveu pegar o pó de arroz e colocá-lo um pouco em sua face, funcionou muito bem fazendo ela suspirar. Correu até sua bolsa para conferir se todos os materiais necessários estavam corretamente em seus devidos lugares, até que percebeu que havia deixado escapar um detalhe, talvez o mais importante: seu livro preferido que a ajudaria a passar os intervalos monótonos na nova escola. Andou até a sua prateleira e pegou cuidadosamente Anne de Green Gables e achou que seria uma boa ideia por Sherlock Holmes junto, os guardando na mochila logo em seguida. Abriu a porta do quarto e desceu as escadas da casa a passo largos, até onde sua mãe estava.
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O BATER DE ASAS DAS BORBOLETAS | Edmundo Pevensie x OC
FanficMia Ketheleen, uma garota nem tão simples assim e que desejava acima de tudo ter uma vida comum em Finchley, é obrigada por seus pais a estudar no Colégio Experimental - rígido, igual as regras que as tradições familiares ditavam - onde acaba se tor...