2; | Estação de trem |

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Já era o intervalo e Mia se encontrava sentada no banco do pátio lendo Anne de Green Gables, logo na parte em que a menina põe óleo de rícino em vez de baunilha no bolo

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Já era o intervalo e Mia se encontrava sentada no banco do pátio lendo Anne de Green Gables, logo na parte em que a menina põe óleo de rícino em vez de baunilha no bolo. O pátio lotado de crianças e adolescentes, alguns tão quietos quanto Mia e outros puxando o saco dos alunos ou fazendo piadas acerca de aquilo e outra coisa. O lugar tinha muitas árvores floridas e outras murchas, como se ninguém tivesse preocupado com elas e acabassem esquecendo de cuidá-las. Em geral, o intervalo era o que Mia esperava, monótono e sem graça, e a única companhia que tinha era o seu livro, e há quem diga – e eu concordo plenamente – que não existe melhor companhia que aquela. Continuou assim por um tempo até sentir alguém se sentar ao seu lado com uma certa distância e virou o rosto para saber de quem se tratava. Era Edmundo. Que ficou curioso ao ver a nova aluna ruiva do Colégio Experimental e veio lhe dar boas-vindas.

– Olá! – disse receoso – Bom, me chamo Edmundo. Vim lhe dar boas-vindas... Mariana, certo?

– Apenas Mia – ela diz fitando seu olhar nas páginas do livro – Mariana é muito formal, eu particularmente não gosto

– Ah! Claro! Sabe, se quiser ajuda sobre como funciona as regras da escola ou as sessões psicológicas que a diretora faz com os erros dos alunos, pode contar comigo. – diz ele gentilmente – O que está lendo?

– Anne, Anne de Green Gables

– É um bom livro

– Eu sei, é o meu preferido, ficando atrás de Sherlock Holmes, é claro

– Tenho de concordar – ele sorri – Já deve ter encontrado Lúcia por aí, não é?

– Sim, sim. Ela é adorável, inclusive me defendeu de uns garotos nada simpáticos assim que cheguei

– Jason e Ryan? Deve ter sido eles. A cada dia que passa se tornam mais irritantes, se é que isso é possível – fala após uns segundos – Fiquei de encontrar Pedro e Susana na estação de trem... Se quiser conhecê-los pode me acompanhar, mas é só se quiser mesmo

– Por mim tudo bem. Acho que não demorando muito, o meu pai nem perceba que eu sai da escola por um tempo... Tomara que ele não descubra mesmo – a última frase disse quase como um sussurro, mas que Edmundo conseguiu ouvir

– Ele é tão rígido assim? – indaga

– E como! Foi por intervenção dele que eu acabei vindo estudar aqui, se não fosse por isso, ainda estaria na minha antiga escola e... – mas não conseguiu prosseguir, sua voz ficou falha e parou imediatamente, fazendo Edmundo se tocar que não deveria ter perguntado e nem tocado no assunto

– Desculpe! Juro que não foi intenção minha tocar nesse assunto que pelo visto a deixou um tanto magoada

– Não, tudo bem! Você não podia saber. Mas sobre a proposta, as 11 horas seria um bom horário? – pela primeira vez sorri para ele que retribui

O BATER DE ASAS DAS BORBOLETAS | Edmundo Pevensie x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora