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Os dias se passaram voando, o tique-taque do relógio parecia apressado enquanto girava seus ponteiros, e logo Edmundo foi embora de Finchley e retornou à Cambridge, voltando a se comunicar com Mia através da correspondência

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Os dias se passaram voando, o tique-taque do relógio parecia apressado enquanto girava seus ponteiros, e logo Edmundo foi embora de Finchley e retornou à Cambridge, voltando a se comunicar com Mia através da correspondência. Esta, se não escrevia, dedicava todo o seu tempo enfiada na leitura de Entre páginas e palavras, chegando cada vez mais em sua conclusão de Abigail ser Katherine, de fato, estava em seu estado perfeito. A mansão Ketheleen se tornou um ambiente de pura harmonia, todos sorriam, a parte de fora da casa parecia mais viva, as árvores tinham prazer de balançar suas folhas, mesmo no inverno. Os jardins podados e cobertos de neve, tinham uma beleza indescritível. Era um novo lar, e Mia se sentia mais perto de Nárnia, mas perto de si mesma, e não distante como no início. Agora uma nova era estava começando. 

O dia marcado para a viagem até os Estados Unidos chegou depressa, com pouco tempo para pensar, já estavam atracando no navio que os levaria para a América do Norte. Edmundo e Lúcia foram com eles, Sebastian exigiu essa última parte, gostava do rapaz, menos nas horas em que estava com Mia e tentava uma aproximação justa de afinidade, fazendo o sr. Ketheleen fechar a cara, mesmo que risse e se lembrasse de seus namoricos da infância por dentro. Euphemia odiava viagens de navio, vivia enjoada pelos cantos ao se lembrar que estava no meio do oceano atlântico e se algo acontecesse a ajuda demoraria horas, era calculista quando não estava passando mal nos banheiros. Sebastian julgava besteira da esposa, acostumado com seus alardes deprimentes.

Aqueles dias à bordo os fizeram lembrar dos tempos em Nárnia, do Peregrino da Alvorada e de que nunca mais voltariam. Mia, Edmundo e Lúcia cochichavam quase em códigos, com receio de que alguém os ouvisse, riam das aventuras e enroscadas que se meteram, principalmente de quando o menino Eustáquio virou um dragão, além das últimas palavras de Aslam, que os deixavam com lágrimas enxercando seus olhos, era enfadonho pensar nisso por mais que tentassem o contrário. Se lembravam de Caspian, e de como Susana teria ficado feliz em vê-lo se pudesse uma última vez, não sabiam o que tinha acontecido a ele, talvez nenhum segundo tenha se passado desde então, talvez, a morte o tinha levado, ou talvez... 

PANC!

Ouvisse um estrondo muito alto de repente, e isso sinalizava uma coisa: os Estados Unidos ficavam a mais nenhum quilômetro de distância, chegaram! Aos tropeços e deslizes a sra. Ketheleen saiu cambaleando do enorme navio e nem teve tempo de pegar algumas malas quando desabou num banquinho que tinha no local do desembarque, estava tonta e tremia segurando um copo d'água, seu pesadelo havia acabado. Sebastian, ao contrário da esposa, saiu tremendamente feliz e carregava malas e maletas sem reclamar, tinha um sorriso cheio de dentes e os cabelos arrumados de acordo com a nova moda de penteado para homens, que ele leu na revista "1942: a nova última tendência", gostava de fazer isso enquanto todos os outros se divertiam no salão de jogos e bebia um litro de conhaque. 

Sebastian alugou um carro, quer dizer, um não seria suficiente para cinco pessoas e suas bagagens, teve de chamar dois, que logo apareceram levantando poeira e destacando-os na multidão de passageiros que desciam do navio. Eram bagagens para praticamente um ano, e foram bastante apertados e quase sem espaço para se respirar. Em pouco tempo, chegaram ao hotel White Sands, onde a família Ketheleen tinha uma hospedagem garantida durante décadas, foram recebidos por rostos e vozes cansadas, mecanicamente por assim dizer.

O BATER DE ASAS DAS BORBOLETAS | Edmundo Pevensie x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora