16; | Uma xícara de chá |

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Eustáquio se levantou trêmulo e pôs o quadro de volta na parede

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Eustáquio se levantou trêmulo e pôs o quadro de volta na parede. Mia parecia ainda querer despertar de um sonho, Lúcia e Edmundo permaneciam sentados no assoalho claro do quarto, todos tinham um semblante desfigurado. Olharam suas roupas: as mesmas que usavam meses atrás ou a apenas alguns segundos. Lúcia, um cardigã roxo que cobria uma blusinha simples, e uma saia xadrez, além de sapatos pretos engraxados e meias. Mia, um saia branca bordada com pequenas flores, uma blusa com a manga que cobria até metade de seus braços, cabelos soltos e seus pares novos de sapatos confeccionados na Grã-Bretanha. Edmundo e Eustáquio vestiam respectivamente, calças, camisas compridas e tinham o cabelo penteado. Perceberam outra coisa: estavam completamente secas, como se não tivessem entrado no mar derradeiro a pouco tempo. Ainda tinham os olhos marejados e suas mentes longe daqui, numa terra ainda mais distante...

– Eustáquio, Eustáquio! – Alberta chamava – O que está fazendo aí em cima? A Jill Pole veio ver você

– Vamos descer, acredito que tia Alberta tenha feito algum lanche da tarde, estou faminto – sugeriu Edmundo baixinho, os outros concordaram ainda tensos 

– E Ed, não se esqueça que tem de voltar comigo para Finchley hoje, papai nos espera – disse Mia com um meio sorriso 

– Como quiser ruivinha – retrucou de cabeça baixa escondendo sua feição 

– Esquece esse apelido se não quiser um olho roxo – ameaçou Mia, seus cabelos ficaram ainda mais vermelhos e ela foi a primeira a sair do cômodo, pisoteando os degraus de madeira fazendo com que eles rangessem 

Fecharam a porta e desceram as escadas ouvindo uma voz familiar, Tia Alberta cantarolava enquanto arrumava a mesa da cozinha. O cheiro de café inundou a casa. Correram até onde o aquele aroma magnífico vinha e se depararam com um pequeno banquete: geleias, torradas, queijo, frutas, torta de morango e uma garrafa de leite, o café ainda estava no fogo. Na mesa, já sentada, uma menina baixinha de cabelos morenos com duas marias-chiquinhas e olhos verdes, olhava para eles gentilmente.

– Oi Eustáquio, vim lhe visitar antes das aulas voltarem, ver se continua irritante como sempre – disse se levantando – Lúcia, Edmundo e...

– Mia, Mia Ketheleen, é um prazer Jill

– Ketheleen? – Jill escancarou a boca surpresa – Você é filha do sr. Sebastian?

– Ela mesma, mas por que a surpresa? – perguntou, tinha a testa franzida e a garganta seca

– Bem, seu pai está em todas as manchetes da Inglaterra, para onde me viro tem uma banca de revistas com ele estampado, é um homem muito rico, de fato.

– Modéstia sua em dizer que somos tão ricos assim. É um completo exagero – disse envergonhada, não gostava de falar sobre riquezas, nada daquilo que tinha poderia substituir a falta que sentia das conversas calorosas de seu pai e os abraços ternos de sua mãe. 

O BATER DE ASAS DAS BORBOLETAS | Edmundo Pevensie x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora