Does love overcome pain? - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.

☾~•Um

ADDISON:
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Mais um dia em minha fatídica vida começava, e, concomitante ao modo apressado que meus pés me guiavam pelos corredores do Hospital Seattle Grace, eu me preparava internamente para as próximas quarenta e oito horas de plantão. Sete da manhã meu relógio de pulso demarcava, resfoleguei aprazível, tudo estava nos eixos, assim como me agradava.

Já no quinto andar, sinto uma aurea atípica pairar sobre mim, e, ao analisar meu entorno, percebo que estou na ala da neurologia. Decerto, não é tão habitual que uma obstetra esteja metida no andar de craniotomias, gliomas e drenos subgaleais. Todavia, relevei, acreditando que a atmosfera divergente não deveria ser de todo mal. Seguindo, então, cumprimentei alguns colegas que encontrei pelos corredores e, assim que enxerguei a numeração 302 na porta do quarto, como constava nas informações do meu prontuário, dei uma breve espreitada pela fresta da porta. A loira de aparência jovial que na maca se encontrava, lançou-me um sorriso breve e acenou, fazendo menção para que eu entrasse. Após dar uma conferida no prontuário concluo que seu nome é Alissa Parker.

— Bom dia, senhorita Parker — cordialmente, inicio. — Como estão você e o pequeno... — Leio o nome do bebê. — Archie! — concluo, lançando-lhe um sorriso cerrado.

A jovem garota me olha, e é nítido em sua face nuances de desentendimento, mesclado a certo divertimento. Meus olhos curiosos como de praxe, acompanham o movimento que seus olhos fazem ao se fecharem, devido ao cálido sorriso que ela esbanja.

— Não me chamo senhorita... — Parece pensar. — Parker. E muito menos tenho um bebê. — Sua voz ressoa de modo sereno e descontraído. Enrrugo o cenho confusa. — Tenho um tumor e me chamo Meredith Grey.

Meus olhos quase saltaram de suas respectivas órbitas quando a ouço - e sim, ela continuava rindo (agora da minha feição assustada, provavelmente).

- E-eu... Me desculpe Srta. Grey. - desajeitadamente, olho a numeração do quarto na porta; e sim... era exatamente a referência ao que estava no prontuário. - Em que andar estamos?

- Quinto, Doutora.

"Lembre-se de esganar a pessoa que escreveu estes dados" - anoto mentalmente. O erro, obviamente, foi do interno que escreveu os dados errados no prontuário. Passo os dedos pelos meus fios ruivos e puxo o ar que parecia inexistente naquele ambiente.

- Desculpe-me, de verdade. Algum incompetente nos fez passar por este... - me calo abruptamente ao conduzir meus olhos ao seu rosto no exato momento em que ela mordia os lábios tentando, aparentemente, reprimir uma risada - momento... inconveniente - findo, desviando rapidamente o olhar para um ponto qualquer.

- Não se preocupe, doutora.

Sorrio amarelo e direciono-me à saída do quarto - mas como obra do destino - esbarro em Amélia, neurologista/cirurgiã do Hospital Seattle Grace e minha querida amiga.

- Addie! - radiante em plena manhã (como sempre), não sei como ela consegue - O que faz perdida aqui? Meredith engravidou e eu não estou sabendo?

As duas gargalharam - tá, ok; qual o problema dessas duas? Não sabem fazer algo que não seja... sorrir? Céus!

- Hum... já sei. Meredith a cativou com seu jeitinho meigo e os 'olhinhos' verdes.

Reviro meus olhos à si, me prontificando a sair do local.

- Tchau Amélia, tenho mais o que fazer - digo em tom grosseiro e dou uma última olhada em Grey, que pisca para mim e me direciona um aceno de mão.

Saio do quarto 'cuspindo fogo', o dia mal começou e minha paciência já se fazia inexistente.