CAPÍTULO TRINTA E SETE
Você é o pulso que dá ao meu coração o poder de sentir.
⊹⊱❅⊰⊹
Jimin se girou no ninho e resmungou baixo ao abrir os olhos na escuridão da noite. O quarto era iluminado apenas pelo brilho da lua que refletia no lago, atravessando as persianas e deixando a negrume manta menos temerosa.
Sentou-se com lentidão e pôde ver pelo canto do olho Jungkook se mexer antes do braço firme soltar seu quadril. — Amor? — A voz rouca retumbou na imensidão enegrecida e, antes mesmo que pudesse notar, ele já estava correndo em direção ao banheiro.
Ouviu os passos apressados do lupus depois que seus joelhos se chocaram com brusquidão no piso. O latejar que fez suas pernas tremerem foi ignorado assim que suas mãos levantaram a tampa do vaso sanitário, colocando para fora tudo aquilo que ele comeu a poucas horas atrás.
Sua cabeça pesou e seu pulmão ardeu quando tudo aquilo não deu seu fim. — Calma. — Pôde ouvir a voz de Jungkook perto de si quando o corpo grande se ajoelhou ao seu lado. A palma quente estava em suas costas e a outra em sua testa, impedindo que sua cabeça caísse diante da força de seu mal-estar.
O ar engatou em sua garganta antes do refluxo ter seu fim, iniciando uma respiração atrapalhada e ofegante. Seu rosto ardia e ele sentiu ser puxado para o colo do alfa, tendo sua cabeça apoiada no peitoral largo enquanto a mão grande acariciava desde sua têmpora suada até seus fios pálidos.
— Acabou, respire devagar. — Ele pediu baixo com o queixo em sua cabeça, levando sua outra grande mão para sua barriga, massageando-a suavemente.
— Não- — Murmurou depois de um tempo, forçando seus joelhos doloridos e fechando a tampa novamente, escondendo o que ele fez.
— O que foi? — O alfa percebeu o tremor do corpo pequeno, então o trouxe para perto novamente, mas foi impedido quando ele se encolheu.
— Você não precisa ver isso. Por favor, volte para o quarto. — Murmurou, sentindo-se incomodado por ser visto naquele momento.
— Sugilita? — Jungkook disse baixo.
— Por favor. — Pediu choroso. — Não quero que me veja assim.
O alfa ficou em silêncio por alguns minutos, olhando para as costas pequenas. — Tudo bem. — Ergueu-se. — Irei estar aqui para você em todas as situações. — Disse como um lembrete. — Me chame se precisar de mim, virei na hora.
Jimin assentiu ainda de costas e encolheu os ombros ao ouvir a porta ser encostada. Sua bunda caiu no chão ao constatar que tinha sangue em sua mão. Seus olhos ardiam e ele engoliu o soluço antes que o som alto saísse, sabendo que chamaria a atenção de Jungkook.
Aquela não era a primeira ou segunda vez que ele vomitava na semana. Toda noite ele corria para o banheiro do corredor e colocava tudo para fora, era doloroso e sua garganta doía como se uma pedra a arranhasse toda vez que se inclinava no vaso.
As lembranças de seu estômago que mal conseguia segurar algum alimento o fez chorar mais intensamente, mordendo fortemente seu braço para que seu choro fosse inaudível.
A partir do quinto dia em que seus refluxos recomeçaram, o sangue estava presente no fundo do vaso todas as vezes.
— Paeonia? — Ouviu a voz menos rouca de Jungkook na porta.
— Espere um momento. — Controlou sua voz, se forçando a levantar ao notar que ele já estava ali há algum tempo.
Seus dedos se curvaram para puxar a descarga e ele se levantou, indo até a pia e abrindo a torneira para lavar a pequena quantidade de sangue. — Posso entrar? — O timbre parecia triste e ele sentiu o nervosismo do alfa.
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The Northern Heat
Hayran KurguPodemos dizer que amor e confiança são parecidos em sua essência. Ambos são sentimentos fortes que podem definir o rumo de sua vida. Jimin sabia que o amor era estonteante, era belo e sedutor. Sabia que era cego e fantasioso. E que certamente ele nu...