Muleque de Vila

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"Vai, vai lá, não tenha medo do pior

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"Vai, vai lá, não tenha medo do pior

Eu sei que tudo vai mudar

Você vai transformar o mundo ao seu redor

Mas não vacila, moleque de vila..."

(Moleque de Vila — Projota)

Gabriel Barbosa Almeida

Rio de Janeiro, Brasil - 12 de janeiro de 2021

Dirijo calmamente pelas ruas do Rio de Janeiro enquanto ouço a música do Projota tocar no rádio do carro. Morar no Rio de Janeiro é muito melhor do que imaginava e me sinto muito grato por ter a oportunidade de jogar no maior clube do Brasil e, por consequência, morar nessa cidade tão incrível.

Jogar no Flamengo é um sonho. Eu jamais pensei que conseguiria conquistar tudo o que eu já conquistei em tão pouco tempo. Jamais pensei que seria tão bem recebido e tão acolhido quanto eu fui, tanto pelos meus companheiros de time quanto pela torcida. Óbvio que existe uma cobrança gigante pelo tamanho do clube, pelo tanto de dinheiro que foi investido aqui e por tudo o que nós conquistamos no ano mágico de 2019, mas eu realmente consigo encarar tudo isso com bastante tranquilidade.

Não demoro muito tempo para chegar ao Ninho do Urubu e estaciono meu carro na minha vaga cativa. Desço do automóvel apenas com a minha necessaire da Louis Vuitton e entro no prédio principal, onde ficava o vestiário do time. Daqui a seis dias teremos um jogo importante contra o Goiás, lá em Goiânia, e esse jogo marcará a contagem regressiva para o final do Campeonato Brasileiro.

São dez partidas. Dez finais. E nós precisamos vencer todas.

— Bom dia, bom dia, bom dia! — digo ao entrar no vestiário e encontrar Diego, Vittinho e Arrascaeta conversando.

— Bom dia, Gabi! Faltam dez jogos. — Diego avisa e eu concordo enquanto organizo as minhas coisas.

— São dez finais e nós precisamos focar para conseguir o nosso principal objetivo. — digo ao me referir à conquista do Campeonato Brasileiro.

— Você acha possível? — Arrasca pergunta e eu reviro os olhos.

— Nada é impossível, uruguaio. — digo firme e ele sorri.

— Gostei da firmeza, cara! — Vittinho elogia e eu dou de ombros.

— Eu estou falando sério. Precisamos esquecer os outros times para conseguirmos focar no nosso principal objetivo. Não nos interessa quem ganhou e quem perdeu, nós precisamos vencer os dez jogos e dane-se a situação dos outros times. — sou sincero e Diego assente.

— Conversaremos sobre isso com o resto do time, mas eu concordo com você. — avisa e eu suspiro aliviado.

O treino é pesado e eu aproveito que terminou cedo para ficar treinando algumas finalizações sozinho no campo. Eu posso sim ser um cara que adora uma festa, uma saída ou uma resenha com os amigos, mas eu sei exatamente a hora em que eu preciso largar tudo para me dedicar inteiramente ao futebol.

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