LXII

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Estella Bittencourt

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Estella Bittencourt

Rio de Janeiro, Brasil - 29 de agosto de 2022

Acordo com o despertador tocando e sorrio fraco quando sinto Gabriel apertar a minha cintura, em uma clara manifestação contra o barulho que soava pelo quarto. Desligo-o imediatamente e volto para os braços do meu namorado, que me puxa e me aperta contra ele.

Hoje é segunda-feira, dia de viagem do Flamengo para a Argentina - onde vão enfrentar o Vélez, pelo primeiro jogo da semifinal da Libertadores. Quarta-feira é aniversário do Gabriel e eu confesso que estou com o coração apertado de saber que não poderei passar essa data com ele.

— O que você tanto pensa? — Gabriel pergunta com a voz rouca e eu acabo ficando arrepiada.

— Nada... — digo baixinho e ele estala a língua no céu da boca.

— Amor... — resmunga e eu suspiro.

— É pra ser sincera? — questiono e ele faz um barulho indicando que sim. — Eu estou triste porque não vou passar o seu aniversário com você. Quer dizer, lógico que eu entendo que é o seu trabalho e que você ama fazer o que faz, mas eu fico triste... — digo baixinho, enquanto sinto meus olhos marejarem.

— Linda... — diz e faz carinho em meu rosto. — Eu sei que esse é o meu segundo aniversário que você comemora comigo e o segundo em que eu não vou estar aqui, apesar de ano passado a gente ter conseguido ficar juntinho por algumas horas, e eu confesso que também fico triste por isso. Lógico que eu amo fazer o que eu faço e jamais escolheria outra coisa, mas não consigo não ficar triste por não passar essa data com a minha família. — diz e eu suspiro. — Me desculpa? — pede e eu reviro os olhos.

— Vai à merda, Gabriel. Você não precisa me pedir desculpas por isso, até porque não é sua culpa. Eu só realmente estou triste por não poder te ver, mas eu entendo. — digo e ele sorri fraco.

— Você ficaria um pouco mais animadinha se eu dissesse que quinta-feira é meu dia de folga e que nós ficaremos grudadinhos o dia inteiro? — pergunta e eu acabo sorrindo.

— Eu te amo, lindo... — digo e ele sorri.

— Eu te amo, minha vida. Você é tudo pra mim! — diz e eu dou-lhe um selinho e saio correndo em direção ao banheiro. — O que foi isso? — ele pergunta, gritando lá do quarto e eu acabo rindo.

— Xixi! — digo e ele gargalha, me fazendo gargalhar junto.

[...]

— Espera... Então ele não sabe que vai ter um jantar na quinta? — Marília me pergunta e eu nego, enquanto ando pelos corredores do Village com ela e Antônio.

— Não, amiga. Ele disse que não queria nada, mas minha sogra me ligou e a gente decidiu fazer algo pequeno, só pros mais íntimos mesmo, de surpresa. — sou sincera e ela sorri.

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