Capítulo 3

143 8 2
                                    

Théo

Quando o elevador abriu no andar da presidência vi uma mulher de uma beleza nada convencional saindo do banheiro, pela forma que estava vestida coisa boa não vinha em minha mente, não havia ninguém naquele andar a não ser meu pai, fiquei desconfiado até ouvir sua voz doce.

- Por favor segura pra mim!

Fiquei perturbado por aquela voz, me fez ficar confuso como se eu já tivesse ouvido antes, ela por outro lado parecia impaciente quando ouvi novamente falar - Que droga, por acaso é surdo?

Ela se referia por eu não ter segurado o elevador, e nem eu sei porque não segurei, a olhei dos pés a cabeça imaginando coisas absurdas que eu talvez fizesse com ela, quando fixei meus olhos em seu rosto angelical algo se ascendeu dentro de mim, uma sensação estranha, sua pela levemente bronzeada ainda não deixava o tom claro ficar de fora, seus olhos em um intenso azul, seus cabelos dourados me demonstravam a maior perfeição que eu já tinha visto, a cor de seu batom marcava perfeitamente em seus lábios, quando eu ia dizer a ela o quer que fosse ela correu para as escadas de emergência e saiu em um piscar dos meus olhos.

Sua imagem com certeza era perturbadora, uma sensação de que já tinha a visto em algum lugar se instalou em minha cabeça, mas eu não iria ficar parado feito um idiota esperando que a minha memória lembrasse dela como se eu realmente a conhecesse ou me importasse, não era como alguém que já fiquei, não, era diferente disso.

Voltei a minha atenção para ir ao encontro do meu pai, assim que bati na porta abrindo ouvi ele dizer.

- Esqueceu alguma coisa querida?

Assim que ele me viu suspirou, me aproximei dele vendo a marca de batom em seu rosto um desenhado perfeitamente idêntico aos lábios da mulher angelical que vi no corredor, fora que a cor era do mesmo tom que o dela, um pouco apagado, mas eu sabia que era o dela.

Minha mente imaginou a coisa mais absurda que eu poderia pensar do meu pai, que ele havia contratado uma garota de programa e estava traindo minha mãe, era isso, afinal vi como aquela mulher estava vestida, como se fosse pra uma festa e quem se preza dentro dessa empresa nunca se vestiria daquela forma para trabalhar, e o que me deu ainda mais certeza em pensar nisso foi a forma que ele falou pensando que fosse ela ter voltado a sua sala, eu só podia acreditar nisso.

- Desculpe lhe decepcionar pai, mas não sou quem gostaria. - digo num tom debochado.

- Está atrasado!

- Eu nem viria na verdade, se não fosse o meu filho...

- Seu sobrinho Théo, Ethan é seu sobrinho, filho do seu irmão! - falou me interrompendo.

- Ethan precisa de uma figura paterna pai, eu cuido disso, meu irmão iria querer!

- Não, seu irmão não ia querer o filho chamando o tio de pai, eu sei o quanto a sua dor grande possa ser, mas Ethan não é o seu filho! - disse ele.

Meu pai ficou inconformado quando levei Ethan e Pilar para morar comigo, ele dizia não ser o certo, que eu estava manchando a memória do meu irmão, que ambos os dois não eram a família que eu havia perdido, de fato não era, mas ele me conhecia o suficiente para acreditar que sim, e sendo sincero eu as vezes acreditava mesmo nisso, imaginava nós três como uma família.

- Me chamou aqui para reclamar novamente sobre Ethan? - questionei.

- Não, definitivamente não chamei para isso!

- Então o que queria de mim? Aliás boa coisa não deve ser por me fazer vir até aqui! - digo.

- Seis meses Théo é o prazo que você terá para assumir a empresa, caso contrário eu darei ela a outra pessoa!

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora