Capítulo 9

114 10 1
                                    

Théo

Às vezes reprimir um sentimento não é uma boa opção, principalmente aqueles que chegam tirando os seus pés do chão, fazendo você agir no impulso, desesperado para sentir cada vez mais queimando no seu interior, te tornando um alguém completamente alucinado, viciado na pessoa que faz você chegar a lugares que nunca imaginou encontrar. É exatamente por isso que finco meus pés novamente no lugar, não posso permitir que isso me afunde como a última vez. Perdi totalmente o meu controle com Emma, aquele ao qual decidi realizar me afastando dela, pois a cada minuto que ela estava presente em casa era uma recaída que minha mente me proporcionava.

Sua presença me perturbava, eu queria me manter distante, mas estava difícil estando ali sozinho com ela, depois que à vi com Ethan um sentimento maior começou a extravasar de mim, por pouco não a fiz minha, por pouco não a tomo em meus lábios novamente, porém, a insegurança me trouxe de volta a realidade, aquela voz me enlouquecia, Emma acreditava que tudo que dizia funcionava, mas era exatamente o inverso, quanto mais ela abria a boca para me confrontar ou tentar dizer qualquer coisa sã, eu apenas ouvia ela me chamar para estar em sua presença, se não fosse meu interior ferido, o medo que carrego comigo, as suas palavras não teriam nenhuma importância para mim.

Quando sentimos buracos em nosso coração o medo de perder o que se conquistou no decorrer do processo de cura é o que fala mais alto, foi pensando nisso que me afastei completamente dela, por isso volto para o meu quarto com a certeza de que ela estava bem na sala. As horas passaram, minha cabeça só pensava em Emma, com a minha camisa colada ao seu corpo, os pensamentos sujos vieram num pisca e meu membro endurecido pulsando imaginando ela completamente nua em minha cama, pronta para eu amar, é por isso que não consegui pregar os olhos nenhum minuto, o pensar em amá-la perturbou o meu ser me deixando assustado com tal fato.

O dia finalmente clareou e ouvi a movimentação vindo de fora, era o guincho removendo o carro de Emma da rua, sem demora conseguiram guinchar o veículo, vi quando os seguranças estavam a encarando, o rubor no rosto de Emma me deixava puto por ela não estar nada confortável com aquela situação, no entanto em um piscar de olhos ela entra dentro de um táxi que passou naquela mesma hora. Ela foi embora sem se despedir, "melhor assim", penso no instante que sua imagem apenas com a minha camisa invade a mente desse homem que se perdeu no caminho.

Em alguns minutos volto ao quarto, tomo um banho para espantar os pensamentos absurdos que vem rondando minha cabeça desde o dia que Emma esbarrou comigo. Quando desço para a cozinha, Ethan já estava tomando o seu café tranquilamente, despejo um beijo em sua cabeça e percebo que a moleza, a febre e todo mal estar havia finalmente sumido.

- Bom dia papai! - diz.

- Bom dia garotão! - me sento ao seu lado.

- Cadê a moça bonita? - questionou.

Alexandra, nossa empregada, nos encara com um sorriso malicioso, eu não entendo na verdade, será que em plena escuridão ela ainda conseguiu ver alguma coisa? Ou ouvir? Não era para tanto, talvez isso seja apenas ilusão da minha cabeça e a empregada estava sorrindo como sempre fez todas as manhãs.

- Você está se referindo a Emma? - pergunto.

- É a loira dos olhos azuis? - questionou.

- Sim, ela se chama Emma! - afirmo.

- Eu sei, ela falou, eu só queria saber se você também achou ela bonita como eu! - diz ele.

Alexandra deixa escapar uma risadinha, eu logo a olho fuzilando, o que a faz se afastar voltando para a área de serviço.

- Emma é uma colega do trabalho do papai, Ethan! - digo.

- Eu sei disso, papai! - sorriu.

Será que era a minha mente acusadora me manipulando? Ou o meu sobrinho de três anos está vendo coisas onde não existem? Ou pelo menos não eram para existir. Terminamos o café bem na hora que Pilar acabou de chegar, seu semblante cansado demonstrava que não tinha uma boa notícia.

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora