Théo
A barbaridade era muita, não conseguia raciocinar novamente, Pilar havia ultrapassado todos os limites, era uma assassina, louca, desequilibrada, descompensada, tudo de mais pior rondava minha mente sobre tudo que ouvi de Sara.
- Eu preciso respirar! - falei a deixando sozinha.
Segui para o estacionamento, entrei no carro, só havia um lugar capaz de me fazer esquecer de todos os problemas, peguei a avenida seguindo caminho, quando me dei conta estava entrando na rua de seu prédio, foi uma péssima ideia em deixá-la ir embora, eu precisava dela mais que tudo, não importava se não fazia parte do meu passado ou se queria me dar espaço, ela era o meu alicerce, a luz para toda a minha alma.
Parei o veículo saindo depressa, peguei o elevador ansiando para sentir seu cheiro, poucos minutos longe e eu me encontrava desesperado para tê-la ao meu lado. O elevador abriu no seu andar, suspirei aliviado sabendo que estava bem perto de sua presença, me aproximei da porta para apertar a campainha, mas ouvi vozes vindo de dentro, em seguida uma gargalhada masculina, exatamente familiar.
Girei a maçaneta e para a minha surpresa, aberta, a porta estava literalmente destrancada, apenas escorada, então empurrei lentamente com um medo absurdo, meu coração acelerado e por um momento não queria está pensando na sujeira que vinha à minha mente. Foi quando os vi, era o cara que vivia próximo dela, todas às vezes que eu me aproximava ele encontrava-se ao seu lado, me mostrando que eu não passava de apenas mais um.
Lincoln, assim era o seu nome, nunca o esqueci sabendo exatamente que o mesmo significava algo para Emma, ela mesma havia dito isso da última vez que o vi, enfim, ele a suspendia no ar, Emma sorria em plena felicidade e quando ele a soltou no chão, vi os dois se beijarem. Aquela cena me despedaçou por completo, eu estava um caco, agora só existia pó dentro de mim.
- Emma? - a chamei no automático.
- Théo? - ela parecia surpresa. - Achei que ainda estaria no hospital! - seu tom de voz saiu tranquilamente. - Conseguiu resolver as coisas? - perguntou por fim.
- Como pode agir com naturalidade quando pego você aos braços de outro? - a indaguei. - Não tem respeito pelo sentimentos dos outros? Estava me enganado? Veio comemorar com o outro? Ou o outro era eu? - perguntei tudo de uma vez.
Fiquei atordoado, Emma arregalou os olhos e logo sorriu, ela realmente gostava de me ver naquele estado? Como pude me enganar tanto? Não passei de um brinquedo? Minha mente não raciocinava perfeitamente, senti a força da decepção levar o resto de mim, meus olhos arderam para as lágrimas saírem, eu as segurei com toda a força que me restava, mas confesso que mantinha-se difícil.
- Théo, calma... - não esperei ela terminar, a dor crescia dentro do meu peito, a angústia engatada em minha garganta com o nó que formava.
Virei as costas rapidamente não ouvindo a desculpa que ela diria, eu precisava de um espaço para tentar compreender, minha cabeça em si, pois mantinha-se fora de lugar, até me questionava se era real, porquê parecia ser uma mentira. O elevador abriu assim que o encarei, uma mulher saiu e eu logo entrei ouvindo Emma me chamar, mas eu não prestava atenção, não sabia no quê prestar atenção. Fechei os olhos, respirei bem fundo, a sensação me destruía mil vezes mais, bem mais que antes, contudo, algo dentro de mim gritava dizendo que não passava de imaginação, que Emma era o meu anjo precioso.
O elevador estava fechando as portas lentamente, nesse momento vi as suas mãozinhas delicadas impedir do elevador descer ficando estagnado no seu andar. Emma me encarou preocupada, meu coração acelerado em frente aquele infinito azul de seus olhos, ao mesmo tempo que a imagem dos dois diante de mim voltou e meus músculos contraírem.
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Ao Acaso do Destino
RomanceQuando se está escrito não há nada que o universo possa fazer a não ser soprar o vento a favor, duas pessoas, dois caminhos que cruzaram suas vidas inesperadamente. Emma é determinada, decidida sonha em viver a vida sem esperar o amanhã, Théo é arr...