Capítulo 32

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Emma

Théo surpreendia a minha vida muito mais que eu podia imaginar, a leveza que ele começou a rever o mundo me deixava alegre por saber que eu era a culpada por isso, a cada pequeno detalhe, as surpresas, os pequenos acontecimentos, os simples gestos, tudo parecia certo, no seu devido lugar.

O pedido inusitado que me fez dentro do avião só me mostrou o quanto ele tem voltado para mim, com a sua essência que me conquistou sem pedir licença e entrou no meu coração implantando um sentimento puro, genuíno. Da mesma forma que o pedido foi incomum, eu me sentia na obrigação de responder no mesmo nível, e assim seguimos, antes o medo de nunca poder tê-lo angustiava meu ser, agora sou toda sua e o melhor, ele é todo meu.

Não há nada nesse mundo que me faça voltar atrás, daqui em diante é pés em uma única direção, para frente, em um caminho reto, sem desvios, sem curvas, pois o destino fez a sua parte, cabe a nós dois continuarmos mantendo a nossa caminhada juntos. Me encontrava feliz, Théo era a minha escuridão, no qual cabia a mim iluminar sua vida, igual aquele fenômeno que insisto em citar, porque era literalmente assim que via nossas vidas. Contudo o destino ventava ao nosso favor, como nossos caminhos traçados, sem precisarmos de muita coisa para estarmos juntos, pois nossos sentimentos era basicamente impenetráveis, nada seria capaz de nos abalar.

Ninguém conseguiria nos separar, porque o que sentimos é forte demais, toma conta da nossa existência, nossas almas, pois tudo que consegui compreender é, que independente das nossas vidas, ou até mesmo das escolhas das demais pessoas, só existe um caminho para nós dois, um ao outro. Passe o tempo que for, o nosso destino estaria traçado até na eternidade, por isso nem mesmo a Bruaca da Pilar seria capaz de destruir o que conquistamos até aqui.

(...)

Senti sua mão me puxar, seus olhos endurecidos na profundeza da obscuridão, ela simplesmente surtou ao me ver aos braços do homem que ela titulou ser dela, coisa essa que não era verdade. Em um movimento rápido Dylan a segurou, eu observava aquela movimentação, ele colocava força para não soltá-la, ao mesmo tempo tentava não machucá-la, tudo havia acontecido muito repetinamente, mas uma voz estridente e cheio de autoridade que arrepiava meus pelos estrondou naquela sala de espera.

- CHEGAAAAA, PILAR!

Théo a segurou com suas mãos nos  seus braços, como uma escrava, ela o encarou e sorriu, estava literalmente fora de si, refém de sua mente totalmente perturbada.

- Théo, meu amor, diz pra essa vagabunda que você é meu, somos uma família! - disse ela.

Observei o olhar de Dylan, era nítido sua preocupação, apesar de me encontrar assustada com essa situação, sabia que de longe Pilar se encontrava com uma boa saúde mental. Théo me encarou, ele queria me dizer alguma coisa, mas foi interrompido por Pilar.

- NÃO, THÉO! ELA É O CAPIROTO, QUE VEIO DOS INFERNOS PARA ATAZANAR AS NOSSAS VIDAS! ANJO CAÍDOOOOOOOOO - gritava descontrolada.

Pilar se soltou de Dylan, vinha em minha direção com a fúria em seus olhos, cuspindo fogo, era um dragão eu diria, mas se ela me atacasse eu estava preparada, com as minhas armaduras de ferro, ela levaria uma boa surra, porque não sou de levar desaforo para casa, nunca fui. Contudo, no momento em que a vi chegar a míseros passos de mim, a mão de Théo a agarrou, ela o encarou e suavizou novamente sua expressão, aquilo não era normal, ela estava completamente em um mundo ao qual não existia.

- Nunca existiu nós Pilar, somos uma família sim, mas não somos um casal, nunca fomos! - disse ele.

Suas palavras haviam sido duras a ela, vi as lágrimas saírem de seus olhos e observei que Théo a encarava com pena, aquele tipo de sentimento mataria uma mulher, principalmente as obcecadas por algo imaginário. Pilar me encarou e o ódio continuava em seus olhos, vi ela engolir a seco, era como sentir seu nó na garganta.

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora