Capítulo 24

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Théo

A necessidade de alguém se torna maior quando o sentimento vem com força total para cima de você, assim me sentia desgastado, frustrado e literalmente sem perspectiva. Faziam dois dias que Ethan ainda não acordava, nem mesmo os médicos conseguiam explicar o que acontecia, eu não conseguia raciocinar, pensar em absolutamente nada, Pilar frágil desesperada não saia do lado do filho a nenhum momento, seu olhar de pânico culposo por ter deixado Ethan passar por isso, mas eu sabia que a mesma não possuía culpa de nada.

Nem eu ou ela saímos daquele hospital, Flávia que acompanhava o caso parecia preocupada, segundo a mesma os exames não apresentaram anormalidade, com isso me deixava em uma enorme aflição. Hoje, terça-feira de manhã, estava pela milésima vez sentado naquela mesa no refeitório do hospital, peguei o celular e olhei novamente a mensagem que enviei para Emma, sem resposta nenhuma, a mesma apenas visualizou, eu não sabia no que passava em sua mente, além disso também não fui capaz de explicar mais nada, porque estava esperançoso que Ethan acordasse para finalmente eu seguir em viagem.

Não podia decepcionar meus pais, principalmente o Sr. Gonzales, eu havia me comprometido em ganhar essa parceria e o mesmo foi bem claro quando informou que nada seria concretizado se não obtivesse assinaturas minhas e de Emma, em pensar nela meu coração sente uma enorme saudade, todo o meu corpo se contraia ao vagar minha mente em apenas no seu nome.

Contudo eu sabia que Ethan era o nosso bem mais precioso e que se pudesse meu pai daria a vida por ele, por isso eu não sabia o que fazer, apoiei em cima dos meus braços sobre a mesa escorando a testa, cansado e sem conseguir saber como proceder adiante.

- Théo? - ouvi uma voz que jamais me confundiria, levantei a cabeça olhando em direção do corredor.

- Sara, o que faz aqui? - questionei vendo a minha melhor amiga se aproximar de mim.

- Você está péssimo! - sentou a minha frente. - Eu sei o quanto deve estar ruim por conta daquele menino, Pilar me ligou aos prantos e informou o que aconteceu, eu sinto muito. - segurou em minha mão.

As lágrimas caíram dos meus, desmoronei assim que senti seu carinho, aquela dor de perder alguém sondava meu coração, o medo invadia a minha mente assustadoramente, angústia e dor conseguia me consumir naquele momento.

- Ethan é só uma criança, é um ser inocente, eu não sei como conseguirei viver se o pior acontecer! - falei baixinho deixando as lágrimas saírem a vontade.

- Não fale bobagem, Ethan é um menino forte, tenho certeza que logo ele sairá dessa!

- Eu só...

- Está tudo bem, Théo! Você avisou seus pais do ocorrido? - questionou-me me interrompendo.

- Eu tentei, mas caía na caixa postal, não quis deixar recado ao ponto de causar pavor a eles, muito menos preocupação, vai que Ethan melhore e isso tudo foi apenas um susto! Além disso meus pais devem estar em alguma excursão maluca no qual sinal de telefone não funciona. - digo.

- Melhor assim, sei que, logo, logo, Ethan estará correndo e fazendo seus vários questionamentos estressando nossas vidas, então tente se acalmar que vai ficar tudo bem! - tentou me tranquilizar, mas isso era quase impossível.

- Já falou com Pilar? - perguntei.

- Não, quando entrei no hospital vi você aqui sentado feito uma estátua, por isso não me dei ao trabalho de ir até Pilar, nem imagino a barra que ela esteja sofrendo. - salienta.

- Ela ama aquele menino, eu não sei o que será de nós... - engulo a seco sem continuar. - Que tal irmos até o quarto? - a chamei mudado de assunto, pois não imaginava minha vida sem o meu garoto.

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora