Capítulo 38

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Théo

Perdi completamente a noção de tempo, aquela sela suja e escura me faziam lembrar o buraco que havia em meu coração quando não estava com o meu anjo, porém, havia uma pequena janela que transmitia uma luz, e naquela pequena fenda de luminosidade levava meus pensamentos diretos para o grande amor da minha vida. Nenhuma escuridão por pior que seja conseguiria tirar essa iluminação de mim, esses dias foram bem complicados, mas a minha certeza era exatamente saber que Emma estaria me esperando.

Apesar de não ganhar todas as lutas, obtivemos uma vitória, foi interditar Pilar, a documentação saiu, esse era uma das situações que deviam ser comemoradas, contudo precisei vim a delegacia prestar esclarecimentos, pois de acordo com o mal caráter do Ferraz eu o havia agredido, sim, foi verdade, mas ele esqueceu de um único detalhe. O desgraçado estava prestes a abusar de Emma, portanto minha intenção era exatamente em defendê-la, mas a justiça não via dessa forma, o delegado até explicou que infelizmente sem uma denúncia ou qualquer outra prova essa informação não valeria de nada.

É compreensível pensando por esse lado, comprovar seria bem difícil, afinal passou bastante tempo do ocorrido, eu não neguei nada do que fiz, confirmei, não tinha porque mentir, aliás, dei uma surra realmente, e que por mim ele merecia morrer, mas acreditei que ele teria vergonha na cara, coisa essa que ele nunca demonstraria, pois é o pior tipo de pessoa existente nesse mundo. Por isso estou nessa cela, fiquei detido, até segunda ordem, mas Rafael me pediu paciência, ele estaria entrando com o pedido de habeas corpus, o mesmo me tranquilizou, mas de longe me sentia amedrontado, se tem uma coisa que não temo é esse frouxo em forma de homem.

- Théo?

Ouvi a voz do meu anjo me chamar, me aproximei das grades e ela estava ali, alguns passos de mim, com os olhos cheios de lágrimas, ela não devia estar aqui.

- Não era para você vim! - falei.

- Como não? Eu tinha que vim, como você está? - ela perguntou.

- Não se preocupe meu amor, vai ficar tudo bem! Rafa disse que vou ser solto em breve! - informei.

- Eu sei, ele me explicou, por isso estou aqui, o Juiz liberou você para responder o processo em liberdade! - avisou.

- Então estou solto por enquanto? - sorri.

- Sim, meu amigo! Por enquanto, mas iremos enfrentar uma guerra agora! - comunicou Rafael que se aproximava.

- Não tenho medo desse homem! - afirmei.

- Eu tenho! - ela falou.

- Olhe para mim, Emma! - ela me encarou. - Você não deve ter medo de ninguém, meu amor, nunca! E eu estou aqui para proteger você! - digo.

O guarda abriu a cela, abracei Emma despejando um beijo em sua testa.

- Vai ficar tudo bem, meu amor! - falei.

Emma se encolheu em seus braços, ficou minúscula, então a apertei muito mais, queria que sentisse meu calor, assim ela compreenderia que nunca estaria sozinha.

Seguimos de volta para casa, quando chegamos Ethan veio correndo em minha direção, já era noite, fiquei o dia todo trancado naquela delegacia, ele me abraçou.

- Ei garoto, como você está? - perguntei.

- Que bom que chegou! - ele sorriu.

Havia dito a ele que sua mãe estava doente, que precisaria ficar um bom tempo sendo cuidada, ele ficou preocupado, às vezes perguntava por ela o que era normal, mas apesar de ter Pilar distante eu compreendia que Ethan sempre a traria à tona, ao menos no início, eu sei que será difícil, especialmente para ele.

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora