Théo
Havia tanto tempo que meu coração estava adormecido, ele apenas batia o suficiente para me manter vivo fisicamente, porque psicologicamente ele estava totalmente desligado, no entanto ver aquela imensidão azul me encarando profundamente, fez eu senti-lo novamente, ele pulsava tão freneticamente que eu juro que estava preste a fugir, o porem era que eu estava hipnotizado com aquele rosto angelical que de alguma maneira me perturbava buscando compreender de onde exatamente ela era familiar.
Quando meu pai saiu do escritório me levantei da cadeira em seguida, Emma me encarou e o silêncio daquele ambiente estava me incomodando, me deixando enlouquecido simplesmente pelo fato de eu sentir cada batida do meu coração.
- Você sabia quem eu era não sabia? - perguntou ela.
Agradeci mentalmente por ela dizer alguma coisa, já estava começando a me desesperar com essa sensação estranha.
- Se refere a quando te vi sair do banheiro quase seminua?
- Ah por favor, não estava seminua, você não tem nenhum direito de julgar o que eu estava vestindo! - disse ela em um tom irritada.
- Para uma empresa bem sucedida como essa sua roupa, bem, não estava adequada! - digo.
- Concordo, mas também lhe digo que o horário do expediente já havia terminado a tempos atrás, quando alguém fez o favor de chegar duas horas atrasado!
- Você é assim irritante? - perguntei.
Ela suspirou, confesso que nem estando com raiva essa menina consegue ficar feia - Olha eu sou um amor de pessoa, mas você poderia usar mais a educação que o seu pai lhe deu, eu tenho a certeza que ele gastou uma fortuna pra isso, então use o que foi ensinado a fazer, talvez assim eu não seja tão irritante, porque minha irritação toda é estimulada exclusivamente pela sua pessoa! - falou.
- Sou educado com quem merece, devo respeito às pessoas decentes! - digo com indiferença.
Emma se aproximou de mim, estava raivosa dessa vez, talvez eu tivesse ferido com o seu orgulho, ou mexido com seu ego, até pensei que ela me daria um tapa, mas não, ela veio com o dedo apontado para o meu rosto dizendo:
- Olha aqui seu babaca idiota, meça suas palavras para insinuar coisas ao meu respeito, você não sabe quem sou, não me conhece, não sabe o que enfrentei para está aqui, o quanto estudei para realizar o meu futuro, não sou um filhinho de papai que teve tudo que sempre quis nas pontas dos dedos, você deve respeito a qualquer tipo de pessoa, não importa o que ela seja ou faça, respeito é bom e todo mundo gosta!
Segurei firme o seu braço quando ela pensou em se virar para se afastar de mim, eu jamais ia deixar uma garota feito ela dizer aquelas palavras e ficar por isso mesmo, não, assim como ela também diz que eu não sei absolutamente nada da vida dela, ou de sua pessoa, ela também não sabia nada da minha, do que passei, mas no momento que senti o calor de sua pele penetrar minha mão tudo que eu tinha em mente, na ponta da língua sumiu automaticamente. Emma me encarou sem compreender e seu olhar foi em direção a minha mão, mas eu havia me fissurado em sua beleza, naquela sensação ao qual eu não sabia explicar, era como se eu tivesse recebido uma carga elétrica religando todas as emoções que cortei no decorrer dos meus dias, que abri mão pelo peso da dor, por medo de me machucar novamente, ou pior, perder alguém importante demais.
Olhei sua boca como se estivesse me convidando para si, estava totalmente perdido, quando me dei conta da situação em que eu estava, minhas defesas foram ativadas me trazendo a realidade, soltei o braço de Emma dizendo:
- Me desculpe, isso não aconteceria se não fosse petulante!
- Você tá se ouvindo? Você não consegue nem pedir desculpa decentemente, olha na boa fica no seu canto e eu fico no meu que vai ficar tudo bem, agora se me tocar como fez agora mais uma vez não me acuse das consequências! - disse se afastando.
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Ao Acaso do Destino
RomanceQuando se está escrito não há nada que o universo possa fazer a não ser soprar o vento a favor, duas pessoas, dois caminhos que cruzaram suas vidas inesperadamente. Emma é determinada, decidida sonha em viver a vida sem esperar o amanhã, Théo é arr...