Capítulo 18

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Emma

A semana passava arrastando, minha cabeça em um misto de sentimentos e proibições, fugi de Théo todos os dias, em minha mente eu acreditava que quanto mais longe melhor, assim não corria o risco de quebrar o que eu havia prometido a Pilar, apesar de eu não sentir segurança em cada palavra que me dizia, ao menos sabia que não mentia, não era o óbvio? Eles eram uma família, e todos os fatos me mostravam isso, mesmo que no meu interior tivesse um pingo de esperança fantasiosa a realidade era aquela, o meu Théo era um homem casado e pai de família.

Na segunda a tarde Vincent veio em minha sala comunicar que Théo solicitava minha presença em seu escritório, eu imediatamente disse que não iria e qualquer assunto tratado com a presidência Amanda resolveria e me informaria. Eu procurava o meu equilíbrio e estava decidida a manter distância de Théo, precisava ser forte agora, como Bombom me informou, não seria uma tarefa fácil, porém, carecia firmeza, principalmente ao lado dele.

Quando Amanda retornou comunicou que Théo procurava saber sobre o discurso e o maldito evento que sou obrigada a estar presente, ao menos ele falou acerca de trabalho, eu aqui acreditando que tocaria no assunto de ter ido até a minha casa no domingo, confesso que me encontrava curiosa para saber os motivos dele em ir até o meu apartamento, mas por decidir manter distância era melhor nem buscar compreensão.

Os dias foram passando e nas raras vezes que o via me mantinha distante, sempre  escapava das suas perguntas ou ficar a sós com ele, em uma das reuniões senti um pavor imenso quando prestei atenção que estávamos praticamente sozinhos, eu nem pensei, saí antes que ele me desarmasse. Informo a vocês que não estou sabendo lidar com esse sentimento que explode em meu peito, é como uma força sempre me levando de volta para o seu caminho, quando eu penso em ir por um lugar acreditando que o mesmo jamais passaria por lá, quebro a cara ao me esbarrar com ele, era uma estratégia esmorecida, literalmente frustrante a mim mesma, pois qualquer escolha que eu viesse a fazer ele estava no mesmo lugar para me mostrar que sempre estaria em meu caminho.

Devido a isso, preciso me esforçar mais, necessito encontrar meu equilíbrio, não posso ficar o tempo todo fugindo disso, tenho que me controlar e colocar de uma vez por todas que Théo é um homem comprometido e que minhas chances são nulas. Com isso passei o resto da semana com esse pensamento "você não pode ter o Théo", acreditem quando digo que repassei essa frase um milhão de vezes, o que pra mim ainda deu nos nervos, porque ele continuava sendo pronunciado em minha mente, prosseguia dono dos meus pensamentos. Todavia a semana da viagem estava bem na porta, por isso eu teria que me manter firme, porque mesmo querendo está distante eu não poderia, afinal estaremos a trabalho e passaremos dez dias lado a lado.

Hoje é sexta-feira, chegamos mais uma vez no final do expediente, Amanda levantou-se de sua mesa vindo em direção de minha sala, ao se aproximar bateu na porta me encarando.

- Ainda vai demorar nesse discurso? - perguntou.

- Estou finalizando! - digo.

- Tem certeza que eu sou obrigada a ir com você nesse maldito evento? - ela mantinha o desânimo, desde o dia que a intimei, Amanda estava choramingando para tentar fugir desse compromisso, mas eu não queria ir sozinha, muito menos com Théo ao meu lado, por isso a ordenei a estar presente comigo.

- Sozinha é que não irei, e N-Ã-O. - soletrei a palavra. - Não irei levar Théo em seu lugar. - falei.

- Eu já entendi isso, mas dizem que a esperança é a última que morre, então não custava tentar! - sorriu.

- Pronto! Finalizei, ufa! - relaxo os músculos.

- Ah finalmente, agora coloca a sua roupa e vamos para o barzinho de sempre. - disse ela.

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora