Capítulo 8

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Emma

A situação mais constrangedora da minha vida estava a passos de mim, eu estava encharcada na casa do homem que julgo ser o maior babaca de todos os tempos, porém eu não tinha tanta escolha, afinal meu carro morreu definitivamente, ou era isso, ou era enfrentar a tempestade sem socorro nenhum, por isso escolhi voltar a casa de Théo, mas isso não deixou de ser desconfortável, eu juro que não queria ficar ali ao seu lado, prefiro até a guarita do que estar na presença dele que me perturba de uma forma inexplicável.

Théo me convenceu a permanecer em sua casa, mesmo que eu saiba que o guincho só chegará no outro dia para o meu azar, quando informei isso a ele vi sua expressão totalmente apavorada por uma coisa bem simples, contudo apesar de ver seu incômodo isso não o impediu de dizer que eu podia ficar o tempo que precisasse. Eu confesso que não conhecia esse lado dele, uma pessoa protetora, da maneira torta que ele tinha, mas era proteção, disso eu não tinha dúvidas, pelo menos era o que eu acreditava ser.

Para completar, a energia foi embora, foi aí que veio minha primeira perdição, Théo esbarrou em mim me levando diretamente ao chão. Eu enxergava muito mal, mas pude sentir seu corpo quente, sua respiração sob a minha pele, fechei os meus olhos deixando esse sentimento bom me conduzir, mas de alguma maneira Théo se desvencilhou de mim, afastando qualquer sentimento bom que eu estava sentindo naquele momento, a sua agonia foi tão grande que o mesmo conseguiu bater sua cabeça em um dos móveis de sua casa.

Ele se sentou no sofá, agora eu conseguia ver melhor, principalmente com os raios que a tempestade mostrava, toquei em seu rosto e aquela sensação prazerosa voltou imediatamente, não deixando eu dar conta do que estávamos fazendo. O machucado era o de menos para o que eu estava sentindo naquele momento, era algo difícil de explicar, quente e frio ao mesmo tempo, suave e intenso, meu peito explodia com alguma coisa que eu não estava identificando, foi nessa hora que senti Théo me puxar e ali eu me perder completamente da minha própria existência.

O beijo mais prazeroso que já provei na vida, era dos lábios de Théo, me tirando da órbita da Terra a caminho do espaço, onde não existe tempo, porque aqueles míseros segundos passaram lentamente sentindo o toque dele, cada movimento era como uma sede insaciável. Borboletas por meu estômago passavam em um movimento desgovernado, alucinei completamente, estava perdida justo no que eu disse que jamais faria.

- Isso foi bom! - digo.

- Isso, foi um erro! - falou.

Estava bom demais, bom demais para ser verdade, porque assim que Théo se afastou de mim senti um vazio enorme, porém, o pior não foi isso, o pior foi exatamente o peso da culpa que invadiu sua mente, a minha também me dando conta do que havíamos feito. Théo era casado, tinha uma família, eu não sei como pude deixar isso acontecer, aquele sentimento ruim me invadia de uma forma horrível, a culpa caía sobre a minha pessoa pesadamente. Se arrependimento matasse, eu com certeza já estaria morta.

Apesar de tudo permaneci em sua casa, Théo quase implorou para eu não ir, eu fiquei, mas porque eu realmente precisava de sua ajuda, ele pegou uma de suas camisas e me entregou para vestir, eu acredito que isso não seria uma combinação boa, não depois do que tínhamos acabado de fazer. Mesmo que o calor estivesse passeando pelo meu corpo, eu precisava me manter firme, pois Théo ainda continua sendo o cara idiota, sem educação, lindo com um beijo mais gostoso que já experimentei na vida, sim, porém, seu lado ruim sobressaia de uma forma nada agradável.

- Ouviu o que disse Emma? - questionou tirando meus devaneios.

- Desculpa, não! - digo.

- Será que podemos esquecer o que aconteceu segundos atrás? - perguntou.

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora