Capítulo 17

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Théo

A noite anterior foi longa, nunca tinha sentido esse sentimento dentro de mim, nem nas minhas piores dores de perdas me sentia impotente, como se isso não estivesse sob o meu domínio, a verdade é que realmente não estava, assim como aconteceu com Luíza, simplesmente aconteceu sem eu poder fazer absolutamente nada. Era uma comparação louca confesso, porque de longe a situação era parecida, mas o sentimento dentro de mim parecia o mesmo, uma sensação frustrante, mas estava disposto em saber mais dessa história de homem semi nu locado no apartamento de Emma.

Como mal consegui dormir, levantei cedo sem tomar café em casa, segui para a empresa como sempre faço, parei na cafeteria que havia a umas quadras antes do escritório e solicitei dois cappuccino, pago pelos mesmos e continuo minha trajetória até chegar ao prédio, estacionei saindo do carro. Quando estou prestes a entra no prédio vejo minha Angel com aquele sorriso encantador saindo do carro do cara sem camisa, o que me leva a senti uma pontada em meu peito fazendo-me suspirar.

- É Théo ele passou a noite com ela! - digo em voz alta a mim mesmo.

Emma não notou minha presença, a mesma entrou sem olhar ao seu redor, porém, ao contrário dos outros dias eu expressei "bom dia" a quem me encarasse, revelo que foram poucos, pois as pessoas evitavam a me olhar diretamente. Finalmente chego no meu andar, Vincent parecia preocupado, o observo e vejo seus dentes amarelados dando um sorriso fraco, como se demonstrasse preocupação.

- O que houve? - entreguei o seu café, o mesmo me encarou surpreso e por um momento achei que ele fosse hesitar pegar, mas ele pegou receoso.

- Temos uma entrevistadora lhe aguardando no salão principal! - engoliu a seco.

- E isso é algum problema? - questiono.

- Na verdade ela só faz críticas ridicularizando nossa empresa, seu pai já cansou de expulsá-la daqui Théo. - falou.

- Então o que está esperando para mandá-la embora? - perguntei o óbvio, aliás, se meu pai a expulsou boa coisa a mesma não fez, afinal Gonzales Cortez não é de tratar as pessoas com grosserias.

- Na verdade não devemos. - informou.

O encarei buscando compreensão para tal revelação.

- Por que não?

- O Sr. Ferraz quem a mandou. - ao ouvir esse nome meu sangue ferve, meus músculos endurecem numa intensidade tão grande que vejo Vincent engolir a seco enquanto continua, provavelmente minha afeição havia mudado. - Ela veio cobrir o evento da caridade, no qual acontece todos os anos, mas por algum motivo o mesmo antecipou.

- Trocou a data? - fiquei surpreso. - Meu pai havia comentado comigo, esse ano nossa empresa estaria responsável pelo discurso, mas o mesmo informou que isso acontece antes das vésperas de natal! - digo.

- Exatamente, não sabemos o motivo da mudança, mas o evento acontecerá neste sábado! - disse.

- Ok! Acredito não ter problema, a viagem está marcada para segunda, dará tempo de irmos a esse evento, agora temos que preparar o discurso. - finalizo.

- Desculpe senhor, mas quem está responsável pelo discurso é o setor financeiro, especificamente Emma! - ele diz.

Como uma fração de segundos vejo o cappuccino derramar em minha mão, olho para o mesmo percebendo que pressionei com tanta força acabando esmagando o mesmo.

- Droga!

- Se sujou? - ouvi Vincent.

- Se vale apenas a mão, então sim! - Vincent pegou uns papéis toalha que tinha em sua mesa, pelo o que eu ouvi ele era rigoroso com a questão de limpeza.

Ao Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora