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Capítulo 8

♥️ Halloween ♥️ 

As estações do ano só mostram para mim como o tempo está passando rápido. Estamos crescendo! Já tenho 13 anos e Peter já fez 14 anos. Ele é um pouquinho mais velho do que eu. 

Ainda continuamos estudando juntos, estamos cada vez mais grudados, mais colados.

Todos na escola já tem a certeza que somos "algo mais". Já me perguntaram inúmeras  vezes se não sou namorada do Kavinsky, afinal estamos sempre juntos.

Minhas irmãs já me disseram que ele me olha de um jeito diferente quando não estou olhando pra ele ou estou distraída. 

Como seria ser namorada dele? Como seria abraçá-lo de outra forma? Como seria beijar Peter? 

É muito cedo? Seria estranho, seria errado? É coisa da cabeça das minhas irmãs.. e de todos? E por que eu estou pensando nessas coisas ?

Chacoalho minha cabeça muitas vezes.

Nem percebo Peter chegando ao meu lado.

 - Covey, você tá bem? 

 - Por que? 

 - Te vi chacoalhando a cabeça várias vezes. Tem algum parafuso solto ai dentro? Deixa eu ver!!!

Ele segura  minha cabeça e chacoalha novamente. Eu dou um tapa nele e olho séria pra ele.

 - Engraçadinho!! - mostro a língua!

Novamente ele me olha de forma estranha. Eu não entendo esses olhares de Peter.

 - Não fica brava Covey! Senão eu me apaixono por você!

Eu arregalo os olhos e fico vermelha.

Tento me concentrar no movimento da classe. O Sr.Benjamin Vincent entra e finalmente a aula começa.

Essa é uma aula de literatura. Eu adoro essa matéria. E adorei o nome do professor!

Abro meu caderno e pego meu estojo de joaninha. O chamo de "JoanCase".

Peter faz a mesma coisa, parece até estar me imitando.

Hoje vamos discutir a respeito de cartas, cartas que utilizam selo. Que são enviadas pelo correio. 

Vivemos numa época onde ninguém mais escreve cartas. Utilizamos emails ou mensagens instantâneas pelo telefone. Não existe aquele "romantismo" das cartas.

 - Bom dia turma! Em primeiro lugar gostaria de saber se alguém já recebeu ou enviou cartas? Cartas não emails! E nem mensagens de celular.

Ninguém se manifesta. Eu não escrevi cartas mas tenho um diário que escrevo quase todos os dias todos os meus pensamentos e dúvidas. Peter vive tentando pegar mas eu o deixo sempre trancado numa caixa e mantenho a chave escondida. É meu segredo e mesmo sendo meu melhor amigo acho que ele ler isso seria um pouco demais. Já compartilho tudo que posso com ele, então espero que ele fique satisfeito.

Fico imaginando como era esperar dias para receber a resposta de uma carta. E é justamente isso que o professor quer que aconteça conosco.

Continuamos a discussão sobre as cartas. Todos se empolgam com a proposta mas posso confessar que eu me interessei muito pelo tema.

É passado um trabalho individual para cada aluno.

Escreveremos uma carta para alguém especial em nossas vidas. Pode ser alguém da família, amigo, qualquer pessoa. E essa carta será enviada pelo correio. Não podemos nem entregar pessoalmente. É pra ser uma surpresa.