REFERÊNCIA .1 (CONCLUÍDO)

30 CAPÍTULO

        Gabriella

Acordei com um mal estar pior do que o de ontem a noite, minha vontade era só de ficar deitada, eu só queria paz e o que me veio, foi mais problema, acho que atirei pedra na cruz, porque não é possível. Me levantei da cama na maior preguiça do mundo, tomei um banho e melhorei um pouco, como ainda ia dar 10:00 da manhã, ainda dava tempo de tomar café, então eu me agasalhei bem por que aqui o tempo tá feio demais, depois vou dar uma volta por aí vê se acho uma farmácia.

Desci para comer, e só comi o básico, mas mesmo assim o mal estar bateu firme, respirei fundo e senti a tontura bater, que castigo senhor, fechei os olhos, passei a mão na cabeça, mas sabe quando você sente alguém te observar, foi exatamente assim que eu me senti e quando abri os olhos tinha um preto muito gato na minha frente com um copo de água na mão.

xxx: não queria ser entromedido, mas estava te olhando de longe e vi que você não parece estar bem, precisa de alguma ajuda.- por um minuto minha visão ficou completamente embaçada, eu apertei a barra da mesa e abaixei o olhar, mas logo a mesma voltou ao normal.

Gabriella: não precisa se preocupar, ta tudo bem!- sorri sem mostrar o dentes.

xxx: se precisar de alguma ajuda e só me procurar, meu nome é victor e eu estou concursando medicina, então posso dizer que sou um pouco médico.- concordei e o mesmo colocou a copo de água perto de mim, como se fosse pra eu beber.

Mas eu não sou nenhuma babaca né, só molhei o bico mesmo, nem sei o que tinha naquele copo, do nada esse doido vem pra perto de mim, sei lá né. Bebi o meu suco de maracujá e a vontade de vomitar veio firme, mas eu me segurei o maximo, perdi ate a vontade de ir na rua procurar alguma farmacia, sem condições.

Voltei pro quarto e o mesmo estava um brinco, acho que fiquei menos de uma hora lá em baixo e ja arrumaram aqui. Fui pra varanda que tinha ali, com uma vista linda, mesmo com o tempo feio, me deitei em um sofá que preenchia quase todo o espaço e os pensamentos tomaram conta de mim.

Até que por um estante me veio na cabeça que minha menstruação está atrasada, engoli a seco e começou a bater as paranoias, a possibilidade de estar grávida começou a me deixar agoniada, até por que não estou pronta e nem é o momento adequado, não, nao pode ser.

Gabriella: puta que pariu.- mumurei pra mim mesma, me levantei e o vomito subiu juntinho, fui correndo para dentro do banheiro e coloquei TUDO pra fora, quando eu acabei minha cabeça está quase explodindo de dor, escovei os dentes e fui pra cama me deitar, meu dedo coçou para que eu ligasse o celular mas é melhor não.

Comecei a chorar de desespero e medo, isso só pode ser um pesadelo, não é possível, passei minha mãos pelos meus seios, só aí percebi que os mesmo estavam completamente sensíveis, e inchados. Amarrei o cabelo e me aconcheguei na cama, chorei até pegar no sono literalmente.

acordei com a boca, muito seca, me levantei pra tomar banho e decidi que ia embora já que não vou conseguir/ e nem consegui ficar em paz nem aqui, comecei a arrumar minhas coisas, separei uma roupa para tomar banho, em seguida passei corretivo e base para disfarçar a cara de morta, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei o celular colocando no bolso e sai do quarto trancando o mesmo.

Deixei a chave na recepção e por conhecidencia do destino vi o Victor lá também, o mesmo piscou pra mim e eu sorri saindo da pousada, peguei um dos táxis que fica ali na frente, falei pro moço qual era meu destino e o mesmo sorriu de felicidade, por conta do preço da corrida né.

no meio do caminho pedi pro moço parar em uma farmácia, e comprei remédio para enjoo já que eu não estava mais me aguentando, com o carro balançando, estava quase vomitando ali dentro, olha que meu estômago está literalmente fazio.

Pro meu azar quando chegamos no Rio estava um trânsito do cacete e uma chuvarada também, cara eu não sei nem explicar, o que é esse turbilhão de azar e coisas ruins acontecendo comigo, queria ter tirado meus dias de paz, mas nem isso consegui, só problema atrás de problema, eu não sei como não enlouqueci ainda.

O resto do caminho eu vim pensando na possibilidade de estar grávida, de ter um filho do deco, que nem sei se vai querer assumir, isso atrasaria tanto minha vida agora, eu não sei se vou ser capaz de ser mãe solo, não sei se tenho estruturas para isso, não sei nem se quero ser mãe, é uma responsabilidade enorme jogada nas minhas costas assim, por mais que eu saiba que 50% da parcela de culpa é minha, até por que transei sem camisinha por que eu quis, e remédio nenhum é 100% eficaz, eu sempre soube disso, só que aí quis desafiar a sorte, acabou dando deu nisso, tô aqui morrendo de medo de estar grávida, de um homen que não quer nada comigo.