Prefácio

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Rachel entrou na primeira igreja que viu, precisava se acalmar. Precisava pensar. E mais: precisava sair da chuva.

Seu vestido de baile pesava três vezes mais quando molhado, e já sentia o pé formar bolhas por causa do salto alto. Foi um alivio ter encontrado aquela igreja.

Seria o último lugar que procurariam Rachel Barbra Berry Fabray.

O lugar estava iluminado por velas, era bonito e horripilante, porque a igreja estava vazia e seus saltos ecoavam pela catedral. Era uma igreja católica. Ótimo, um padre seria bom. Tinha que pedir perdão a Deus por muitas coisas.

—Oh meu Jesus Cristo! –Exclamou a freira Mary cruzando com Rachel. –Minha criança, o que aconteceu?

—Uma freira! –comemorou. –Desculpe entrar assim, é que a porta estava aberta e eu precisava de um lugar pra fugir da minha esposa!

—Sua... –A freira se calou. Percebendo que a menina tremia a senhora segurou sua mão e a fez sentar-se no banco. –Pobre menina, está tremendo de frio.

—De frio, não! De raiva –Rachel se abraçou. –Tudo deu errado, tão errado... Aqui tem um padre? Tenho muito a confessar.

Mary olhou para a jovem. Geralmente quem visitava a igreja aquela hora era jovens drogados procurando algo para comer, alguns até mesmo pediam dinheiro. Mas aquela mulher não era como eles. Era jovem, e mesmo com a maquiagem escorrendo pelo rosto percebia-se que era bonita. Sua roupa era cara e tinha uma enorme pedra azul em seu pescoço, que Mary tinha certeza de não ser uma bijuteria.

O que poderia levar uma jovem como ela a igreja então?

—Disse que estava fugindo de sua esposa... Ela lhe agrediu? –Mesmo sem sinal de agressão, Mary desconfiou.

—Não! –Rachel lhe olhou como se estivesse louca. –Ela nunca faria isso.

—Então lhe expulsou de casa?

—Sou eu quem está fugindo. Tem nenhum padre aqui não? –Rachel varreu os olhos pelo altar, porém não tinha mais ninguém ali além da freira e ela.

–Sinto muito minha jovem, mas o padre Bin está dormindo.

—Bem, então só me resta você –Rachel afastou-se no baco, deixando um lugar livre. Deu tapinhas e chamou a freira com a cabeça.

Freira Mary sentou-se. Curiosa demais para o que a doidinha tinha a dizer.

—Seu nome é...

—Mary. Me chame de Irmã Mary.

—Ótimo. Sou Rachel Berry Fabray –Rachel suspirou. –Acho que logo o Fabray vai embora.

—Conte, menina. O que lhe aflige tanto?

—Oh irmã –Rachel segurou nas mãos da mulher e a encarou com os olhos cheios d'agua. –Cometi o pior erro em meu casamento. Isso é insuperável!

—Você a traiu? –Mary ficou espantada.

—Não! Pior! –Os olhos de Mary duplicaram de tamanho. E então Rachel admitiu em um folego só: –Eu me apaixonei pela minha esposa!

Até Que o Amor Nos Separe (Faberry) -HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora