Não é adorável?

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Não é adorável, completamente sozinha?

Coração feito de vidro, minha mente de pedra


Ela quer se casar com você?—perguntou Kurt indignado.

Rachel fungou enquanto segurava o telefone. Estava sentada na entrada de sua casa, chorando o máximo que podia antes de entrar e fingir ser a filha perfeita enquanto seu coração estava em mil pedaços.

—É bom pra imagem dela –Rachel balançou a cabeça. –Ela fala igual ao meu pai! Tudo é sobre o negócio, dinheiro. Logo não serei diferente da minha mãe.

Rachel, sua mãe desistiu de lutar por qualquer coisa. Você não é assim. A gente vai dar um jeito de te livrar disso.

Rachel sabia que era impossível aquela altura, o casamento aconteceria de algum jeito, mas as palavras de Kurt acalmaram-na um pouco. Sobreviver a tudo por seus amigos, pelo Instituto, era ali que encontrava sua força. E não deixaria se afundar novamente na tristeza, nos cantos obscuros de sua mente.

Então levantou e secou as lagrimas.

—Kurt, obrigada por estar do meu lado.

Sempre, querida. Você é mais forte que tudo isso—E logo após desligou.

Rachel admirou-se no vitral da entrada, tentando recuperar sua imagem confiante. Deu um olhada na mansão Berry, aquele lugar que morou a vida toda, porém nunca sentiu que era seu lar. Antes ficava tão nervosa de chegar em casa, de ver seu pai e esperar qual seria a próxima decepção que ele lhe apontaria.

Talvez a única coisa boa de se casar com Quinn é que ela sairia dali.

Com esse pensamento Rachel finalmente entrou, indo direto para a sala de jantar.

–Rachel, está atrasada para o jantar, querida – disse a mãe assim que ela entrou.

A cena era mesma, por vinte três anos. Seu pai estava sentado no centro enquanto a mãe estava a sua direita. Rachel seguiu para sua posição, a esquerda do pai. Ele sempre tendo que ficar ao meio. Ditando as regras até mesmo no jantar.

—Desculpa. Fiquei ocupada com as coisas do instituto –Rachel começou a servir-se com sua comida vegana. Tentando ignorar o grande pernil que estava exposto a mesa.

O pai lhe ridicularizou quando decidiu adotar o veganismo e desde então ele tem um humor sádico de expor o animal inteiro a mesa. Talvez na cabeça dele aquilo a faria mudar de ideia, no entanto era o contrário. Estava determinada a ser diferente de tudo que o pai era.

—Você e sua escola ridícula –Hiram lhe olhou com desprezo.

—Hiram –advertiu Shelby.

—Aquilo não traz dinheiro, Rachel. Não deveria gastar tanta energia nisso –continuou o pai, negando com a cabeça.

—Nem tudo que traz satisfação, papai, tem que ser remunerado –Rachel lhe olhou com frieza.

Hiram não fazia nem mesmo caridade se isso não tivesse retorno. Era uma briga constante o manter ajudando o Instituto.

—Por favor, vamos ter um jantar tranquilo, por favor –Shelby segurou a mão de Rachel e a do marido.

Com seus olhos azuis implorou pra que tivessem um jantar tranquilo.

—Tem razão –Hiram olhou em direção a Rachel e deu um sorriso acanhado. – Desculpe, filha.

Rachel retribuiu o sorriso. Por aparência, simples aparência. Os dois amavam demais Shelby e ao menos nisso conseguiam se unir para deixa-la feliz.

Até Que o Amor Nos Separe (Faberry) -HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora