capítulo 24: culpa!

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Pov'Andrew.


Voltei para o quarto com Meredith, vi ela pegar suas roupas para vestir e a impedi.

- ainda não - peguei o vestido da sua mão e coloquei sobre a cama.

- preciso ir pra casa, está tarde - ela falou tranquilamente - estou cansada.

- só mais um pouco - sugeri mostrando um sorriso.

- o que quer? A quarta? - foi a vez dela de sorrir, isso me lembrou da nossa primeira vez.

- se quiser - fui mais perto e a agarrei pela cintura, passei minha barba por seu pescoço depositando beijos meio que chupada, não ia deixar um "chupão" mas a fazia gemer baixinho, e aquele som era maravilhoso.

- agora? - sua voz saiu provocante, sentia todo meu corpo queimar de desejo.

- safada - bufei

Olhei para Meredith, antes que fosse embora precisava de uma resposta.

- por que fez as tatuagens? - perguntei, eu vi a outra em forma de onda, ela fez as duas no mesmo lugar.

- por que é tão importante saber isso? - ela perdeu o sorriso.

- tem haver com o que vivemos!

- foi um jeito de marcar para sempre uma época da minha vida que realmente fui feliz - Meredith se afastou e começou a se vestir - ter feito o que eu fiz com você não significa que eu não senti, posso ser fraca, mas não sou sem coração.

- quando fez? - perguntei.

- três anos depois, na mesma data - ela não me olhou, não parou de se vestir - você ainda tem?

- o que? - perguntei, Meredith me olhou e eu entendi - sim, está guardado.

- por que guardou se me odeia? - seu tom foi rude.

- não te odeio Meredith, só não aceito o que fez com nós dois - expliquei, mesmo que o motivos dela sejam válidos, o modo foi errado.

- por que transou comigo?

- você pediu! - lembrei a ela.

- poderia ter dito não.

- não vou falar que te amo, mas ainda te desejo... Como antes... Você ainda é linda, na verdade está mais linda do que antes...

- ok!

- ok? Por que ok?

- nada! Preciso ir... - Meredith calçou seus sapatos.

- você é muito complicada... Quem pediu foi você!

- eu sei o que fiz Andrew, não tô reclamando... Só dizendo que preciso ir!

- e por que ok?

- quer que eu fale o que? - ela me encarou com raiva - foi só sexo...

- sempre ou só agora? - soltei com raiva.

- nossa! - vi que aquilo feriu ela - quando vai parar de me acusar?

- quando entender por que foi covarde.

- por que eu me importava com você... Você é tão cego Andrew! Eu sabia que se ficasse você teria que abrir mão de muita coisa, como eu... Você estava sempre falando que abriu mão de Havard por seus pais, por que sua irmã estava sempre longe ... Abriu por amor, e não estou sendo arrogante ao falar que você abriria mão por mim de viver seus sonhos, por que eu faria o mesmo... Um dia nós olhariamos e veríamos que só o amor não foi o suficiente para nós manter juntos ... O pior, Ellis iria garantir isso.

- você não sabe o que eu sentia - revidei.

- não! Tem razão.. não faço ideia ... Mas eu sei o que eu sentia.

- não julgo seus motivos .... Só o modo covarde que escolheu dizer isso... Você acha que sabia o tanto que te amava... Era mais... Eu sempre te amei, desde antes... Você passou a me amar, eu... Foi diferente... Mas você destruiu esse amor.

- desculpa - Meredith saiu do quarto.

Fui atrás dela e a vi pegar seu casaco e suas chaves, ela tirou o pingente e jogou em mim.

- sinto muito não ter sido ou ser merecedora de tal perfeição que você é...

- para com isso! - me aproximei e abri minha mão para ela pegar o pingente.

- você não é o homem que eu amei a dez anos... Agora você é frio e pretensioso, arrogante.... o meu Andrew era gentil, me falava umas verdades, mas nunca era assim.

- acha que a culpa disso é de quem? - perguntei.... Eu fui o melhor pra você, se hoje sou esse homem sem sentimentos a culpa é sua.

- não! Eu não vou carregar essa culpa... Por que não é minha - ela abriu a porta.

- você vai por que é fraca, tem medo de encarar a realidade, olha a sua vida, você mesmo falou que tá infeliz, e sabe o que vai fazer?... Nada ... Por que e covarde... Posso ser frio e arrogante, mas nunca deixe o medo de viver me impedir de nada.

- cretino - ela saiu chorando.

- acha que assim vai ter ela de volta?

- pai? - olhei para ele descer as escadas - do que está falando.

- ouvi você chamar ela de covarde... Não vai ser assim que vai ter ela de volta.

- eu não quero isso - fechei a porta.

- a filho, um deprimido costuma reconhecer o outro, a única diferença entre nós dois é que eu passo meus dias olhando documentários... E você fechou seu coração e começou a só curtir e ao menor sinal de sentimento você fugiu.

E aquela foi a maior frase que meu pai falou em anos.

- por que tá falando isso?

- eu não estou sempre triste e pensando em morrer ... Mas eu prefiro estar assim... Porém eu vivi quarenta anos com a mulher que amo...

- eu não amo Meredith.

- espero que reavali isso antes que seja tarde demais ...

Meu pai foi para a cozinha encerrando a conversa, quando voltou passou por mim só dando um boa noite.

Subi também e fui para meu quarto, olhei as meias dela caídas no chão, peguei o par e inalei, era possível sentir o cheiro do seu hidratante ali, o menso cheiro de almíscar que havia em seu corpo, fui até o closet e peguei a caixa que guardava minha recordações.

Abri ela, e vi a camiseta que ela usou na primeira vez que dormiu comigo, o disco do Bon Jovi que ouvimos, o colar, as pulseiras do festival, a carta que ela escreveu e o meu pingente, coloquei o dela ali e as suas meias.

- lembranças - suspirei, fechei a caixa e guardei ela no lugar.

Deitei em minha cama enterrando meu rosto na colcha, inalei o cheiro dela.



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Gente! Eu tenho que parar com esse drama

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