capítulo 20: estou errado?

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Pov'Meredith.

No dia seguinte a minha visita para Vicenzo, estava de plantão, seria outro bem longo, cheguei ao hospital junto com William, havia dormido no apartamento dele, quando entramos na sala dos stafs, Ellis estava lá também. O sorriso que ela mostrou ao ver ele parecia que o namoradi era dela.

- bom dia! - falei natural.

- bom dia... Bom dia Will, como você esta?

- bem! Pronto para o dia - ele falou calmo.

- que bom!

E eu parecia só a porta, peguei meu uniforme e fui trocar, me preparei para mais um dia.

- nos falamos depois - dei um beijo de leve em William.

- até.

Ainda tinha uns trinta minutos até as visitas começarem então fui ver Vicenzo, bati na porta do quarto e alguém abriu, Andrew me olhou e sorriu.

- bom dia! Posso entrar? - pedi.

- é a médica dele - a resposta veio suave.

- mas vim como amiga - murmurei entrando.

- então que bom, por que ele estava pedindo pra te ligar.

- sério? - isso me surpreendeu!

- sim! Disse que você viria hoje, por que está de plantão.

- tudo bem? - perguntei sentando na ponta da cama aí seu lado - aconteceu algo?

- senti sua falta, Andrew é chato e não fala coisas do passado - vicenzo murmurou, sua resposta me fez rir e fui acompanhanda por ele.

- ele sempre foi chato mesmo, eu lembro... Sabe o que mais eu lembrei?

- o que?

- daquela vez que eu e a Carina trancamos o Andrew no armário, dizendo que era brincadeira de esconde-esconde, quando você chegou com a tia Mary estávamos assistindo e ele no armário.

- sua tia quase teve um colapso - ele sorriu.

- saudades desse tempo.

- também sinto, você e Carina sempre juntas, agora e com Andrew - ele me fitou sério.

- agora somos todos adultos! - murmurei.

- verdade.

- preciso começar as minhas visitas, mas quando tiver um tempo eu volto.

- tá! Vou esperar.

- pode esperar - levantei.

  Sai do quarto e Andrew veio atrás de mim.

- podemos conversar? Vai ser rápido!

- claro, pode falar.

- é sobre o papai, ele ficou uns vinte minutos falando de você.

- você não me quer perto dele? - já mudei minha expressão.

- não é isso! É que desde que a mamãe morreu... Ele não sorriu mais - Andrew falou em um tom triste - ontem foi a primeira vez, o papai tem depressão... Por isso tem um cuidador.

- eu não sabia.... Sinto muito, acha que minha presença pode o deixar pior?

- não! Eu acho que me tempos, ele no esteve tão bem... Obrigado por vir ver ele.

- de nada! Sabe que sempre gostei dos seus pais, que pra mim sempre foram família.

- eu sei... Mesmo assim, obrigado.

- tudo bem!



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Pov'Andrew.

Uma semana depois da cirurgia meu pai recebeu alta, foi um alívio quando Meredith lhe deu alta, estava tudo bem, agora o restante da recuperação seria em casa, os cuidadores ia continuar com ele, e eu poderia trabalhar tranquilo

Ligação on.

- oi Carina - murmurei.

- você não me ligou pra falar mais nada... Como está o papai?

- eu não tenho que ligar, você quem deve! Tenho muito o que fazer e pensar, para lembrar que você quer saber algo!

- não fala assim Andy! - seu tom foi rude.

- estou errado? É sua obrigação ligar pro papai ou para eu, para ter notícias dele... Não vou fazer isso por você, já basta todo o resto.

- ok! - ela desligou.

Ligação off.

- vai matar quem? - ouvi a voz de Meredith.

- Carina - falei soltando o ar.

- tá tudo bem?

- ela acha que eu quem deve ligar pra dar notícias do papai! Só tô sem paciência.

- tô vendo! Mas tenta se acalmar... Você ficar assim não vai ajudar.

- tô tentando - mostrei um sorriso, mas pela expressão de Meredith não foi tão convivente.

- leva seu pai pra casa! E deixa que o resto se resolve.

- já falou com ele agora? - perguntei.

- não! Só na hora da alta, por que?

- e disse que EXIGE que eu volte a ser seu amigo, para você poder ir visitar ele.

- vou falar pra ele que não somos inimigos, e que vou sim o visitar - Meredith riu animada.

- certo!

Meredith abriu a porta do quarto e entrou, eu ia falar que era difícil ser amigo dela, no simples fato de sentir uma atração por ela, mesmo o "sentimento" tendo acabado, ainda a desejava, só queria que ela não tivesse namorado.

  Voltei para o quarto e os dois estavam no maior papo, no que entendi estavam planejando uma visita dela.

- vou preparar um filé ao molho, o que acha? - Meredith sugeria.

- pode ser molho branco? - meu pai perguntou.

- claro, tenho uma receita bem leve.

- Estou convidando também? - perguntei.

- claro, vai ser na sexta! Vou estar de folga - Meredith foi tão gentil e despretensiosa na sua resposta, que EU  me senti um intruso.

- sexta? - chequei.

- sim! Tudo bem?

- sim! Tudo ótimo.... - não teria problema, só precisava cancelar meu compromisso.

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Não dava pra evitar sentir que sempre minha vida estaria ligada a de Meredith Grey, depois de anos vendo meu pai cada dia mais deprimido, onde mal comeu ou viveu, onde seus dias foram apenas assistir documentários sobre animais marinhos, e em algumas horas com a garota ele simples está rindo, era perceptível em seu olhar o quanto ela o fez bem.

- como se sente? - perguntei ajudando meu pai a deitar.

- bem... Espero que chegue logo sexta - Vincenzo respondeu.

- em dois dias - sorri - por que está tão feliz em ver Meredith?

- Mary gostava muito dela - foi sua explicação

- certo... Vou ver o que a Joane deixou para o jantar.

- você deveria parar de fingir que não gosta dessa menina!

O tom calmo de Vicenzo me fez parar na porta e o olhar, ele não sorriu, não demostrou algum tipo de sentimento.

- estou errado?

- sim! - sai do quarto fechando a porta.



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  Sumi, mas apareci.... Isso. Aí faz sentido, mas tudo bem!

Entre passado e presenteOnde histórias criam vida. Descubra agora