capítulo 73: perdas.

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Pov'Meredith.

Era o primeiro plantão que faríamos juntos desde a nossa volta, um mês depois de chegarmos a Harbor, e parecia que nunca sai dali, mas principalmente Andrew, todos os conheciam, falavam com ele, era engraçado, Jo por sua vez era alguém totalmente desconhecido, mas rapidamente se adaptou ao lugar.

  Estávamos os três no refeitório, cardio, neuro e pediatria, claro que eu surtei muito quando meu marido escolheu essa área, porém foi de alegria, ele tinha o talento para lidar com crianças, a conversa era animada sobre Alex ter descoberto que todos havíamos nós mudado para a cidade.

- ele ficou com raiva por que não avisei, mas nós não estamos juntos - jo reclamou.

- já falei que ele gosta de você.

- de nada adianta, se estou aqui e ele lá, vou conhecer um cara bonitão e bronzeado por aqui - ela bufou - que nem você.

- obrigado pela parte que me toca - Andrew começou a rir.

- não se ache muito, foi só uma expressão.

- sei! Deveria falar pra ele vir atrás de você... - meu marido sugeriu - sabe! Não se desiste fácil de quem se ama.

- falou você que enxotou Meredith.

- isso foi diferente, estava magoado... E me arrependo... Lutei para ter ela de novo - Andrew se defendeu.

- se ele me quer vem atrás - Josephine bateu o pé literalmente no chão e levantou com raiva.

- se não falar que também o quer! Como vai saber que deve vir? Da uma última chance... Liga e fala: para ser tapado e vem me conquistar... Apenas isso.

- você só pode tá louco.

- e você se enganando Josephine Wilson - ele falou alto chamando a atenção de todos.

- Dr DeLuca, está chamando atenção - falei rindo.

- eu sei... Foi intencional - ele respondeu.

- você não tem jeito!

- não - Andrew respondeu olhando o seu pager - hora da ação - quando falou isso o meu também bipou.

- hora da ação - levantei e dei um selinho nele.



🧑🏻‍⚕️👩🏼‍⚕️


Entrei em cirurgia com uma mulher de trinta e poucos anos, acidente de carro, foram horas tentando salvar sua vida, acho que em alguns momentos me sinto fria, é uma vida, um ser humano que depende de que sejamos bons ou rápidos o suficiente para os salvar, e as vezes apesar de todos nossos esforços eles morrem.

- preciso de outra unidade de sangue - pedi.

- dra Grey já estamos aqui a 16 horas, foram 9 unidades - o residente que me acompanhava falou.

- o coração dela ainda está batendo - murmurei.

- Dra ela provavelmente teve morte cerebral, o coração dela só está batendo por que está fazendo isso.

- o que quer que eu faça? - pedi.

- vou verificar as pupilas dela - ele se móvel e fez uma análise rápida - midriáticas e dilatadas... Ela está morta.

- merda - suspirei.

- doutora?

- oi! - olhei para ele.

- precisa declarar a hora da morte.

- 20:09 horas - falei a contra gosto - essa era a parte que eu nunca iria gostar de ser médica - obrigado a todos, boa noite.

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