Fernanda Mendes
Eu estou louca ou o quê? Caiu algum tipo de bomba nuclear que me contaminou com radioatividade?
Como eu pensei em ter outro tipo de sentimento pelo Leonardo – além de raiva e vontade de jogá-lo de uma ponte? Eu devo realmente ter consumido alguma substância química que afetou completamente meu cérebro.
Assim que percebo que estamos num contato visual há algum tempo, eu o quebro, desviando minha visão para a sacada do quarto que estava aberta. Consigo ver que já está anoitecendo. Me apresso em dizer:
- Nossa, nem percebi quando o tempo passou. – digo mas não olho em seus olhos. – Daqui a pouco deve começar o lual. – concluo.
Leonardo percebe que não estou mais correspondendo seu contato e logo pigarreia, desviando seu olhar de imediato.
- Já está anoitecendo. – ele anuncia, olhando para a sacada. – Você quer ir ao lual? Quer dizer, está se sentindo bem pra ir? – pergunta, visivelmente preocupado comigo.
- Sim, estou bem. – respondo tranquila. – Obrigada de novo, Leonardo. Por tudo. – agradeço novamente. Ele assente e logo começa a se levantar da cama. Antes que saia do quarto, eu logo falo: - Nos vemos no lual. – e assim ele vai embora.
Me levanto da cama e vou ao banheiro. Tomo um banho quente e demorado, ainda atordoada pelo momento que tivemos. Foi tão... tão... ah, não consigo explicar.
Após tomar meu banho, vou me vestir. Escolho um vestido de alças azul-marinho, com estampa de flores. Calço uma sandália de dedo preta e passo um pouco de maquiagem (rímel, um pouco de blush e um hidratante labial).
Após isso, vejo uma mensagem de Felipe, avisando que estava indo ao meu quarto para irmos juntos ao lual. Cinco minutos depois, o mesmo chega e logo me pergunta:
- Como você tá, Nandinha? – sua voz parece preocupada.
- Estou melhor. – respondo com segurança.
Pego em seu braço e vamos para o elevador. Adentramos nele e o Felipe se pronuncia:
- Olha, não liga pro que o papai falou lá no restaurante. Você sabe que ele é assim. – disse meu irmão, passando os dedos no meu braço de uma forma carinhosa. – Não fique magoada com o que ele disse. Você é um dos nossos maiores orgulhos na família. Sei que vai conseguir realizar todos os seus sonhos e será muito feliz. Saiba que eu te amo muito, irmã. E sempre vou te apoiar. Você merece o mundo. – Felipe falou.
Eu me apressei em lhe dar um abraço apertado, transmitindo o quão grata eu sou por tê-lo na minha vida.
- Obrigada por tudo o que você fez por mim, Lipe. Eu te amo demais! – inquiri, beijando sua bochecha.
Nos próximos segundos a porta do elevador se abriu. Felipe pegou minha mão e nos guiou até a recepção para esperarmos os outros.
Leonardo já estava lá, vestido de uma bermuda estilo cáqui, com uma camiseta de botões estampada e um tênis adidas. Seu cabelo estava levemente bagunçado, com uma correntinha prateada fina. Estava irritantemente e ridiculamente lindo de tirar o fôlego.
Ele se aproxima de nós e cumprimenta meu irmão. Depois vira-se para mim, querendo um abraço. Assim, ele puxa minha cintura e me aperta contra seu corpo. Chega perto de meu ouvido e sussurra:
- Você está incrivelmente linda nesse vestido. – me elogia, apertando um pouco minha cintura e logo me solta.
Fico totalmente sem graça e volto minha atenção para os meus pais que estão chegando. Nos cumprimentamos e seguimos para a área ao ar livre onde acontecerá o lual. Detalhe: meu pai não está falando comigo – ah que ótimo!
Entramos na área e podemos ver uma decoração impecável. Vejo que tem um bar, cheio de luzinhas coloridas, e também uma grande cabana. Dentro há varias mesas com estofados escuros, uma mesa principal com uma espécie de self-service, além de um mini palco que já possui uma banda se preparando. Tudo está lindo!
Meus pais, Felipe e Leonardo se encaminham para uma mesa livre. Em seguida, minha mãe puxa meu pai para dançar um ritmo eletrônico e animado que está tocando. Noto que o Felipe vai em direção a mesa principal e lá encontra a sua amiga Carina – a qual nos apresentou no almoço de mais cedo. Leonardo está mexendo no celular.
Então decido ir ao bar pegar uma bebida. Chego no mesmo, sentando-me numa banqueta. O barman nota minha presença sem demora, e vem ao meu encontro.
- O que deseja, bela moça? – ele me pergunta com um tom de voz sedutor. Ele me parece um tanto atraente. Possui o cabelo loiro estilo surfista, e em sua camiseta está escrito "Colin".
- Uma bebida bem forte pra uma bela moça que precisa esfriar a cabeça, por favor... – peço, olhando em sua camiseta para verificar seu nome. – Colin.
- É pra já. – ele sai rapidamente em busca de alguns ingredientes para preparar a bebida. Volta segundos depois, supondo: - Imagino que deva estar com problemas... Bem, sou um ótimo ouvinte. – diz o Colin, sugestivo. - Já ouvi muitos desabafos de clientes aqui, e todos parecem mais aliviados depois de conversar. Se quiser, estou às ordens... – se oferece, esperando que eu diga meu nome.
- Fernanda, prazer! – apresento-me e completo: – Agradeço a gentileza, mas só preciso de uma bebida.
- Como quiser! – o Colin fala. – Está aqui de férias? – pergunta curioso.
- Férias em família, pode-se dizer assim. – respondo com desdém. Ele me entrega um copo com o conteúdo alaranjado, com cubos de gelo e uma folha de hortelã presa ao canudo. – Obrigada. – pego o drinque dando um longo gole.
– Uau, isso é muito bom! – exclamo. A bebida é realmente deliciosa. Tem um gosto adocicado mas ao mesmo tempo um pouco ácido. Sinto um toque de morango e algo que parece ser abacaxi. Enfim, delicioso. Mesmo sendo uma bebida alcoólica (que, para constar, nunca bebi na vida.)
- Que bom que gostou. – ele fala e logo engatamos uma conversa bastante interessante. Acabo pedindo mais dois drinques. Ou será que foram três? Não, acho que foram quatro. Não sei quantos bebi, mas continuamos naquele papo que fluía tranquilamente.
- Então quer dizer que você é solteira e viajou com sua família pra cá, na Jordania? – lembro dele me perguntar isso em algum momento.
- Isso! E de bônus veio o melhor amigo do meu irmão. – respondo, levemente tonta. – Eu odeio ele. O Leonardo é tão irritante. Ele fica fazendo aqueles comentários sarcásticos e jogando seu sorrisinho sacana pra todo mundo. Nossa, dá até ânsia. – eu digo, um pouco embolada nas palavras, que parecem embaralhadas na minha mente. – Mas as vezes ele parece ser legal. Sei lá. Faz mais um pra mim! – peço ao Colin que se prontifica a fazer o drinque.
Eu já percebo que estou um pouco alterada, pelo efeito do álcool no meu organismo. Não consigo lembrar de quais foram os próximos assuntos que conversei com o Colin. Só alguns flashbacks de sorrisos, palavras soltas e elogios que ele referiu a mim.
Depois, tudo que consigo recordar é de sair da cabana imensa, andar um pouco na praia com o Colin; após isso, de um soco ser deferido contra o mesmo, fazendo-o cambalear e cair na areia; me recordo de vomitar na areia e de sentir alguém me ajudar, guiando-me de volta ao hotel. Um grande escuro ocupa minha mente depois disso.
{Continua...}
Olá seus lindos! 💖
Eita eita... que confusão, meu Deeeusss!!!
Como prometido, hoje se inicia a maratona de postagem de capítulos;
Vai funcionar da seguinte forma: Sexta = 2 capítulos + Sábado = 2 capítulos + Domingo = 3 capítulos! ✨
Então fiquem ligados ai viu...
Próximo capítulo é beem especial! <3
Um xero,
Lore :)
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A Viagem que Mudou a Minha Vida
RomanceA vida de Fernanda Mendes é totalmente comum a de muitos adolescentes de 16 anos. Mesmo com a sua família peculiar, ela tem vida normal - tediosa até demais, por sinal. Fernanda não tem muitos amigos no seu colégio, muito menos um namorado; ela não...