Leonardo Cavalcanti
Coloquei uma de minhas mãos na nuca de Fernanda, ainda esperando sua resposta. Pude sentir todo o meu corpo vibrar com sua respiração pesada tão próxima a mim.
Ela mantinha o olhar fixo nos meus olhos, depois desviou para minha boca. Fernanda ainda não tinha falado nada. Não emitia nenhum som. Porém, notei sua pupila dilatar-se e os pelos de seu braço se arrepiarem com meu toque. Minha mão permanecia na curva de sua cintura.
Eu não deveria estar pensando em beijá-la. Não deveria pensar em me envolver com outra pessoa novamente. Não, eu não deveria. Ainda mais com o meu coração não recuperado totalmente.
Não podia me relacionar com outra pessoa e ser machucado como da última vez. Meu coração não é tão forte quanto parece.
Sei que, se me eu me envolver com ela, não iria conseguir suportar a mesma dor do passado. Mas não consigo racionar direito com a sua boca tão perto da minha, com seu corpo pulsando e me convidando a explorá-lo.
Deixo a razão de lado e avanço naqueles lábios deliciosos, levemente rosados e muito macios. A prenso contra meu próprio corpo e me delicio com o gosto de sua boca.
Fernanda fica estática, surpresa pela minha atitude. Demora alguns segundos para se dar conta de que estou beijando-a. Assim que percebe, emaranha seus dedos em meus cabelos, puxando-me para mais perto.
Nossos corpos estão colados. Nossas mentes conectadas de uma forma inexplicável.
Sinto ela abrir um pouco sua boca, me dando espaço para introduzir minha língua. Saboreio-a ainda mais. Beijo-a como se aquilo fosse o oxigênio que necessito para sobreviver. Nunca imaginei que precisava tanto dos seus lábios pressionados contra os meus.
Deslizo a mão que estava na sua nuca por toda a sua coluna, sentindo a mesma se contorcer. Noto que sua pele está extremamente quente. Direciono minha mão até sua cintura, abraçando-a em seguida.
Fernanda põe ambas mãos em volta de meu pescoço, firmando-se. Sinto ela roçar de leve suas unhas em minha nuca e meu corpo logo corresponde com choques elétricos.
Dou uma mordida em seu lábio inferior, suavemente. Continuamos nos beijando até que ficamos sem fôlego.
Ambos nos afastamos. Observo a boca de Fernanda avermelhada e um pouco inchada, devido a intensidade do nosso beijo. Nós nos olhamos por mais alguns segundos.
- Uau. – suspiro com a respiração totalmente irregular. Meu corpo ainda vibra. Dou um sorrisinho para ela, que logo desvia seu rosto corado.
- É... Leonardo... meu Deus... – ela tenta falar, porém também não consegue raciocinar corretamente.
Seu peito sobe e desce rápido. Fernanda olha para o céu. Faço o mesmo. Percebo que está prestes a chover. O céu está coberto de nuvens pesadas; consigo sinto leves pingos de chuva em minha testa.
– Melhor voltar pra o hotel. Pode começar a chover a qualquer momento. – anuncia ela, saindo da água depressa. Antes que eu possa falar algo, a mesma finaliza: - Te vejo por aí. – e sai.
Permaneço dentro da água, ainda processando tudo que aconteceu há poucos minutos.
Acabei de beijar a irmã do meu melhor amigo. Eu beijei a Fernanda. Onde eu estava com a cabeça?
Eu agi totalmente por impulso. Esqueci da minha amiga razão e a beijei. E meu coração parece ter gostado muito, pois ainda está palpitando. O meu corpo desejava tanto sentir o gosto dos lábios dela.
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A Viagem que Mudou a Minha Vida
RomanceA vida de Fernanda Mendes é totalmente comum a de muitos adolescentes de 16 anos. Mesmo com a sua família peculiar, ela tem vida normal - tediosa até demais, por sinal. Fernanda não tem muitos amigos no seu colégio, muito menos um namorado; ela não...