- Capítulo 13 -

27 3 0
                                    

Leonardo Cavalcanti

Coloquei uma de minhas mãos na nuca de Fernanda, ainda esperando sua resposta. Pude sentir todo o meu corpo vibrar com sua respiração pesada tão próxima a mim. 

Ela mantinha o olhar fixo nos meus olhos, depois desviou para minha boca. Fernanda ainda não tinha falado nada. Não emitia nenhum som. Porém, notei sua pupila dilatar-se e os pelos de seu braço se arrepiarem com meu toque. Minha mão permanecia na curva de sua cintura. 

Eu não deveria estar pensando em beijá-la. Não deveria pensar em me envolver com outra pessoa novamente. Não, eu não deveria. Ainda mais com o meu coração não recuperado totalmente. 

Não podia me relacionar com outra pessoa e ser machucado como da última vez. Meu coração não é tão forte quanto parece. 

Sei que, se me eu me envolver com ela, não iria conseguir suportar a mesma dor do passado. Mas não consigo racionar direito com a sua boca tão perto da minha, com seu corpo pulsando e me convidando a explorá-lo.

Deixo a razão de lado e avanço naqueles lábios deliciosos, levemente rosados e muito macios. A prenso contra meu próprio corpo e me delicio com o gosto de sua boca. 

Fernanda fica estática, surpresa pela minha atitude. Demora alguns segundos para se dar conta de que estou beijando-a. Assim que percebe, emaranha seus dedos em meus cabelos, puxando-me para mais perto. 

Nossos corpos estão colados. Nossas mentes conectadas de uma forma inexplicável. 

Sinto ela abrir um pouco sua boca, me dando espaço para introduzir minha língua. Saboreio-a ainda mais. Beijo-a como se aquilo fosse o oxigênio que necessito para sobreviver. Nunca imaginei que precisava tanto dos seus lábios pressionados contra os meus. 

Deslizo a mão que estava na sua nuca por toda a sua coluna, sentindo a mesma se contorcer. Noto que sua pele está extremamente quente. Direciono minha mão até sua cintura, abraçando-a em seguida. 

Fernanda põe ambas mãos em volta de meu pescoço, firmando-se. Sinto ela roçar de leve suas unhas em minha nuca e meu corpo logo corresponde com choques elétricos. 

Dou uma mordida em seu lábio inferior, suavemente. Continuamos nos beijando até que ficamos sem fôlego. 

Ambos nos afastamos. Observo a boca de Fernanda avermelhada e um pouco inchada, devido a intensidade do nosso beijo. Nós nos olhamos por mais alguns segundos.

- Uau. – suspiro com a respiração totalmente irregular. Meu corpo ainda vibra. Dou um sorrisinho para ela, que logo desvia seu rosto corado.

- É... Leonardo... meu Deus... – ela tenta falar, porém também não consegue raciocinar corretamente. 

Seu peito sobe e desce rápido. Fernanda olha para o céu. Faço o mesmo. Percebo que está prestes a chover. O céu está coberto de nuvens pesadas; consigo sinto leves pingos de chuva em minha testa. 

– Melhor voltar pra o hotel. Pode começar a chover a qualquer momento. – anuncia ela, saindo da água depressa. Antes que eu possa falar algo, a mesma finaliza: - Te vejo por aí. – e sai.

Permaneço dentro da água, ainda processando tudo que aconteceu há poucos minutos. 

Acabei de beijar a irmã do meu melhor amigo. Eu beijei a Fernanda. Onde eu estava com a cabeça? 

Eu agi totalmente por impulso. Esqueci da minha amiga razão e a beijei. E meu coração parece ter gostado muito, pois ainda está palpitando. O meu corpo desejava tanto sentir o gosto dos lábios dela. 

A Viagem que Mudou a Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora