A Viagem que Mudou a Minha Vida

- Capítulo 8 -

Fernanda Mendes

No dia seguinte, minha mãe nos chamou para um almoço em família perto da área da piscina do hotel. Eu havia dormido oitos maravilhosas horas naquele colchão de outro mundo e estava com a bateria recarregada para mais um novo dia.

Rapidamente tomei uma ducha e fui em direção ao armário para escolher a roupa de hoje. Coloquei meu maiô que possui um decote em V no busto, além das costas quase nuas, decoradas com algumas fitas lilás. Ele é estampado com algumas conchas, flores e coisas que remetem a praia e o mar. 

Após vesti-lo, coloquei uma saída de praia preta praticamente transparente, minhas sandálias de dedo, peguei minha bolsa e meus óculos escuros e sai do quarto. 

Cheguei no elevador e, quando as portas estavam quase se fechando, alguém coloca seu braço para impedi-las. Esse alguém consegue abrir as portas e adentra no mesmo. Não reparei quem era, pois estava muito ocupada fazendo um coque frouxo em meu cabelo. 

Então uma voz rouca, suave e bastante familiar soou dentro do elevador:

- Boa tarde, princesa. Bonita a saída de praia. – elogia Leonardo, me examinando da dos pés à cabeça sem nem disfarçar. 

Rio da sua fala e permaneço parada dentro do elevador esperando ele chegar ao meu destino. Assim que isso acontece, não falo mais nada e saio rumo ao restaurante.

Chegando lá, vejo meus pais conversando animadamente com dois drinques na mesa. Vou até eles e me sento. 

Minutos depois, Felipe aparece acompanhado de uma garota que possui os cabelos loiros – levemente dourados – uma altura que eu chuto ser de 1, 58 m, com um vestidinho floral rosa. Parece uma boneca. Estranho porque o meu irmão não costuma levar acompanhantes para qualquer evento que meus pais estejam presentes.

- Bom dia, família! – diz Felipe animado. – Essa aqui é a Carina. Nos conhecemos ontem no bar do hotel e ficamos conversando até o dia raiar. – ele apresentou sua "amiga" (vamos chama-la assim). – Carina, esses são meus pais, Roberto e Helena. – ele apresenta nossos pais a garota. – E essa daqui é a minha irmã mais nova, Fernanda. – ele logo se vira para mim e nos apresenta. 

Eu fico surpresa. Isso realmente é um milagre ou vai nevar aqui nessa ilha.

- Ah, muito prazer, Fernanda! Nossa, eu pensei que você tinha, sei lá, uns 10 anos. Pelo jeito que o Felipe falou de você, parecia ser bem mais nova. – a tal Carina diz, fazendo todos rir.

- Eu imagino que o Lipe deve ter falado bem ao meu respeito. – respondo, chamando meu irmão pelo seu apelido para irritá-lo. – Ele acha que, só porque é dois anos mais velho, é o mais responsável da família e que pode cuidar de mim como se eu fosse uma criança. – complemento, fazendo ela rir. – Mas, acredite em mim, eu que cuido dele depois das festas. – finalizo vendo um Felipe furioso em minha frente. 

Carina imediatamente começa a gargalhar juntamente com meus pais. Logo os mesmos a convidam para sentar na mesa. Mais ou menos, vinte minutos de um bom papo, o melhor amigo do irmão chega à nossa mesa.

- Desculpem a demora seu Roberto e dona Helena. – ele logo se pronuncia. Vai em direção ao Felipe e o cumprimenta com o aperto de mãos deles. Olha para mim rapidamente e dá uma piscadela. De imediato eu reviro meus olhos e viro meu rosto para ver a vista do restaurante.

– Essa é a garota que te ajudou a entrar no seu quarto ontem, Felipe? – Leonardo questiona, com um olhar de surpresa. – Você tava tão bêbado que precisou da ajuda dela? Lamentável viu. – debochou ele. – Prazer em conhece-la, Carina. Sou o melhor amigo do Felipe. Aliás, você é mais bonita do que os relatos de meu amigo. – apresenta-se, jogando seu charme de quinta categoria.