Leonardo Cavalcanti
Sai em dispara para o elevador, já sentindo lágrimas possuírem meu rosto. Recostei-me numa das paredes da caixa metálica e vaguei meus pensamentos para aquela noite anterior.
Foi tão intenso, tão primitivo e tão sensacional.
Ver o brilho nos olhos de Fernanda novamente, floresceu a minha faísca de esperança. Eu tinha esperança de que poderíamos tentar de novo, recomeçar do zero. Mas, essa faísca se resumiu a pó assim que ela disse aquelas palavras.
Nunca pensei que apenas palavras podiam ser superiores a dor de um soco ou algo do tipo. Eu estava sofrendo de novo, por culpa daquela mulher esplêndida, deliciosa, maravilhosamente perfeita e teimosa pra cacete...
Como que ela consegue fazer isso tudo em mim?
Mesmo depois de sete anos separados, quando a vi, meu corpo todo tremeu e minhas borboletas festejaram. Meu coração então, galopava dentro da caixa torácica.
Ela sabia sobre tudo que eu sentia – é mais do que perceptível – e, pelo o que vejo, Fernanda sente o mesmo. Esse sentimento arrebatador, forte e intenso.
Então, se é recíproco, o que nos impede de ficarmos juntos? Porque, sempre que estamos indo bem, ela faz algo que nos leva ao fundo do poço?
Eu não a entendo. E também não entendo o porquê de, mesmo com todas as circunstâncias da vida, eu não parar de amá-la. Não consigo. Eu a amo. Sempre amei.
Se esse reencontro só serviu para nos lembrar de que não podemos ficar juntos, eu preciso respeitar. Embora eu ainda a ame intensamente. Por causa desse sentimento que preciso deixa-la ir, mesmo que me doa em demasiado.
Por outro lado, se esse reencontro foi uma obra do destino para que nós dois voltássemos, precisamos lutar por isso. Porém eu não posso lutar sozinho. Um relacionamento é formado por duas pessoas. Dois lados. Então, ambas as partes precisam lutar. Juntas.
Eu já havia feito minha escolha: ela. Eu escolhi amá-la. Contudo, restava a decisão da Fernanda, que hoje foi revelada. Como a mesma disse: "sempre que ficamos juntos, um de nós sai machucado."
Mas, poderíamos ajudar um ao outro a curar nossas feridas. Como eu disse: juntos...
Sai de meus devaneios quando o elevador se abriu. Sai do mesmo e fui até meu carro. Felipe havia me ligado ontem à tarde, me chamando para conhecer seu filhinho, então decidi ir até lá.
O seu apartamento ficava localizado no Centro da cidade, que era bem movimentado. O caminho não demorou muito, aproximadamente uns quinze minutos de trajeto.
Estacionei o carro numa rua paralela e fui até lá. Cheguei na sua porta e antes de bater, a Carina abriu de supetão.
- Ah, Leonardo! – exclamou surpresa. Demos um breve abraço. – Nossa, que surpresa! Entra ai. – ela falou, simpática. – Mô, o Leonardo chegou! – disse mais alto. – Quer um café ou um suco? – perguntou.
- Não, obrigado. Tomei café agora a pouco. – eu respondi simplista.
Mesmo que esse café da manhã não tenha sido da maneira que eu esperava...
Sendo sincero, minhas expectativas para o dia posterior eram: acordarmos juntos, fazer um delicioso café da manhã, beijar novamente aqueles lábios suculentos e transar até o entardecer.
Ok, parece que sou um ninfomaníaco mas não veja apenas por esse lado. Eu desejava ter a Fernanda em meus braços novamente. Desejava sentir o doce e inebriante aroma que sua pele exalava. Desejava me afundar nela até todas as minhas células explodirem.
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A Viagem que Mudou a Minha Vida
RomanceA vida de Fernanda Mendes é totalmente comum a de muitos adolescentes de 16 anos. Mesmo com a sua família peculiar, ela tem vida normal - tediosa até demais, por sinal. Fernanda não tem muitos amigos no seu colégio, muito menos um namorado; ela não...