- Capítulo 5 -

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Fernanda Mendes

Nunca vi o Felipe tão furioso como estou vendo agora. Ele está fuzilando o Leonardo apenas com o olhar, o que me dá um pouco de medo.

- Ele só tava sendo gentil comigo, Lipe. Relaxa. - tentei acalmar meu irmão.

- Eu vi bem o tipo de gentileza que ele tava praticando com você, Fê. - respondeu Felipe, com um semblante bastante irritado. - Olha só Leo, nós somos amigos há anos, mas a minha irmã vem sempre em primeiro lugar. Então, se você tava arrastando asinha pro lado da Fernanda, é melhor desistir. - avisou meu irmão mais velho, olhando fixamente pro Leonardo.

- Fica tranquilo, Felipe. - começou Leonardo. - Você sabe bem que eu não quero nada de relacionamentos ou coisas do tipo. E também, a Fernanda não faz bem o meu tipo, tá. - disse tranquilo. - Só tava ajudando ela a passar o protetor solar. - finalizou com um sorriso calmo nos lábios.

- Eu espero que você não tenha feito nenhuma das suas gracinhas com a minha irmã. - afirmou Felipe, com um tom de voz firme. - Não tô afim de acabar uma amizade por algo tão fútil como isso. - adicionou.

Depois dessa pequena discussão, eu fui para a beira da piscina, tomar um pouco de ar. O Felipe estava parecendo outra pessoa. Nunca o vi desse jeito.

Estava confusa sobre o motivo de todo aquele "showzinho" e, quando o vi mergulhar na piscina, aproveitei a oportunidade para perguntar:

- Lipe, o que é que aconteceu com você, hein? - questionei, indo em direção ao outro lado da piscina, onde o mesmo estava. - Porque aquela discussão toda?

- Fê, eu só quis esclarecer alguns pontos. - respondeu com a cabeça apoiada na borda.

- Mas precisava daquilo tudo? - perguntei mais uma vez. - Você tava tão bravo. Nunca te vi falar com alguém assim, menos ainda com o seu melhor amigo. - completei receosa, chegando perto do mesmo para fitar seu rosto.

- Precisava sim, Fernanda. - disse ríspido. - Olha, mesmo o Leo sendo meu melhor amigo, ele precisa saber que minha irmã não faz parte do pacote, entendeu? - Felipe falou com arrogância.

- Como assim pacote, Felipe? - inquiri brava. Ele estava me comparando à um produto ou algo do tipo? Porque se for, eu juro que faço ele engolir toda essa água da piscina.

- Só quero que ele entenda que não é permitido que tente algo com você, Fê. Por ele ser meu amigo e tal. Eu me sentiria incomodado com isso. - ele disse, mais calmo dessa vez. Assenti e fui mergulhar para esfriar a cabeça.

O Felipe e eu temos a relação comum de irmãos. Nós sempre brigamos pra quem que vai escolher o filme, discutimos sobre o maior pedaço de bolo e até fazemos confusão por qualquer bobagem. Mesmo com todos os defeitos dele, eu o amo.

Principalmente pelo fato de que ele assumiu o papel de pai na minha vida ao invés do verdadeiro - pois o mesmo estava muito ocupado no seu trabalho. Ele foi a pessoa que mais me ajudou na minha fase de sexta e sétima série - a qual eu sofria gordofobia e muito bullying.

O Felipe que me viu chorando no meu quarto, ele que me ajudou a superar todos os traumas que as pessoas colocaram sobre mim; foi ele que me levou ao psicólogo, que foi falar com a direção do colégio sobre os acontecimentos, que ia sempre nas feiras de ciências que eu amava participar e em todas as minhas apresentações da escola.

Então, pra mim, o Felipe é muito mais do que só o meu irmão mais velho. Por esses motivos, que eu o amo e acima de tudo quero o seu bem. Se eu pudesse sacrificar a minha felicidade pela dele, eu faria sem pestanejar. Ele é o meu melhor amigo, então sempre que me aconselha a algo, eu costumo dar ouvidos, pois o mesmo sempre está certo.

Eu nunca, jamais, em hipótese alguma, iria me envolver com alguém como Leonardo Cavalcanti. Por ele ser cínico, cafajeste e irritantemente galanteador. Eu nunca cairia nos encantos daquele idiota. Nem se um meteoro caísse agora na Terra, eu pensaria em ter algum tipo de relacionamento com ele.

Após meus pensamentos perturbarem minha mente por um tempinho, decido sair da piscina e ir ao bar pedir uma Sprite. Assim que sento numa banqueta e faço meu pedido ao barman, vejo alguém se sentar ao meu lado.

Viro meu rosto e vejo um homem - com aparentemente uns 21 anos - segurando uma lata de cerveja. Observo-o pedir mais uma ao barman e depois se virar em minha direção com um sorriso ladino.

- Quer alguma bebida, linda? - ele pergunta com um tom sedutor na voz. Não posso negar, ele é muito bonito. Possui os cabelos levemente dourados e parecem ter sido cortados recentemente, uma pele bronzeada e está vestido uma camiseta de botões branca com uma bermuda estampada.

- Agradeço a gentileza, mas passo. - respondo educadamente, voltando a beber meu refrigerante.

- É uma turista? - questiona interessado.

- Sim. Essa ilha é encantadora, me impressiono cada vez que olho essa paisagem. - afirmo, olhando ao redor da vista fabulosa.

- Concordo plenamente. Só não é mais encantadora do que essa moça à minha frente. - ele joga, me encarando com um quê sugestivo e sedutor. - Imagino que esteja passando as suas férias aqui, estou certo? - ele indaga e eu concordo com a cabeça. - Viajou sozinha? Não posso crer que uma mulher tão bonita quanto você está sozinha nessa ilha maravilhosa. - ele dá mais uma investida.

Antes que eu pudesse lhe responder algo, sinto um braço enlaçar minha cintura e um beijo ser depositado na minha bochecha.

Quando viro o rosto para ver quem é, observo Leonardo olhar fixamente para o cara, que estava me paquerando à minutos atrás, com um semblante irritado.

- Isso não te interessa, parceiro. É melhor ir abaixando a sua bola pra essa bela moça aqui. - diz ele ferozmente. Pega minha Sprite e segura mais firme em minha cintura, a fim de me guiar para longe do bar. - Vamos aproveitar a piscina, princesa. - ele diz um pouco mais alto para que o homem pudesse ouvir. Continua com o braço enlaçado sobre a minha cintura e me guia até nossa mesa.

O que foi aquilo? Uma demarcação territorial? Que coisa mais ridícula, meu Deus! Quem o Leonardo pensa que é pra agir daquela maneira? É muito abusado e convencido!

- Posso saber o porquê desse 'showzinho', Leonardo? - questiono, retirando seu braço da minha cintura.

- Aquele idiota tava enchendo seu saco. Resolvi dar uma forcinha pra ele vazar. - respondeu cínico. Que abusado! Minha vontade é de pegar esse sorrisinho sacana e arrastar no asfalto. Como eu o odeio!

- E o que você tem a ver com isso? - pergunto indignada, cruzando os braços.

- Só estava ajudando você, princesa. Um "obrigado Leonardo, você é incrível" já seria um bom começo... - ele prossegue com seu tom sarcástico.

- Eu não preciso que você fique me rodeando e me "ajudando", ok? Eu faço o que eu quiser, com quem e onde quiser. Não é você que vai dar uma de possessivo pra cima de mim. Pode ir tirando seu cavalinho da chuva! - aviso com autoridade, e logo vou rumo à mesa para pegar minhas roupas e ir para o quarto.

Já chega de discussões por hoje! Se eu ficar mais 3 minutos respirando o mesmo ar que o Leonardo, é capaz de eu não responder mais por mim e cometer algum assassinato.

Ele tem o dom de me perturbar e de fazer com que o meu ódio e repulsa por ele cresçam a cada dia. Como ele pode ser tão cínico desse jeito? Quem ele pensa que é pra dar uma de gostosão da parada toda e agir assim?

Sinto muito informar mas, eu só abaixo a cabeça pra Deus. Se ele continuar com essa atitudes idiotas, eu serei obrigada a mostra-lo quem está no comando da situação. Que, com certeza, não é ele.

{Continua...}





Oi amores <3

E que capítulo foi esse? Sentiram o cheiro do enemies to lovers?

Leonardo Cavalcanti me seguraaa

Comentem e votem! Vocês não sabem o quanto isso me deixa ainda mais felizz!!!

Amanhã tem maissss!

Um xero,

Lore :)

A Viagem que Mudou a Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora