A Viagem que Mudou a Minha Vida

- Capítulo 7 -

Fernanda Mendes

- Não tem nada pra a gente conversar, Leonardo. - respondi com rispidez.

- Princesa, por favor, seja menos arrogante comigo. - ele pediu. - Só quero conversar com você civilizadamente. - completou calmo.

Eu realmente não estava nem eu pouco afim de ouvir nada do que Leonardo queria me falar. Só de ouvir a sua voz, eu já tenho vontade de jogá-lo de um precipício. Apenas de respirar o mesmo oxigênio que ele, eu tenho ânsia de vômito.

- Por favor, Fernanda. Só escuta o que eu tenho pra dizer. - pediu novamente com um tom de súplica.

A ideia de vê-lo implorando algo pra mim é satisfatória - não posso negar. Me sinto como se eu estivesse no controle. E é bom estar no controle e vê-lo submetido à mim.

Me virei em direção ao seu rosto, de modo que ficássemos um pouco mais próximos e cruzei meus braços, esperando ele falar, o que não demorou muito:

- Bem, primeiramente, me desculpe. - começou Leonardo. - Pela minha atitude de mais cedo. Eu juro que a minha intenção era apenas te ajudar. Então, me desculpe se não foi isso que pareceu. - ele completou com um semblante arrependido em seu rosto.

Eu não disse nada, apenas me virei e continuei a assistir o filme normalmente.

- Você não vai falar nada? - ouvi Leonardo questionar perto de meu ouvido, para que só eu escutasse sua pergunta.

- O que você quer que eu fale, Leonardo? - retruquei com desdém. - Espera que eu agradeça por aquele seu "showzinho" sem necessidade? Ah, por favor né. - finalizei com deboche.

- Eu já pedi desculpas, tá bom? - ele respondeu. - Só não quero que fique esse clima pesado entre a gente, Fernanda. - disse, notoriamente magoado.

- Você que causou isso. Então você mesmo que trate de consertar seus erros. - falei ignorante, voltando minha atenção para a tela branca.

- A forma que eu tinha pensado de aliviar esse clima não é bem apropriada pra agora. Ainda mais quando seus pais e seu irmão estão logo nas poltronas de baixo. - Leonardo falou, perto demais do meu ouvido.

Essa proximidade e suas palavras promoveram choques de eletricidade em meu corpo, que eu era incapaz de controlar. As borboletas que estavam adormecidas em minha barriga, ganharam mais liberdade quando a mão pesada de Leonardo pousou sobre minha perna direita, fazendo com que eu ficasse um pouco desconsertada pelo seu toque quente e repentino.

Me ajeitei na poltrona, cruzando minhas pernas, de maneira que ele percebesse que era hora de tirar sua mão de lá. Porém o mesmo não entendeu ou não deu ouvidos ao meu aviso, pois se acomodou na poltrona ao lado e apertou com um pouco mais de força a minha perna, fazendo com que seu corpo se aproximasse mais do meu.

Novamente fiquei paralisada pela onda de correntes elétricas que percorram minha coluna vertebral.

- Leonardo, vamos prestar atenção no filme, por favor. Deixe suas gracinhas longe daqui. - eu pedi educadamente, colocando minha mão sobre a sua, numa tentativa falha de tirá-la de cima da minha perna.

- Mas eu estou prestando atenção no filme, princesa. - ele respondeu debochado. - Pelo o que estou vendo, você que não está conseguindo resistir a mim. - completou, fazendo um carinho leve na minha perna, subindo para a minha coxa.

- Meu Deus, como você é convencido Leonardo! Seu ego é tão frágil assim que precisa mendigar pra uma garota abrir as pernas pra você? - provoquei astutamente.

- Eu não estou mendigando pra você abrir as pernas pra mim, Fernanda. Você que não está se controlando. - retruca com um sorrisinho sacana nos seus lábios carnudos e avermelhados, que ele lubrifica com sua língua a cada segundo. - E, pra sua informação, as garotas abrem as pernas imediatamente pra mim. - Leonardo finaliza sarcástico.