No dia seguinte estavam viajando para a Áustria. A correria não lhe deixou pensar corretamente no que aconteceu no clube. Tentava criar alguma explicação absurda do motivo, e alguns deles era que talvez estivesse criando a situação e enlouquecido. Não via Charles como um pretendente a altura, não possuía nenhuma ligação além de Anthoine. Nas melhores das hipóteses, ela e Carlos tinham mais química.
— Você trabalha muito. – reclamou Lance pela décima vez, mas Sara o ignorou.
— Tinha que ter escolhido uma desempregada, igual Charles.
Charlotte virou-se para ela, começando a se irritar. Leclerc rendeu-se ao sono nos primeiros dez minutos, enquanto Carlos lia uma revista sobre jet ski. Em viagens como aquelas Claire ficava no quarto do avião cochilando. Sara só sabia trabalhar e Lance reclamar. Percy se considerava a única pessoa legal daquele avião.
— Não sou desempregada.
— E você faz o que?
— Ajudo Charles com as roupas.
— Roupa? – olhou-a horrorizada.
Persephone esquecera tudo que passaram naquele clube. Aquela era a prova que nunca ficariam juntos, pois jamais permitiria que Charles destruísse o mundo com suas invenções ridículas. Ele combinava mesmo com sua namorada.
— Estamos procurando um patrocinador.
— Melhor você aprender a costurar, porque não vão conseguir.
Se fosse para ter um namorado, ele precisava no mínimo conhecer o básico de moda. No entanto, pessoas ricas normalmente se vestiam mal, e tudo bem, porém Charles saia dos limites quase como se gostasse de fazer papel de idiota.
— Também tenho uma lojinha de joias.
Lance dera uma risadinha.
Para se tornar uma wag precisava vender joias?
— Você também consegue tudo no Aliexpress? Você e Katerina fazem parceria? Sara pode entrar também? – sorriu docemente – Eu sou a favor das mulheres trabalharem em união.
Sara virou-se para Percy sem qualquer traço de divertimento.
— Nada disso é verdade, são suposições!
— Tem fotos Charlotte! – acusou – Você é muito sem noção de pegar dinheiro dessa gente burra, e os outros ainda te olharem como celebridade! Vai pintar seus tênis com canetinha e pare de agir como se fosse alguém relevante.
Carlos arregalou os olhos.
— Você é uma vadia! – apontou Charlotte.
Sara olhou Lance esperando por algumas palavras de repreensão diante das atitudes de Persephone, porém o Stroll não fizera absolutamente nada. Ela era sua irmã mais velha, a menina que sempre o defendia e com certeza colocaria seu bem estar acima de muitos, não iria fazer papel de idiota porque as namoradas dos seus amigos gostavam de enganar em troca de alguns euros.