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Era primeiro de Março em San Marino, do ano de 1994

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Era primeiro de Março em San Marino, do ano de 1994. Lance não havia nascido naquela época, mas Chloe sim. O garoto de onze anos assistiu aquele momento sem saber que um grande herói morreria. A expectativa de ver mais uma vez Ayrton Senna vencendo desapareceu quando o carro do piloto bateu nos limites da pista. Lance lembra-se de ter chorado por toda semana, perguntando ao pai se realmente era verdade, porque jurava ter visto a cabeça do piloto se mover. Percy não entendeu aquele momento de desespero do irmão, mas o abraçou, prometendo que um dia todos os mortos se encontrariam em algum lugar bonito como Tiffany & Co.

Ele não conseguiu mais encarar Ayrton Senna em Mônaco com sua tão esperada conquista. Arrancou todas as fotos, escondendo o piloto no fundo do armário, colocando por cima as camisas de hockey. Senna fora o que fez Lance pedir por um kart. Lawrence tentou fazer o filho se interessar por Michael Schumacher, levando o garoto para conhecer o piloto, mas o menino perguntava onde estava Ayrton Senna, e ninguém lhe dizia a verdade.

A impotência daquela cena sempre era lembrada para que Lance Stroll nunca se esquecesse da verdade por trás de belos carros velozes e troféus cobiçados.

Pensou em desistir depois de descobrir sobre como pilotos eram esmagados no seu bem mais precioso, no entanto o pai lhe trouxe mais um kart, e macacões novos. Naquele ano Percy havia perdido a primeira competição, sendo assim prometera desistir de tudo como Lance, pois não existiam motivos para continuar.

Então ele não desistiu.

Lance Stroll continuou com firmeza.

Era difícil entrar na Williams e encarar o rosto sorridente de Ayrton Senna. Ás vezes ficava parado de frente ao FW16, tentando encontrar qualquer pista do por que. Ele odiava o macacão azul em si. Queria desesperadamente fugir, esquecer-se do brasileiro lhe olhando de volta com tantas mentiras envolvidas.

Ele venceu no Azerbeijão com Daniel Ricciardo e Valtteri. Naquele ano de 2017 Felipe Massa ainda corria com Lance. A felicidade era grande, porém ao voltar para a Williams, viu o mesmo sorriso e precisou ir ao banheiro para não vomitar aos pés do FW16. Deixou que o troféu ficasse com a equipe, porque não aguentaria vê-lo ao acordar, e dormir. Bastavam os fantasmas de Senna escondidos no armário.

Foram anos difíceis para ele.

Lawrence Stroll um dia chegara com a notícia que comprara uma equipe de Fórmula 1. Lance ficou feliz em deixar a Williams para sempre, assim como a última cor de Ayrton Senna.

O que veio a seguir lhe encheu de esperanças. Era uma nova era para o Stroll.

No dia quatorze de dezembro, do ano de 2018. Persephone usava vermelho, e pintou as unhas de dourado. Ela dançou de forma impecável por longos minutos, até chegar ao fim. Lance a viu girar belamente, mas se desiquilibrou e desabou como um pássaro ferido. O sangue tornou-se sua coroa, e os olhos azuis encheram-se de lágrimas.

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