— Eu não ia querer ser rainha do submundo, cheio de monstros.
Anthoine deitou-se na cama de barriga para baixo, os pés para cima e os olhos no livro que havia comprado recentemente.
— Ela interferia nas decisões dele.
— Quem se importa? Tem monstros.
O francês sorriu.
— Eu acho que ela estava triste.
— Triste?
— Sim. Se você fosse perfeita, acabaria ficando triste em algum momento.
— Eu sou perfeita, e não estou triste.
— Certo, diferentona. – revirou os olhos, irritando-a – Não acredito que tenha sido um rapto por tanto tempo, entende?
— Ah, então ela quis ficar?
— Caso contrário, não teria sido rainha.
— Felizmente, ter o nome de uma deusa, não me torna uma. Eu não sou Persephone, e você seria um péssimo Hades.
— Não sou perverso e impaciente, pode ficar tranquila.
Sorriram.
— Fico feliz por isso.
Persephone abriu os olhos, soltou o ar pelos lábios seco. Lance sorriu abertamente para ela, tocou o rosto da irmã com cuidado.
— Bem vinda de volta.
— Olá, Lance.
— Se lembra de algo?
Lembrava-se de Anthoine a forçando para a vida, mas antes disso havia Charles e muito sangue. Aos poucos sua memória retornava, trazendo a tona os minutos com o monegasco, suas palavras, a forma como se sentiu rejeitada. Quis desaparecer.
— Não.
— Que bom. – sorriu mais – Defendi sua honra como um bom irmão, ele está arruinado para sempre.
— Charles?
— Sim.
Tirou a mão do irmão de perto.
— Não deveria ter feito isso.
— Ele fez para se vingar de mim.
Percy suspirou cansada.
— Eu fui atrás dele. A imprudência foi totalmente minha. Charles estava vivendo a vida dele, mas eu quis perturba-lo.
Lance cruzou os braços, sem acreditar no que ouvia.