Percy estava acordada fazia horas. Ela viu as poucas luzes iluminar uma pequena parte do quarto. Não podia mais fingir. Sentou-se na cama, pegando o celular na mesinha de cabeceira. Ela precisava de coragem para retornar ao Olimpo.
Passara alguns minutos de frente às peças de roupas normalmente escolhidas para treinar, apertando os dedos, encarando-as. Pegara uma delas, pensando no conforto e não qual lhe esquentaria mais. Prendeu os cabelos no alto da cabeça, escovou os dentes e escondeu as olheiras.
— Que horas são?
A loira esbarrou na pia ao ouvir a voz de Charles atrás de si. Alguns cosméticos caíram no chão.
— Ficou louco?!
— Foi mal, não sabia que estava distraída.
Ela passou a mão pelo rosto, recuperando a calma. Percy queria chegar antes de todos no Olimpo, isso evitaria parar a cada minuto para explicar sua atual situação.
— Vai pra onde?
— Patinar!
— Mas já? Ia sozinha?
— Vocês poderiam me encontrar lá mais tarde.
— Eu vou agora com você!
Percy tirou seus patins da caixa, amarrando os cadarços para poder guarda-los na bolsa. Separou itens necessários para qualquer problema, pois fazia muito tempo dês da última vez.
Charles se vestiu rapidamente, espalhando suas roupas nas gavetas.
— Vou te esperar na cozinha. Não faça barulho.
— É claro.
A loira tinha planos de sair antes da mãe, para ter tempo de testar como se sairia no gelo patinando como uma profissional. No entanto, se enganara ao pensar que Claire não era tão esperta quanto os filhos. Ela esperava a filha sentada no balcão da cozinha, com o café da manhã de Percy pronto e um Lance com disposição de sobra ao lado.
— Haviam formigas na cama? – questionou sem fingir surpresa.
— Eu sabia que você tentaria sair sem falar nada.
— Hum.
Charles desceu logo depois ajeitando o casaco.
— Não preciso de plateia, estou em ótima forma!
Ela havia treinado em casa com patins comuns, e tinha experiência o suficiente para saber que era completamente diferente patinar no gelo, quando os riscos aumentavam dez vezes mais. Percy perdera boa parte da forma, porque deixara de treinar. A dança não lhe dava muitos resultados quando era lembrada em alguns dias, quando ficava triste. Ela sabia que deveria ter tentado imitar o irmão em treinos, porém imaginou que jamais voltaria, e não queria pensar no próprio corpo extremamente forte.