Percy enrugou o nariz com a chegada de Ricciardo vestido com o uniforme da McLaren. Ele era seguido pelo pai. O garoto desviou da loira, sem encara-la.
— Seu filho perdeu o juízo? – reclamou com Daniel – Sabe quanto custa aquele carro?
— Tanto quanto o dele, e acredite em mim quando digo que teremos uma longa conversa.
— Ela começou, e eu que levo a culpa? – reclamou Dany.
— Não é como se não houvesse um histórico.
O garoto deu as costas para eles, ignorando-os. Daniel o seguiu claramente furioso.
Maxie Verstappen caminhou para a garagem da Aston Martin de cabeça baixa, o capacete com a onça pintada brilhando. Logo atrás vinha com cuidado o que restou do carro. Estava arruinado. Percy não sabia se podia recuperar tudo até o próximo fim de semana, mas reclamaria com Daniel até o fim do ano.
— Era minha última volta! – gritou tirando o capacete com raiva – Ele fez de propósito.
A bandeira quadriculada foi balançada, dando a vitória para Senna. A Ferrari estava completamente feliz em vencer uma corrida impossível, porque eles não tinham potencia, e aquele início de temporada a liderança estava com a Aston Martin. A saída de Lance ajudaria Maxie no seu primeiro pódio, mas ninguém imaginaria que uma saída do box poderia terminar tão mal. Bem, na verdade Percy já viu algo semelhante no passado.
— Bem, pelas contas, estamos um pontinho na sua frente. – Charles abaixou os óculos o suficiente para fazer contato visual com Percy – Uma pena o Ric fazer essa loucura.
— Ele tirou o sonho de uma garotinha e você abre um sorriso sobre isso?
— Semana passada eu vi uma foto sua festejando depois que o Hamilton perdeu a pole por alguns milésimos.
— Ele é lento.
Charles sorriu ao ver Mick estacionar o carro no terceiro lugar. Eles não eram pilotos da Ferrari como no passado, porque o monegasco descobriu que amava muito mais sua família, então no terceiro campeonato vencido, comprou uma parte da Ferrari, fechou alguns contratos, e pegou para si a antiga Haas, que Percy já tinha comprado.
Scuderia Aston era o que chamavam de gêmea da Ferrari. Não possuíam o mesmo motor, mas Charles resolveu aderir o vermelho, usando a desculpa da bandeira de Mônaco. Aquele foi um presente convencional de Percy. Ele ficou tão feliz naquele natal, que acordou no dia seguinte passando mal de tanto beber champanhe.
As duas equipes dos Stroll competiam para tentar vencer ou pontuar mais, uma brincadeira interna que ás vezes causava caos. Ambos possuíam um piloto número um, e o segundo era alguém da academia Aston Martin. .
— Bem, com sua licença, vou comemorar o pódio do meu velho amigo.
— Cuidado para não deixar seu ego cair.
— Olha quem fala.
Aquele era o equilíbrio perfeito.
Os dois podiam competir no esporte que amavam, mas dentro de casa eram cumplices, assim como seus filhos acabaram se tornando. Perseus só dava atenção para números, e Charlize preferia passar horas em sessões de fotos. Claro que a família Stroll sendo extremamente focada em competições não deixaria dois membros de fora, uma entrou para o mundo das miss e o outro em competições de matemática. Eles estavam se saindo muito bem.
— Parabéns pelo pódio. – apertou a mão de Senna.
— Obrigado, mas não foi justo.
— E quando se tem justiça nesse esporte?