18 - motivos

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Ellie

Enid nos libera depois do meu soro acabar e vamos para a minha casa.

Carl me ajuda a chegar lá e me bota na cama. Ficamos em um silêncio constrangedor por um tempinho.

- Amor, precisamos conversar - ele diz, quebrando o silêncio

- Eu não quero ter essa conversa. Eu não consigo

- Nós precisamos

Ele me da a mão, para eu me levantar. O faço, confusa

- Confie em mim, ok?

Ele me bota no banheiro, deixando a porta entreaberta e se vira

- O que está acontecendo? - pergunto

- Tira a roupa, porfavor

- Carl! O que é isso?

- Confie em mim

Faço o que ele pede e saio, ele tenta não olhar para o meu corpo até eu dar permissão.

- Tirou tudo? Tudo mesmo? - ele diz, ainda de costas para mim

- Sim. Agora pode me falar porfavor o que está acontecendo?

- Eu posso me virar?

- Pode, Carl

- Não precisa me chamar assim. Eu vou te explicar o que estou fazendo - ele se vira, e se aproxima

Carl olha por todos os cantos do meu corpo, até que para na minha frente

- Amor, Enid me contou que você também estava desidratada.

- Você achou, não é?

- É claro que achei - ele se abaixa, vendo o corte que fiz em minha coxa, passa a mão por cima, bem de leve para não me machucar por ser recente - se não se sentir confortável e quiser que eu pare me fale, pode ser?

Faço que sim. Eu estava me arrepiando com ele ali. Mas não era um arrepio ruim

Ele beija meu corte. Em seguida, faz o mesmo com outro, porém em um lugar diferente.

Eu estava querendo chorar. Não era de tristeza, eu não sabia o que estava sentindo.

Carl volta para cima e me veste com sua blusa.

Pega em minha cintura e aproxima seu rosto do meu, segura meu rosto com as duas mãos, e deixa escapar algumas lágrimas

- Me desculpa... - digo, botando minha mão sobre a dele e chorando junto

- Ah meu bem! - Carl me abraça. Mas ele me abraça com tanta força que sinto como se fossemos um só. - eu vou cuidar disso, pode ser? Vamos cuidar um do outro. Temos um ao outro. Pode me prometer uma coisa?

Assinto.

- Sempre que se sentir mal, me fale. Mesmo que pareça algo bobo. Eu estou aqui. Estou aqui. Enquanto eu estiver, não precisará passar por nada sozinha.

Eu corro para seus braços e ele enterra sua cabeça em mim.

- Vem, vamos, eu preciso cuidar de você

- Eu te amo

Ele sorri.

- Eu também te amo

Carl me bota na cama, pega uma pomada e passa cuidadosamente em todos os meus machucados.

- Amor, porque fez isso? O que estava passando na sua cabecinha quando fez isso? O que estava sentindo?

- Eu me sentia vazia - olho para ele - Sinto muito a falta dela - fico em silêncio por um momento - o que estava passando na sua? - ele levanta a cabeça, olhando para mim

- Vazio. Meu pai morreu sentindo muita dor. Depois de tudo que ele passou. Ele não merecia aquele final. Talvez também tenha sido por ser minha culpa...

- O que?! - o interrompo - não foi sua culpa, meu amor! - me sento, de frente para ele

- Ele morreu por tentar me proteger. Seria melhor se eu tivesse no lugar dele. - Carl começa a chorar - minha única família agora é a Michonne e a Judith

- Eu também sou da sua família! Você não está sozinho, e não, não seria melhor ter morrido no lugar do seu pai. Ele te protegeu. Ele morreu, para salvar você. Você tem muito o que viver pela frente, me ouviu?

Ele sorri

- Ah, já sei! - pego um caco de vidro da garrafa quebrada do outro dia e faço um corte bem pequeno em meu dedo

- Ellie! O que está fazendo?

- Calma! Me dê seu dedo, confie em mim

Ele faz o que peço. Junto nossos dedos.

- Agora sim! Somos uma família oficialmente, temos até o mesmo sangue. - sorrio para ele

- Você é louca! - ele diz, rindo para mim e em seguida me beijando

My salvation • Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora