23 - santuário

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Durante a viagem para o santuário, meus olhos são vendados, é claro.

Estou sentada entre Negan e Simon. Um dos dois está dirigindo.

— O que faremos com ela, chefe? — Simon pergunta, botando uma mão em minha coxa

Se eu tivesse que fazer isso para salvar a Carl e Alexandria dos ataques do Negan, eu o faria.

— Não a toque — para minha surpresa, o outro homem ordena. Simon recua

Alguns minutos depois já havíamos chegado. Negan abortou Carl esta manhã, o que significa que para a minha felicidade eu apenas precisaria dormir duas noites nessa merda de lugar e já estaria de volta em casa — pelo menos é o que eu espero

Eles finalmente tiram minha venda.

Eu abro os olhos e vejo o horror que era aquele lugar. O cheiro era de merda, as pessoas não tomavam banho há dias, apenas trabalhavam dia e noite. Logo quando Negan entrou pela porta, junto a mim e a Simon, todos se curvam. Fico observando aquilo.

Ele sorri, vai passando assobiando com seu taco entre aquelas pessoas. Passamos por alguns corredores, até chegar em um quarto.

O local era meio preto, com alguns móveis de madeira e couro. Haviam muitas mulheres lá dentro, todas arrumadas, como se estivessem em algum tipo de festa do passado.

De repente Negan aparece ao meu lado, me dando um shot.

— Não quero — digo

— Beba — aproxima seu rosto do meu — Agora

Respiro fundo para me controlar e não dar na cara daquele imbecil. Pego o copo de sua mão e o viro de uma só vez, posso ver sua risada.

Ele chama uma mulher, que vem com uma roupa, sapatos e acessórios.

— Vista isso — agradece a moça, levantando seu copo que provavelmente havia uma bebida forte. A mesma entregou em minhas mãos o que estava segurando

— Porque diabos tem uma sala cheia de mulheres que você trata como suas prostitutas particulares? — digo, enfurecida

— Porque eu sou o Negan. Eu posso fazer qualquer porra que quiser – ri — vista isso agora, antes que eu vá dar uma visitinha no imbecil do seu namorado

Saio dali com cara emburrada, mas faço o que ele mandou.

— Boa garota — passa a mão em meu cabelo. Faço uma cara de nojo — venha

Ele sai dali me puxando pelo pulso até um quarto, onde era totalmente preto. Eu olho em volta.

— O que achou? — pergunta ele

— É bonito

— É o meu quarto, claro que é bonito!

Olho para ele imediatamente, com raiva e nojo no olhar, mas por dentro eu estava morta de medo

— Porque não se senta? — sorri e eu faço

— O que você quer de mim?! Quer me violar, ótimo! Você já é um desgraçado mesmo. Se isso for ajudar a parar de atacar Alexandria, por mim tudo bem!

— Você me lembra alguém

— O que?

— Eu lembro da minha esposa, você tem o temperamento dela.

— Do que está falando?

— Me lembra mais alguém...

Ele faz algum tipo de movimento com seu taco

— Ela! — ele acerta um vaso

Eu fecho meus olhos pelo instinto e ele se joga na poltrona em frente a minha.

— Sabe que vocês não são os mocinhos dessa história, não sabe?

— Hoje em dia, se quiser sobreviver não se pode ser o "mocinho". E de qualquer forma, entre nós e você, entre assassinos sem motivo algum e pessoas que só querem paz, quem você acha que chegaria mais perto desse pódio? — rio, ironicamente

— Você é ousada, eu poderia agora mesmo te matar como matei aquele homem na frente do seu namorado.

— Mas você não vai fazer isso. Você não vai, Negan. E por que?

— Melhor calar sua boca — ele me olha, com desgosto

— Sente a falta dela, seu merda? Porque não pensou nela quando matou aquele homem? Porque não pensou que poderia ser ela no lugar dele?! Você é um puta egoísta!

— CALA A PORRA DA SUA BOCA!

My salvation • Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora