24 - coisas a se submeter

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A noite se passa, eu fico em algum outro quarto que fedia a merda. Já havia passando a primeira noite, agora eu estava indo para a última. Eram três da tarde. Depois anoiteceria e na manhã seguinte eu estaria de volta em casa, tudo sob controle. Bom, na verdade nem totalmente.

No primeiro dia, depois que disse a negan para ter pensado em sua esposa antes de matar Rick, ele me atingiu com seu taco. Foi em meu quadril, o que apenas causou um roxo, pois ele não bateu com tanta força. "Eu preciso aguentar isso, já passei por coisas piores" dizia a mim mesma, repetidas vezes até cair na cama e apagar.

Só consegui acordar na madrugada. Passei a noite em claro, até agora, olhando para a janela.

Me viro por apenas um segundo, depois de horas e ouço batidas ali, me assusto e fico com medo de me virar.

— Sou eu! Pode abrir! — Ouço uma voz familiar, abafada

— Carl?! — me viro sorrindo e corro para abrir a janela

Abro, finalmente e ele vem para dentro. Fico o olhando nos olhos por um breve instante e me toco de que ele realmente estava lá. Corro para seus braços e o abraço com toda minha força

— Ai meu Deus! É você mesmo? Eu não estou ficando louca?! — digo animada beijando seu rosto por todas as partes e ele ri

Acaba segurando em meu quadril e eu recuo, por conta da dor. Meu namorado logo se preocupa.

— Eu te machuquei? — fala ele, e vem em minha direção. Eu faço um "não" com a cabeça — O que foi? Posso ver? — olha para a região que doía, mas apenas por cima da blusa.

Eu o olho com um olhar não muito bom

— Ele te machucaram! QUEM FEZ ISSO COM A MINHA GAROTA?!

— Amor, não é nada!

— Como não é nada?! Eu não apertei com força, eu apenas toquei e você sentiu essa dor! Não tem como isso não ser nada!

— Porfavor, fique calmo

Posso ve-lo tentando não falar alto comigo e se segurando para não abrir aquela porta e matar quem fez aquilo

— Porfavor, me deixe ver — ele pede e eu respiro fundo

— Está bem. Mas antes tem que prometer que não vai sair desse quarto igual um doido atrás da pessoa.

— Não posso prometer isso

— Carl! Se eles pegarem você por aqui, está morto!

Desvia o olhar ao se lembrar desse pequeno detalhe.

— Tudo bem! Eu prometo! Agora eu já posso ver?

— Pode

Ele me leva até a cama, me deitando delicadamente

— Vou levantar sua blusa e abaixar um pouco short, tabom? — diz ele, pedindo permissão

Eu sorrio.

— Tabom

— Ei, porque está rindo? — fica sem graça

— Porque você é o homem mais respeitoso e perfeito que eu já vi em toda a minha vida! — digo, ainda sorrindo para ele, que faz o mesmo, sem graça

Logo começa a fazer o que disse. Levanta minha blusa e abaixa meu short dando de cara com o enorme roxo.

— Ah, Ellie! Quem fez isso?!

— Negan

— AH QUE DROGA! EU VOU MATAR AQUELE MERDA!

Ele quase levanta, mas eu seguro em sua mão

— Amor! Você me prometeu!

— Que droga! — ele volta, deitando ao meu lado, frustrado

Se vira para mim, e desce sua mão ao meu roxo, sem toca-lo ainda. Até que bota um dedo de cada vez, delicadamente, sem fazer pressão alguma.

— Dói assim? — pergunta o garoto

— Não, meu bem

Ele bota sua mão e acaricia o local, de um modo tão delicado que não sinto nada.

— Eu queria estar no seu lugar. Se eu pudesse, eu faria com que o Negan me batesse ao invés de fazer isso com você. Sabe disso, não sabe? Me sinto um merda por não ter protegido você disso — olha para mim, triste

— Vai ficar tudo bem, você não é um merda, amor. E eu nunca iria deixar com que você apanhasse no meu lugar

— E eu nunca deixaria você me impedir! — ele diz e nós rimos, mas logo os sorrisos vão se transformando em sorrisos tristes — deve ter doído

— E doeu. Mas você sabe, eu sou forte. Eu aguento — sorrio para ele, olhando em seu olho azul e em seguida em seus lábios avermelhados.

O beijo.

My salvation • Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora