52 - atordoamento

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Carl volta para perto de nós, sentando conosco.

— Como ela está? — pergunto a ele

— Não muito bem. Acho que está piorando pelo movimento do carro.

— Ela está sentindo dor?— Enid pergunta

— Aparentemente, agora sim. No abdômen.

Levo meu olhar ao dele, rapidamente, preucupada com aquilo ser o que eu imaginava.

— Não — ele percebe e vem até mim, sentando a meu lado — NÃO!

— Carl, não temos certeza. Não vamos deixar ela perder esse bebe, ouviu? Vamos chegar em Hilltop logo. Eles podem a ajudar. Vai dar tudo certo — tento colocar minha mão em se ombro, mas ele levanta imediatamente, impedindo meu jeito de apoio

Ele se afasta um pouco, me viro para enid mas uma vez, a olhando estranho. Ela percebe.

— Porque ele está assim? — pergunto, começando a me sentir mal — fiz algo errado?

— Você não fez nada errado! Melhor perguntar a ele o que está havendo. Quer que eu vá?

— Não precisa. Eu posso fazer isso, obrigada.

Sorrio para ela,me levantando rapidamente em seguida e indo até meu namorado.

Ele estava de costas, frustrado e pensativo, em pé de frente para uma janela.

— Carl? — chamo

Ele se vira, rapidamente, tentando enxugar suas lágrimas para eu não ve-las.

Delicamente, me aproximo dele, com um sorriso torto, boto uma mão em seu braço e com a outra limpo duas lágrimas que não paravam de cair. Eu sabia que ele estava tentando segura-las, mas era em vão.

— Meu bem, tudo vai se resolver. Você vai ver, vai dar tudo certo, se lembra?

Ele olha por breves segundos em meus olhos e depois baixa o olhar. Ele não queria olhar para mim?

— Carl? eu fiz algo errado? Me desculpe — tiro as mãos dele

O garoto rapidamente levanta sua cabeça, arregalando os olhos.

— Eu sei que dou trabalho, sei que tenho muitos problemas, eu sinto muito, de verdade. Me desculpe por ser um pes... — não consigo nem terminar minha frase, ele se joga em meus braços numa velocidade tão rápida que quase caio.

— Ah meu Deus! me desculpe, porfavor — ele fala

Envolvo meus braços nos dele, sorrindo aliviada.

— Meu amor, não foi minha intenção. Agora que me toquei do que estava fazendo, me desculpa! Eu estou tão angustiado com tudo isso acontecendo! Não consigo mais pensar direito, eu sinto muito. Prometo ser mais atento! — diz, me apertando mais forte

— Tudo bem, não tem problema, você está passando por muitas coisas difíceis! não se preucupe, eu estou aqui para te ajudar, ouviu? — sorrio

— Ellie? — separa o abraço

— Hum?

Ele se aproxima do meu ouvido, delicadamente.

— Eu te amo — sussurra, baixinho. Acabo soltando uma risada boba

— Eu também te amo... — Meu sorriso começa a se desfazer ao lembrar que preciso contar a ele sobre Negan, mas eu não podia esconder aquilo

ficamos sorrindo um para o outro, até eu tomar coragem e finalmente tomar a iniciativa que precisava.

— Sei que pode não sero momento certo pra falar isso, principalmente agora, mas isso está guardado comigo há um tempo, é uma coisa muito importante que você precisa saber — digo, e ele começa ase preucupar novamente

A paz em sua rosto desapareceu. Mais uma vez.

— Pode falar

— Eu descobri há alguns dias que... — sou interrompida por gritos altos. Meu namorado se vira de forma rápida

Era Mich. Ele estava berrando de dor. A dor que eu conhecia.

Ele me olha, assutado. Eu queria proteger aquele Carl. Ele queria minha proteção. Mas não podia. Não podíamos. Eu assinto rapidamente e ele corre até ela.

                                Carl

Chego perto do sofá onde ela estava deitada, me ajoelhando para ficar da altura de seus olhos. Seguro em sua mão.

— Aperte minha mão com força quando sentir dor, ok? Vai dar tudo certo, eu te prometo — digo, tentando não demonstrar o total desespero que estava sentindo por dentro — onde dói?! — pergunto, ao ela apertar minha mão com força e dar mais um grito forte.

Michonne, sem conseguir falar, aponta para o locar de dor com sua mão livre. Abdômen. Droga.

— Ca... Carl? — ela me chama, com o pingo de energia que a restava

— Sim?! — olho em seus olhos

— Arrume um jeito de salvar meu bebê, porfavor. Caso tenham que decidir... Escolham ele. Eu imploro.

— MICHONNE! — grito, em meio as lagrimas que acabaram de descer

— Porfavor... Ele é filho do seu pai. Ele não pode morrer. O bebê é a prioridade, ouviu?

— Não diga isso, Michonne. Porfavor — imploro, em meio as lágrimas

— Carl. Eu não posso perder esse bebê. O filho do Rick... Eu não posso. Porfavor, porfavor. Ele é seu irmão, a única coisa que seu pai nos deixou...

— Vamos salvar vocês dois! Eu vou salva-los! porfavor, Mich. não durma, fique comigo.

— CARL! — Maggie me chama, desesperadamente

— Não vou agora! preciso ficar com ela! Eu preciso — grito de volta

Michonne não para de apertar minha mão.

— SÃO OS SALVADORES, CARL! — ela grita, botando as mãos para cima junto de Glenn e Lydia.

MERDA!

My salvation • Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora