19 - conversas

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Mais uma vez, dormimos juntos. Eu acordo sem meu namorado ao meu lado, então levanto e o procuro.

— Amor? — desço as escadas, até que me deparo com a seguinte cena

Carl contando uma história para Judith. Ele estava deitado no sofá com a loirinha repousada em seu peitoral, acariciando seu cabelo. Já quase pegando no sono.

Sorrio com a cena, toda boba e sento na porta da escada para escutar.

— ... Então, o homem corajoso foi atrás do seu filho, que havia saído buscando por comida, ele levou alguns de seus amigos, e então... — ele segura o choro — alguns homens maus... eles... eles o pegaram — Carl  não consegue mais segurar suas lágrimas — foi quando ele viu seu filho pela última vez, olha em seus olhos com um olhar que dizia mais do que mil palavras. O chefe dos homens maus quase mataram o filho do homenzinho corajoso. E foi aí que ele salvou seu filho.

Abaixo a cabeça.

— Ele foi um grande homem, sabia judy? — continua a fazer carinho em seus cabelos loiros — ele salvou, não só seu filho, mas como seus amigos. Ele salvou toda sua família — ele olha para a pequena, que já havia caído no sono e sorri

Levanta, com cuidado para não acorda-la e a repousa sobre seu colo, fazendo sua cabeça ficar repousada sobre seu ombro

— Eu te amo, Judy.

Ele a abraça com força e a coloca deitada em uma "cama" de cobertores.

Quando ele se vira, estou olhando para ele, com um grande sorriso.

— O homem corajoso também me salvou — digo, segurando sua cabeça e dando um selinho estalado nele

— Você está incluída em "família" — ele aponta seu dedo para mim – lembra? — sorri e segura na minha cintura

— Claro que lembro! — rio, botando meus bracos em seus ombros, mas faço uma careta pois senti uma dor, provavelmente do aborto

— O que foi?! Está se sentindo bem?! Eu te machuquei?! — bota a mão em minha barriga e faz uma pergunta atrás da outra

Rio.

— Fica calmo! Só estou com um pouco de dor, parece cólica

— Ah que susto! Já sei o que fazer

Carl me pega no colo e vai correndo subindo as escadas.

— Você é maluco! O que esta fazendo?! — Falo, rindo

— Te levando pro nosso quarto

Rio automaticamente até perceber o que ele disse e fico em silêncio. "nosso quarto"?!

Ele me deita na cama e começa a tirar minha blusa.

— Amor? — fico toda confusa

— Ah, espera aí! — ele vai para o banheiro e logo volta — posso?

— O que tá acontecendo? — rio e ele faz o mesmo

— Você vai ver. Eu posso? — aponta para minha barriga, perdendo permissão para tocar

— Claro que pode — continuo rindo

Ele passa um pouco de creme ali

— Ai! Tá gelado! — ele ri de mim e eu dou um tapinha de leve nele

— Pronto. Agora relaxe, pode ser? Eu vou conversar com você e quero que tire suas preocupações e problemas da sua cabeça. Eu estou aqui com você, só existimos nós dois nesse quarto — meu namorado começa a fazer uma massagem ali onde botou creme e eu ainda sorrio com sua fala — se quiser que eu pare é só falar viu? — faço que sim — é aqui onde dói?

— Exatamente — franzo a testa

Ele começa a fazer massagem ali. Mas ele fazia de um modo como se a dor não existisse

— Está melhorando?

— Demais — respondo, com os olhos fechados e aproveitando o momento

Ele muda sua posição, ficando de conchinha comigo. Uma mão dele estava por de baixo do meu pescoço e entrelaçada com a minha, ele aproximou seu rosto o máximo possível do meu e continuou a massagem com a outra mão.

— Sobre o que quer conversar, minha princesa?

Eu sorrio

— Antes de me trazer para cá você disse "nosso quarto" o que quer dizer com isso?

— Oh Deus! Esqueci completamente de falar com você!

— Falar o que?!

— Eu iria te chamar pra morar comigo

Meus olhos brilham

— Então chama, ué — ele ri comigo

— Ellie Smith, minha princesa, minha namorada, amor da minha vida, quer morar comigo? — damos mais risada ainda

— Eu aceito, senhor Grimes!

Nós nos beijamos. Ficamos ali, conversando e ele fazendo minha dor sumir, até que surge o assunto.

— Onde você aprendeu a fazer isso? — aponto com o olhar para sua mão massageando minha pele

Ele sorri, um grande sorriso.

— O meu pai fazia na minha mãe quando eu era menor. Sempre os observava, eles apreciam tão apaixonados

Seguro sua mão, parando a massagem e viro de frente para ele, deixando nossos rostos o mais próximos possível, mas sem beijá-lo ainda.

— Amor? — o chamo

— O que foi princesa? — bota meu cabelo atrás da orelha e acaricia essa parte do cabelo, sorrindo para mim

— Agrh... Sabe o... Aquilo...

— O aborto?

— É. E se eu não tivesse perdido?

— Nós iríamos cuidar, é claro — ele faz carinho em meu rosto com o dedão

— Quer ser pai um dia?

— É claro! Principalmente com você. Mas talvez não agora. Somos novos você sabe disso não é? E com a guerra do Negan...

— Claro que sei

— Não vamos ter agora, mas eu adoraria ter um bebê com você! Eu seria o melhor pai do mundo, mas por agora temos que focar em nós — ele me cela — o que acha de nos divertimos amanhã?

— Acho uma ótima ideia — agarro ele e subo em seu colo, brincando com o mesmo

My salvation • Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora